Em Caná da Galileia...


Testemunho jovem e missão

Há uns tempos, o Francisco e a Clarinha foram dar testemunho da sua vida de jovens cristãos numa paróquia da diocese de Coimbra, para adolescentes, jovens crismandos e crismados. Neste sábado passado, repetiram o testemunho, aqui no Santuário, para jovens crismandos de uma paróquia vizinha que se encontravam a fazer um retiro de dois dias.

O Francisco e a Clarinha prepararam o seu testemunho com muito cuidado e muito entusiasmo. Não li as suas notas e não os ouvi “ensaiar”, para não lhes roubar a privacidade de um testemunho pessoal. Mas sei que incluía o testemunho de ambos sobre vida de oração e vida de ação e participação na paróquia, bem como de testemunho no mundo. Sei que o Francisco fez magia, como é seu hábito, e que a Clarinha cantou um cântico da sua autoria. Sei que mostraram alguns vídeos e muitas imagens.

“Correu bem?” Perguntei-lhes, quando chegaram a casa.

“Sim, correu”, responderam, e lá foram à sua vida.

Felizmente, no domingo antes da missa pude encontrar-me com o mesmo grupo de jovens, que ainda estava no pátio do Colégio, e falar com a catequista responsável, na esperança de obter mais alguns pormenores. Eis a sua resposta:

“Bem, o Francisco e a Clarinha têm cá uma pedalada! Nunca tínhamos escutado dois jovens tão entusiasmados no seu amor a Jesus Cristo. Os seus rostos iluminavam-se quando falavam de Jesus, e acho que os nossos jovens ficaram sem palavras perante tanta alegria! Foi muito, muito bom.”

Fiquei feliz. Afinal, ambos prometeram dar testemunho da sua fé no dia do seu Crisma, não é verdade? O mundo precisa de testemunhos de alegria e esperança.

As Famílias de Caná estão aqui para isso mesmo, e já várias dão testemunho na sua região e nas suas paróquias. Algumas Famílias de Caná têm dado testemunho nas paróquias umas das outras, pois como sabemos e a Palavra de Deus nos vai dizer este domingo, “ninguém é profeta na sua terra”. Queremos, cada vez mais, este intercâmbio de testemunhos, especialmente num ano pastoral que se quer missionário, segundo o desafio lançado pelos nossos bispos. Vamos apostar na Missão Caná este ano?

Certamente que não faltam por aí também jovens cristãos capazes de testemunhar o seu amor a Jesus Cristo junto de outros jovens, num saudável intercâmbio de paróquias. Alguns são leitores deste site, não é assim?

Fica o desafio! Famílias e jovens, não esperem: contactem o vosso pároco, digam-lhe que estão disponíveis para testemunhar, dêem um passo em frente e contem as razões da vossa esperança às famílias, aos jovens nas vossas paróquias e a outros que vos queiram escutar…

 

3 Comments

  1. Este testemunho e ter alguém que transmita as razões da sua esperança na paróquia é algo maravilhoso, bem que gostava que aqui na paróquia se promovesse assim a Evangelização.

    Uma dúvida Teresa se me puder esclarecer, para termos Fé e acreditarmos necessitamos da Graça de Deus, não basta sabermos os artigos da Fé. Assim, um testemunho como este do texto, o ter catequistas que se empenham mesmo nas imensas dificuldades, o termos a Igreja onde não falta nada e termos acesso aos Sacramentos, tudo isso não pode ser já a Graça de Deus a actuar e a querer que tenhamos Fé, que acreditemos?

    Se para além de tudo isso esperarmos ter um sentimento, uma experiência, uma sensação, um sinal, um ver que ter Fé me preenche e realiza isso não poderá ser da nossa parte estar a pedir demais, estar a ignorar a Graça que nos está a ser dada e esperar os sinais prodigiosos?

    Afinal são duas dúvidas que formam uma só 🙂
    obrigado.

    • Bem haja pela partilha, Francisco! O tema do mês passado, para as Famílias de Caná, foi precisamente sobre a graça, e a nossa forma de acolher ou recusar a graça que todos os dias nos é dada. De facto, estou convencida de que um dos nossos maiores sofrimentos no purgatório será a constatação da nossa ingratidão. Deus dá-nos tudo, e nós agradecemos tão pouco!
      A fé, como diz, não é um sentimento. Geralmente, o sentimento acompanha o despertar da fé, o regresso à Igreja, o recomeçar, para depois ser substituído pelo deserto, esse deserto a que os santos chamam de desolação interior, e depois as duas coisas vão alternando consoante Deus quer. É a forma de Deus nos conduzir. Assim, não nos apeguemos ao sentimento, que é passageiro e, como dizia Santa Teresinha, deve tocar apenas a superfície da alma como a espuma do mar, sem penetrar lá no fundo. Ab

      • Pois é, foi uma feliz coincidência o tema do mês ter sido sobre a questão que coloquei, depois de ter comentado reparei nele e li-o com alegria.

        Encontrei um texto que explica bem este problema de não acreditar e da Graça:
        “Por que alguns não crêem?”
        http://www.cristianismo.org.br/femeio27.htm

        Para acreditarmos e termos Fé é necessário um movimento da vontade auxiliado pela Graça de Deus, não nos bastamos a nós mesmos. Assim, porque alguns não acreditam? Deus não lhes deu essa Graça inicial?
        Pelo contrário, Deus deu e dá várias vezes, nós distraídos ou inquilinados para outras coisas não lhe damos atenção. Por isso não nos chegamos para a Luz, estamos inquilinados para outras obras. E a sociedade actual o que mais tem são outras distracções. Vale a pena ler o texto todo que é bem melhor que este meu resumo.

        Por isso é tão importante da parte de quem acredita que ajude o próximo a não se distrair, a abrir-se e inquilinar-se para a Graça.
        Por isso é tão importante termos igrejas que mostrem a beleza e nos puxem para o Céu e não sejam apenas cómodas para a celebração e para a comunidade.
        Por isso é tão importante ouvirmos falar da nossa morada no Céu, do Reino que há-de vir.
        Por isso é tão importante ouvirmos e falarmos com clareza, sem ambiguidade, para que os nossos corações se coloquem realmente em Deus e não apenas nos afazeres do mundo.
        Por isso é tão importante o silêncio e a beleza na missa, mostrarmos que estamos no local onde o Céu e a Terra se unem.
        Por isso é tão importante fazermos estas coisas para o próximo descobrir a Graça que lhe está a ser dada e não ficar distraído porque já fez tudo para a celebração e comunhão da comunidade, esquecendo a melhor parte.

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