Em Caná da Galileia...


A Primeira Comunhão escolarizada

Maio é mês de primeiras comunhões. É belo pensar nesta relação entre o mês de Maria e o mês da Primeira Comunhão, entre a primeira comunhão de Maria, a primeiríssima da História, a primeiríssima em importância, e a primeira comunhão das nossas crianças…

No sábado passado, fomos a uma igreja de Lisboa celebrar a primeira comunhão de uma nossa querida afilhada. Íamos cheios de alegria, porque é realmente uma grande graça acompanhar uma criança neste momento belíssimo. Pelo caminho, recordávamos o dia de há nove anos atrás, quando o Niall e eu, orgulhosos e, simultaneamente, humilhados pelo tamanho da tarefa, segurámos a sua velinha.

Qual não foi a nossa surpresa ao darmo-nos conta, entrando na igreja, de que não iríamos estar a seu lado, como tínhamos estado no dia do seu batismo, mas nos bancos mais ao fundo! E não apenas nós, como também os seus próprios pais. Os meninos da Primeira Comunhão iriam ocupar os dois bancos da frente, e a restante assembleia ficaria atrás.

“Mãe, isto é uma igreja, não é?” Perguntava o António, a meu lado, antes da missa começar.

“É, António, claro que sim. Porque perguntas?”

“É que há tanto barulho! Toda a gente está a conversar, e muitos estão com o telemóvel na mão a ver coisas. Parece-te uma igreja?”

Do meu outro lado, os pais da nossa afilhada pareciam desapontados: “Não consigo ver… Consegues, Teresa? Também não? Ela vai muito bonita, leva um vestido que já foi meu… E segundo me contou, vai ser ela a acender as velas dos amiguinhos. Mas é muito baixinha, daqui não vejo nada!”

Mais desapontados que eles, só a Sara, que não gostou da ideia de viajar até Lisboa para não ver nada do que se passava diante do altar.

Chegou, por fim, o momento solene da Primeira Comunhão. Pensei que, pelo menos nessa altura, o sacerdote chamasse os pais à frente, mas não: os meninos comungaram junto ao altar, a restante assembleia, no meio da igreja. Assim, nós e os pais da nossa afilhada pudemos apenas acompanhá-la em oração e teremos de esperar pelas fotografias para ver o seu rostinho no momento mais importante da sua vida.

É assim também nas vossas paróquias? Talvez vos surpreenda o meu espanto. É que aqui, onde vivemos, não é nada disto que se passa. Aqui, cada criança que faz a Primeira Comunhão fica sentada ao lado dos seus pais, padrinhos, tios e avós. Aqui, os meninos da Primeira Comunhão entram na igreja pela coxia central e cada um ocupa o lugar da ponta de cada banco, pelo que se podem estender até ao décimo ou trigésimo banco, ou até ao fundo da igreja, se for preciso, sempre ocupando o lugar junto à coxia central, sendo que o resto do banco é ocupado pela sua família. Depois, quando chega o grande momento da comunhão, cada criança avança acompanhada dos seus pais, um de cada lado. A criança ajoelha-se e comunga, e ainda ela está ali a rezar, quando o sacerdote dá a comunhão a cada um dos pais, se estes quiserem comungar.

Jovens do crisma, a Clarinha à frente, 2018
Primeira Comunhão do António, o pai e a mãe de cada lado, abril 2018
Primeira Comunhão do David, maio 2015

Tradições diferentes? Sem dúvida. “Vai tudo dar ao mesmo”? De forma alguma. Trata-se de formas muito diversas de entender a fé, pois a forma é sempre sinal do conteúdo. Desculpem-me a frontalidade: eu senti-me insultada ao ser relegada para os últimos bancos da igreja, estando a minha afilhada no primeiro. E mais insultada me sentiria se fosse a mãe. É que não foram os catequistas, mas os pais e os padrinhos, quem prometeu sacramentalmente educar as crianças na fé.

Tive a clara sensação de que os pais estavam ali a assistir a mais uma exibição dos seus filhos, como estariam numa qualquer festa escolar (ainda por cima, tratando-se das primeiras comunhões de uma turma de um colégio católico, e não de um grupo de catequese paroquial, o que reforça a escolarização do momento). Partilhei o desapontamento da mãe, assim afastada do momento tão esperado. Compreendi o barulho e a conversa iniciais na igreja, próprios de quem participa num evento social mundano. Percebi que muitas (!) pessoas tivessem passado a missa inteira no facebook, porque de onde eu estava, de facto não se “via” nada, o “espetáculo” não era suficientemente bom…

Vão-me dizer que se faz assim para se protegerem as crianças da falta de fé dos pais. Vão-me dizer que os pais estão realmente mais interessados no seu telemóvel do que na fé dos filhos. Vão-me dizer coisas como: “O momento não é dos pais, o momento é das crianças”. Eu já ouvi sacerdotes dizerem: “Não exijamos muito dos pais, para que não nos levem as crianças!”

Como mãe, como madrinha, sinto-me insultada por quem assim pensa. Não menosprezemos a capacidade dos pais! Não acredito que, estando sentados ao lado dos filhos, a maioria dos pais, como adultos sensatos, tivesse a coragem de pegar no telemóvel para conversar no facebook. Sobretudo se tivessem tido, também eles, uma preparação condigna. E entendo que, quanto mais desresponsabilizarmos os pais pela fé dos filhos, mais afastamos uns e outros. São os pais que têm o dever – e o direito – de acompanhar os filhos na receção dos sacramentos de iniciação.

A mãe da minha afilhada devia ter tido o privilégio de lhe sussurrar palavras importantes ao ouvido, mesmo antes da sua comunhão; de lhe sorrir, de partilhar com ela lágrimas de felicidade, de lhe fazer uma festinha na cabeça durante a missa; de a contemplar no seu vestido longo e branco, que já fora seu, que tantas memórias evocava; de a ver acender as velas dos amiguinhos. De se emocionar. Porque lhe roubaram este direito?

Na missa, “centro e cume da vida cristã”, os filhos devem estar ao pé dos pais, a família deve estar reunida. Se se tratar da Primeira Comunhão, do Crisma ou de alguma outra festa importante para as crianças e os adolescentes, mais razão ainda para reunir a família. Nenhum catequista se deve meter no meio. Nenhum sacerdote deve separar o que Deus uniu. Ainda que a família não tenha uma fé muito sólida, ou os pais não possam comungar. Lutarei por isto com todas as minhas forças enquanto mãe e co-fundadora das Famílias de Caná.

Família reunida, no batismo do Daniel

24 Comments

  1. Não pude deixar de pensar no imenso privilégio que é ter connosco sacerdotes como os Padres Salesianos… sim, porque sem Pastores os rebanhos perdem-se, sem a devida orientação o Amor esvai-se e fica apenas a Lei…
    Nós afastamo-nos de Jesus no modo como não vivemos plenamente os sacramentos… e sim, porque não repensar… e fazer festa vários Domingos seguidos, se são muitas crianças, e acolher, olhos nos olhos os seus pais, saber-lhes os nomes, ao menos os nomes…

  2. Linda foto que colocas do crisma.
    Também nós aqui, no domingo passado, tivemos que assistir na assembleia ao momento do sim dos nossos filhos. Todos à frente, apenas com os padrinhos, ocupando uma quantidade significativa de bancos, sem que os pais, que os levaram até ali, pudessem ver e acompanhar, com os olhos e com a oração o momento do sim, junto do senhor Bispo. Apenas ouvi,Marta.
    Desses momentos, resta-me a consolação que foi acompanhada pelo catequista, que bem de perto, certamente sorriu e fez o papel de pai e mãe de todos os meninos que levou lá.
    Não é preciso ir para Lisboa. Dentro do mesmo arciprestado, tudo é tão diferente, de paróquia para paróquia. Desde formas a critérios. Há tanta coisa a mudar.
    Se Deus quiser, na nossa primeira comunhão, o coração falará mais alto.

  3. Aqui em Coimbra…
    Os rapazes fizeram as Primeira Comunhão na Igreja dos Padres Franciscanos que é pequenina, pelo que os meninos ficaram sentados no altar e os pais e padrinhos nos bancos da frente. Na altura da Comunhão pudemos ver bem esse belo momento dos nossos filhos.
    A menina fez a Primeira Comunhão na Sé Nova e os pais ficaram no altar com os seus filhos, e comungaram ao mesmo tempo que eles.
    Isso que se passa nessa igreja em Lisboa parece-me muito estranho também.
    Beijo grande

  4. Teresa, fico realmente espantada com o seu espanto. A verdade é que, na minha paróquia, o grupo da primeira comunhão é de 50 ou 60 crianças, e não há bancos suficientes para fazer o que fazem na sua paróquia (1 banco por família). E ficar sentado no fundo da igreja durante a cerimónia é coisa que ninguém faz (só os idosos). Os pais ficam de pé nas laterais junto dos bancos das crianças para verem tudo acontecer. Ninguém tem a expetativa de ver alguma coisa num lugar sentado. Não digo que seja o mais correto, mas é o possível, enquanto os padres não estiverem dispostos a fazer 4 ou 5 cerimónias de primeira comunhão por ano na paróquia.

    • Talvez os padres estejam dispostos, não? E os catequistas também? E todos? Não será que o que se passa é que ninguém parece querer pensar “fora da caixa”? Talvez mudar – a nossa sugestão não é única, claro, e há várias formas de o fazer – seja mais fácil do que parece! Bj

  5. Catarina Silva

    Teresa,
    Eu compreendo completamente o que quer dizer e o que sentiram!
    Eu senti-me assim na 1ª comunhão da minha filha do meio. Foi na rua, com cerca de 100 crianças, o som dos altifalantes era péssimo, debaixo de um sol abrasador. No local onde estávamos não se via nada, tive de ficar à sombra de um pequeno arbusto com o irmão mais novo que só chorava com o calor. As crianças estavam ao sol, sem chapéu e com sede. Foi péssimo e eu senti um grande desapontamento…Tal e qual como descreve neste trecho do texto, que diz tudo:
    …”A mãe da minha afilhada devia ter tido o privilégio de lhe sussurrar palavras importantes ao ouvido, mesmo antes da sua comunhão; de lhe sorrir, de partilhar com ela lágrimas de felicidade, de lhe fazer uma festinha na cabeça durante a missa; de a contemplar no seu vestido longo e branco, que já fora seu, que tantas memórias evocava; de a ver acender as velas dos amiguinhos. De se emocionar. Porque lhe roubaram este direito?”

    Senti, como mãe, que esse direito me tinha sido roubado.
    E sinto que me continua a ser roubado o direito a estar sentada ao lado dos meus filhos na missa, de os olhar, de lhes dar a mão, de os poder saudar na Paz de Cristo…porque os meninos estão com os catequistas.
    No entanto, também é verdade que há pais que se não puderem deixar os filhos com os catequistas durante a missa, já lá não vão. E as crianças, obviamente, também não. Na minha paróquia, muitos pais vão pôr os meninos no inicio da missa e vão buscá-los no fim, tal como fazem no ATL ou na escola.
    Não sei como se reverte isto…Na minha modesta opinião, deveria haver catequese para pais, porque me parece que os pais não entendem bem o que acontece durante a Eucaristia, se entendessem, nada disto aconteceria. Se os pais entendessem como se podem aproximar dos filhos naquele momento, como podem ficar unidos entre eles e Deus e como se criam laços fortes, tenho a certeza que nenhum faltaria…mas os pais não entendem. Infelizmente, não entendem.

    • João Miranda Santos

      Catarina, ninguém lhe pode roubar o direito e dever de ter a sua família reunida durante a celebração da Eucaristia. Por isso sugiro-lhe que comece já no próximo domingo a mostrar a toda a comunidade que o lugar dos filhos na celebração é ao lado dos pais e não no meio da “turma” da catequese.

      • Catarina Silva

        João,
        Obrigada pelas palavras. Desde Outubro deste ano os meus filhos podem estar comigo, porque como fazemos parte do coro, estamos juntos. Mas, coloquei essa questão há uns anos, quando cheguei à paroquia, numa reunião de pais e disseram-me os catequistas que era a única forma de terem crianças na missa. A verdade é que nunca vi nenhum pai/mãe questionar essa realidade. E a verdade é que tenho muita admiração pelo trabalho dos catequistas, pelo esforço e pelo tempo pessoal que despendem e que retiram às suas próprias famílias (alguns catequistas têm filhos pequenos) , para poderem dar catequese e preparar actividades para as crianças. São muitas horas para preparar tudo, para gerir e conciliar actividades e, sobretudo, opiniões e vontades diversas. Quem sou eu para opinar ou contestar a forma adoptada pelos outros? Logo eu, a quem o sacramento da comunhão e da reconciliação está interdito? Não me sinto nesse direito.
        Há actividades que os catequistas preparam com tanta dedicação, com tanto empenho e sacrifício e depois ninguém aparece ou aparecem muito poucos…A verdade é que há crianças que só andam na catequese por causa dos avós, ou para estarem ocupadas sábado de manhã. Algumas dessas crianças estão sedentas de Jesus e alguns catequistas conseguem que elas criem uma relação com Deus de tal forma que os pais acabam por vir à missa por causa delas e começam a rezar em família a pedido delas. E isto também é maravilhoso, porque são as crianças que aproximam os pais de Deus!
        No entanto, e apesar desta realidade existir, não é a ideal. Concordo em absoluto com o que o João, a Teresa e os outros comentadores dizem, de que na missa e nas festas importantes as famílias devem estar juntas. Alias, tal como a igreja nos diz: as famílias nunca se devem separar, porque carga de água se deveriam separar na Eucaristia, ou nos baptismos, ou nas 1ªs comunhões? Não faz sentido.
        Mas aqui nos grandes centros urbanos as realidades são muito diferentes… E é por isso que continuo a achar que deveria haver uma catequese para pais, porque se os pais não têm uma relação com Deus, como podem ajudar os seus filhos a tê-la?

        • Catarina, os filhos “podem” estar com os pais sempre, não só porque agora estão no coro! Desculpe-me a expressão, mas que grande disparate, esse de poderem ou não poderem! Todos podemos estar onde quisermos, não há lugares marcados na missa! Se os catequistas, na sua enorme generosidade, quiserem acolher as crianças que estão na missa sem os pais, pois que acolham. Se não quiserem acolher, não acolham, não têm essa obrigação. Nem sequer a devem assumir. Deve ficar muito claro que é um favor que fazem aos pais, porque são generosos e bons cristãos. A missa não é escola, nem catequese. A missa é o encontro dos filhos de Deus na casa do Pai. Se os pais não levam os filhos à missa, os catequistas não têm culpa nem responsabilidade no assunto, pelo que não devem ficar com sentimentos de culpa por não cuidarem dos meninos na missa. Eles são meros auxiliares da educação para a fé das crianças. Os pais são os responsáveis e devem responder diante de Deus. Bj

  6. Catarina Ramos Tomás

    Vão-me perdoar a inconfidência, mas “adoro” quando a Teresa se passa! :o) Principalmente porque me faz pensar sobre o que eu tenho como adquirido.
    Sou catequista (por sinal do ano da Festa da Eucaristia – 1ª comunhão) e sou mãe (de um rapaz desejoso que chegue o dia de Corpo de Deus), por isso escrevo nesta dupla qualidade.
    Nós por cá, já fomos dando alguns passos e parece-me a primeira coisa importante a dizer. É preciso ir dando pequenos passos.
    Eu fiz a minha primeira comunhão nesta mesma paróquia, que noutros tempos a realizava em Maio. Hoje esta festa é celebrada no dia de Corpo de Deus.
    A disposição dos lugares na igreja é feita do seguinte modo:
    na primeira fila sentam-se as crianças, na segunda fila (por detrás de cada criança) a sua mãe. Na terceira fila sentam-se os pais das respectivas crianças, pela mesma ordem da primeira fila.
    As crianças estão na primeira fila para poderem ser os primeiros a ver, a ver que se passa. A colocação dos pais por detrás de cada criança permite que possam ir aconchegando e segredando aos seus filhos o que for pertinente. A mãe não fica ao lado do pai mas fica à frente, fica próximo.
    Este ano vamos dar mais um passo. Até aqui os meninos aproximavam-se da comunhão sozinhos conduzidos pelos catequistas.
    É magnífico com a diferença nos desacomoda. Este grupo tem a graça de ter uma criança com Trissomia 21 e este ano todas as crianças do grupo serão conduzidas pelos seus pais junto ao altar no momento da 1ª Comunhão (o pensamento foi: talvez o rapaz diferente não estranhe tanto e comungue – diz a Doutrina da Igreja que recebem a comunhão, na fé da sua família. E não é assim com todos?).
    E logo este pensamento se generalizou. É preciso que todas as crianças não estranhem e comunguem. E eu não estranho, quando estou rodeada da minha família.
    Mas parece-me interessante deixar outra observação.
    Sou catequista à muito tempo e todos os anos há 1ª comunhões. Nunca vi nenhum pai ou mãe fazer esta reivindicação de querer conduzir o seu filho ao altar. Por aqui tudo se vai aceitando com uma naturalidade incrível e se não houve “idiotas” como eu (Teresa a culpa também é sua, e depois diz que os vossos testemunhos não têm eco?? francamente!) continuaríamos a ver (ou a não ver) acontecer…

    • Catarina, como adora quando eu me “passo”, e como já somos amigas, vou provocar um bocadinho mais, peço que me perdoe: uma fila dos meninos da comunhão, uma fila de mães, uma fila de pais… e onde ficam os irmãos? Bj

      • Catarina Ramos Tomás

        Está perdoada! :o)
        Estranhamente, nunca se colocou essa questão!
        Os manos do meu filho mais velho, no dia da sua 1ª comunhão, estavam, um no altar, outro ao nosso colo, como o seu António na comunhão do David.
        Mas agora que fala nisso, nunca foi uma questão a considerar. Nunca nenhuma família se aproximou dos catequistas e perguntou: “E os irmãos?”
        É por isso que gosto quando se “passa”, diz coisas diferentes!

        • E eu, que não tenho nada a ver com isto no sentido que não sou católica, também adoro estas trocas mais apaixonadas da Teresa que espoletam várias opiniões – às vezes parece que aceitam tudo “por vontade de Deus” – é bom ver que também se indignam com fervor e convicção contra coisas que realmente não fazem sentido nenhum mas que ninguém contesta, estas e outras, admiro a paixão da Teresa. Para mim ou família está toda junta e próxima ou não vale a pena. Estou aqui a acompanhar-vos quase a ir buscar pipocas 😉

          • Que boas gargalhadas me fez dar agora, Sara! E eu, se me distraio muito, deixo dois à porta da escola, que são horas de os ir buscar 🙂 Bj!

  7. Miguel Ribeiro

    Obrigado Teresa, por estes desafios que vai lançando. Como padre, gosto de leigos que não se conformam com o bom que já temos, quando o Senhor nos partilha o infinito para buscarmos sempre mais.
    De facto, a questão do número de crianças é significativa, mas a sugestão de fazer em várias celebrações pode resolver a limitação de espaço.
    Só uma dúvida: como fizeram a escolha dos lugares? Por ordem de idades? Alturas? Os pais que ficaram lá para trás não se queixaram?

    • Obrigada por comentar, padre Miguel! Geralmente, a escolha dos lugares é por ordem alfabética, com as exceções das crianças que vão ser batizadas também, que ficam à frente, crianças com algum tipo de deficiência ou limitação, e a exceção da minha família, por eu ser a coordenadora do coro e, se ficasse lá atrás, causaria grandes incómodos sempre a deslocar-me para os cânticos. Nunca houve problema em relação aos lugares. Ab

      • Este ano será por ordem de alturas, e não alfabética. Nenhum dos pais se queixou da alteração. O critério da ordem é indiferente. Eu pessoalmente prefiro o de alturas, acho mais equitativo.
        Como todas as crianças estão sentadas junto à coxia central, todos vêm o altar. Esta disposição permite que todos sejam vistos e todos vejam o Sr. padre e o altar.

        • No fundo, como diz a Sónia, pouco importa o critério, porque todos os pais estão ao lado da única pessoa que lhes importa estar ao lado, todos vêem em primeira mão a comunhão dos filhos, e como dizes, todos os meninos vêem o altar e são vistos pelo senhor padre! Outra vantagem é que, assim, os meninos não se distraem uns com os outros. bj

    • Padre Miguel, que boa surpresa!
      Que bom que este tema surge nesta altura em que se organiza a primeira comunhão do Gaspar e em que ainda é possível fazer mais, como diz.
      Eu julgo que a questão da ordem na Igreja não surge, porque no momento mais solene, na hora H de cada um, os pais estão o mais perto possível, como no baptismo, agora não com a criança ao colo, mas ao seu lado. Portanto cada um tem o seu privilégio garantido. Os que ficam lá para trás não perdem nada porque acompanham o seu filho ao altar. Quanto à restante família, acompanham como acompanham os restantes sacramentos. No matrimónio, por exemplo, há sempre alguém que fica atrás e é assim, quer dizer, não há aí um problema própriamente.
      Se houver alguém a queixar-se, ofereço-me desde já para o último banco da Igreja.
      Não nos esqueçamos que cada uma das crianças que vai fazer a primeira comunhão, quando foi baptizada, maioritariamente, era a única. Portanto, entre o baptismo individual e a primeira comunhão em grupo, haverá, de certeza, um número mais do que satisfatório para resolver estes detalhes.
      Parafraseando a Teresa: “não foram os catequistas, mas os pais e os padrinhos, quem prometeu sacramentalmente educar as crianças na fé.” Que sejamos chamados a estar, onde é o nosso lugar. Não seja a Igreja a primeira a ser facilitadora da desresponsabilizaçao em que tantos pais se colocam. Já sabemos, é através dos gestos e dos hábitos que se criam as ideias e o sentido, que se educa. Na Fé e na vivência da Fé é assim também.

  8. E eu, que não tenho nada a ver com isto no sentido que não sou católica, também adoro estas trocas mais apaixonadas da Teresa que espoletam várias opiniões – às vezes parece que aceitam tudo “por vontade de Deus” – é bom ver que também se indignam com fervor e convicção contra coisas que realmente não fazem sentido nenhum mas que ninguém contesta, estas e outras, admiro a paixão da Teresa. Para mim ou família está toda junta e próxima ou não vale a pena. Estou aqui a acompanhar-vos quase a ir buscar pipocas 😉

  9. Rosário Leitão

    Boa tarde, eu vivo numa paróquia da ” área metropolitana ” de Lisboa e não sabia que era possível fazer a celebração da primeira comunhão assim, com essa proximidade, pais e filhos…
    Pela minha experiência, tudo se passa como a Teresa descreveu: meninos à frente com os catequistas e pais atrás. Quando são muitos meninos , a igreja fica tão cheia que não há lugares sentados para todos e aí pode acontecer só ver os nossos filhos no fim ou então no abraço da paz (se eles forem suficientemente habilidosos para nos encontrarem). Sempre aceitei isto como uma inevitabilidade mas hoje :-“tocaram as campainhas”. Como lamento nunca ter tido essa experiência …
    Falta -me a primeira comunhão da minha filha mais nova…..vou fazer a sugestão!!
    Obrigada Teresa por mais uma vez me vir desassossegar
    Rosário Leitão

    • Que alegria, Rosário!!! Em pastoral, não há dogmas nem inevitabilidades. E o Papa Francisco, em A Alegria do Evangelho, fartou-se de dizer que o “sempre se fez assim” não é critério pastoral 🙂 Fico feliz se, com este site, contribuir para uma mudança de práticas, tornando-as mais “family-friendly”! Se puder divulgar o post junto de párocos e catequistas, que bom seria! Só assim, pessoa a pessoa, testemunho a testemunho, se alcançam grandes mudanças. Um beijinho e felicidades para a comunhão da menina!

  10. Teresa, mais uma vez puseste o dedo na ferida. A minha filha mais velha fez a primeira comunhao do domingo da Pascoela e aconteceu-nos uma situacao semelhante. Quando tiver mais tempo,explico o que aconteceu. Resumindo e concluindo, nao é que o fotógrafo tirou fotografias a tudo menos ao momento em que as criancas receberam a comunhao???? E eu, como estava Longe, ocupada com a minha bébé que nao queria estar quieta, nem ao vivo vi(vi) este momento irrepetível, nem pude (re)ver através das fotografias….
    O teu post levou-me a escrever um mail ao responsável da nossa paróquia. Vamos a ver no que dá.

  11. antónio assunção

    Ao ler estes textos, pensei como terá sido a Primeira Comunhão presidida pelo Papa Francisco durante a celebração da missa na Igreja do Sagrado Coração de Rakovsky, onde 245 crianças receberam a Primeira Comunhão e justamente a elas foi dedicada a homilia e comungaram as duas espécies (pão e vinho consagrados)
    Vale a pena ver!… em
    http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/events/event.dir.html/content/vaticanevents/pt/2019/5/6/santamessa-bulgaria-rakovsky.html
    e
    https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-05/papa-francisco-missa-primeira-comunhao-rakovsky.html

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