Em Caná da Galileia...


À sombra do Santuário#1

Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que me há de sair aquele que governará em Israel. (Mq 5, 1)

Quando eu era criança, e depois adolescente, jovem e jovem adulta, passava muitas vezes de comboio na linha norte, entre Aveiro e Coimbra. Como não sou destes lados, mas do interior, de Castelo Branco, desta linha norte conhecia apenas isso mesmo: Aveiro e Coimbra. Das povoações situadas entre as duas cidades apenas sabia o nome, escrito a letras gordas em letreiros nas estações e nos apeadeiros da linha. E era próximo de uma dessas estações – Mogofores – que eu contemplava a torre branca e a imagem de Nossa Senhora, encimando uma belíssima igreja. Então, num gesto que gostava de repetir, rezava interiormente uma Avé-Maria.

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Anos mais tarde, a Senhora da igreja branca quis que eu viesse viver – sem me dar conta – para a beira do seu santuário. Descobri que se chamava Santuário Nacional de Nossa Senhora Auxiliadora, e que pertencia à família salesiana. E foi à sombra deste santuário que, um dia, nasceram as Famílias de Caná.

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Quando Deus quer fazer algo acontecer, Ele começa a soprar o seu Vento de vários lugares diferentes, na mesma direção. A Irmã Lúcia e todos os videntes conhecidos falam num impulso interior, que os fazia movimentar na direção certa, à hora certa. Em História, fala-se em conjuntura. Não sei o que lhe chamar, mas sei que o Espírito anda a soprar aqui para os lados do Santuário. Por um lado, os salesianos estão determinados em fazer do Santuário de Mogofores um lugar central para a sua família, onde Nossa Senhora possa derramar abundantes graças. Por outro lado, as Famílias de Caná, nascidas aqui mesmo, vão espalhando a devoção pelo país e atraindo mais e mais famílias a este lugar sagrado.

Num destes domingos, durante a homilia, o nosso novo pároco, o senhor padre Joaquim Taveira, citou o profeta Miqueias para falar de Mogofores. Como Belém, também Mogofores é um lugar pequenino, escondido dos olhares do mundo; mas como Belém, também Mogofores ficará na História. E porquê? Por uma única razão: porque é o lugar da Mãe d’Aquele que há de reinar em todos os corações.

Nossa Senhora Auxiliadora 2

Não foi o acaso, mas o Senhor, quem escolheu para trono de Maria esta pequenina aldeia da bairrada. Em terra de vinhas e vinho, Jesus recordava certamente o milagre de Caná, e oferecia a sua Mãe o título de Auxiliadora, em honra desse mesmo milagre que trouxe o vinho da festa àquela família do Evangelho. Hoje, em terra de vinhas e vinho, Maria continua a ser a Auxiliadora. E a partir do seu santuário, continua a interceder para que o vinho da fé, da esperança e do amor nunca acabe em nossa casa.

À sombra do santuário há um pequeno quintal abandonado:

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E por detrás do santuário, uma enorme quinta. Quando os meus filhos encontram o portão aberto, brincam à solta a tarde inteira:

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Mas sobre o quintal e a quinta – e preparem-se, que são muitas as surpresas! -, falar-vos-ei num próximo artigo!

2 Comments

  1. Andreia Estanqueiro

    O meu nome é Andreia, não pertenço às famílias de caná, mas tenho seguido com muito interesse o vosso site e quero desde já dar os parabéns e dar graças a DEUS por tão grande iniciativa.
    Tenho 35 anos, vivo na gafanha dàquem ,sou casada e tenho dois filhos uma menina de 3 meses e um menino de 4 anos, são duas bênçãos das grandes de DEUS, para não falar claro do meu casamento que agradeço igualmente ao Omnipotente.
    Preparámos no ano passado o nosso santuário lar em Shoenstatt, que está a ser uma experiência linda a entrega da nossa família e do nosso ser à nossa “Maizinha”, como o meu filho chama à Mãe de DEUS e nossa Mãe.
    Estou de licença da maternidade e nesta fase tenho aprofundado a minha espiritualidade, estão a ser momentos lindos e este site também me está a ajudar.
    Vocês são um testemunho e um exemplo lindo do evangelho, continuem.
    “pela árvore se verão os frutos”

    Obrigada

    • Que alegria, Andreia, saber que caminhamos juntos em direção ao Céu, com a bênção da Mãe, a partir dos seus santuários! O tempo de licença de maternidade é, na verdade, um tempo de graça para crescimento espiritual, que é preciso aproveitar bem! Que Maria vos continue a cobrir de bênçãos! Bjs Teresa

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