Em Caná da Galileia...


A gravidez chega ao fim…

Maria está grávida, já só falta um dia. Grávida da Vida, grávida da Luz. No seu seio, no seu coração e na sua vida inteira, Jesus encontrou o Paraíso.

Quando, em outubro passado, fomos a Matosinhos testemunhar, recebemos uma belíssima imagem artesanal em barro de Nossa Senhora do Ó. Ao chegar a casa, coloquei-a sobre a minha secretária, para aí me recordar continuamente a maternidade que também eu sou chamada a viver, e a maternidade de tantas e tantas mulheres necessitadas da minha oração.

No início do Advento, construímos o Presépio como sempre, com Maria, José e o Menino, desta vez num lindo ninho. Nunca gostei de fazer o Presépio sem Jesus, porque me incomoda ver Maria e José em posição de adoração, debruçados sobre um ninho vazio. Afinal, Jesus já está entre nós, está sempre e para sempre connosco, mesmo que no Advento preparemos a sua segunda vinda enquanto recordamos a primeira! Assim, costumamos colocar logo o Menino nas palhinhas, sem esperar pela noite de Natal, e todos ficam mais aliviados.

Mas este ano, lá pela segunda semana de Advento, olhei para a imagem de barro de Maria grávida sobre a minha secretária e tive uma súbita inspiração. Peguei nela e levei-a ao Presépio, para confirmar que era idêntica às imagens de barro simples que o compunham. Que perfeita coincidência! Sem perder tempo, retirei a imagem de Maria e do Menino Jesus e substituí-as por Maria grávida. José continua em posição de adoração, ajoelhando não diante do Menino recém-nascido, mas diante do Menino escondido no seio de sua Mãe. Poderá haver presépio mais perfeito para o Tempo de Advento?

A hora de oração familiar seria o teste final. Eu sabia que apresentar à minha família um Presépio sem o Menino levaria a exclamações negativas. Mas este Presépio continuava a ter o Menino, apenas escondido… Iria passar o teste?

Começámos a cantar, o David acendeu a vela no Presépio… e de repente, todos exclamaram, a rir: “Que ideia fantástica! Ah, tão bonito ver Maria com Jesus escondido! Jesus no seio de sua mãe!”

Aproximei-me da Sara, para ter a certeza de que estávamos todos em sintonia: “Sara, onde está Jesus?” Ela aproximou-se, de joelhos, do Presépio e tocou no ventre de Maria com carinho: “Ali!”

Não seria fantástico encorajarmos os artistas dos presépios a criar imagens de Maria grávida? Não seria este uma bela forma de enaltecer a gravidez, num tempo em que a gravidez é descrita como um problema nos manuais escolares sobre sexualidade e na vida de muitos casais? Não seria este um começo, para transformarmos o Tempo de Advento em tempo por excelência de oração pela vida nascente, mais do que qualquer outro mês do ano?

Nos próximos Adventos, o nosso Presépio terá sempre esta imagem de Maria grávida, que será substituída por Maria e pelo Menino na noite de Natal. Jesus não está nunca ausente. Ele está sempre, sempre entre nós…

Hoje vemos de forma velada, como num espelho, e amanhã veremos face a face. (1Cor 13, 12)

Ámen!

2 Comments

  1. Adoro essa ideia e também farei essa mudança, quando conseguir arranjar uma Maria grávida que “combine” com o resto das figuras do nosso Presépio!
    P.S. – Também colocamos sempre o Menino. O Presépio sem Ele fica estranho!

  2. Em nossa casa temos vários Presépios, em cada compartimento em que se celebre o Natal, lá está a composição da Sagrada Família, símbolo da essência – estes estão completos. Mas o Presépio, o Presépio está está na cozinha, no sítio onde estamos sempre e o Menino vai nascer… com que entusiasmo os meus filhos o procuravam na manhã de Natal! Para mim é fundamental recordar que houve um tempo sem Menino, que Ele veio para nos Salvar! Muito por perto está a Cruz, excepcionalmente este ano não está lá inserido… Um Santo Natal, que O saibamos acolher!

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