Em Caná da Galileia...


Via Sacra e piquenique

Uma das nossas atividades preferidas da quaresma é a oração da Via Sacra aliada a uma bela saída familiar, nas tardes de domingo. Sabemos que a Via Sacra deve ser rezada preferencialmente à sexta-feira, mas a oração familiar dos dias de semana não pode ser mais “esticada” do que já é, e não queremos, de todo, substituir o Terço. Assim, ao domingo à tarde, estando bom tempo, rumamos a um santuário diferente, apetrechados de bolas, corda de saltar, sapatos de caminhada, um belo lanche e um livrinho com meditações da Via Sacra. E lá vamos nós!

No domingo passado, o passeio foi ao Santuário de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha, aqui pertinho de nós. Que tarde magnífica! O lanche estava delicioso. Que o diga o Daniel:

Embora brilhante, o sol não aquecia o suficiente, e foi preciso partilhar o casaco do pai – é também para isso que os pais servem, não é verdade?

É sempre bom ter uma fonte por perto quando se faz um piquenique. Dá para beber, mas também para refrescar, porque o frio só dura enquanto se está parado!

Depois de um belo biberão, o Daniel ficou suficientemente desperto para perceber que estávamos no seu terceiro piquenique, em três meses de vida. A este ritmo…

Enquanto os mais novos brincavam, sob a vigilância do pai, os mais velhos, o Daniel e eu entoávamos cântico após cântico na capela pequenina. A acústica era maravilhosa, e nós gostamos de louvar o Senhor e sua Mãe cantando nestes lugares. Que paz tão grande!

Por fim, a família reuniu-se ali mesmo e, dentro da capela, demos início à nossa Via Sacra, seguindo depois para o exterior. Como o santuário não tem nenhuma Via Sacra marcada, a Sara ia à frente com a Cruz bem alta (lembram-se da atividade da Cruz, no Acampamento de Caná? Pois foi esta mesma Cruz que nós levámos), e entre cada estação caminhávamos o tempo necessário para rezar um mistério do Terço da Divina Misericórdia e cantarmos um pequeno cântico. O Francisco foi o homem da guitarra e a Clarinha, a fotógrafa de serviço 🙂

Terminámos novamente na capela, cantando cântico após cântico, perfeitamente felizes. Depois, enquanto os meninos brincavam mais um bocado, o Niall e eu conversávamos. Como é importante fazermos estas coisas em família! Como é importante associar a oração – e a oração da Via Sacra, tantas vezes considerada demasiado pesada para uma criança – a momentos tranquilos e felizes em família, onde não pode faltar um belo piquenique!

“Mamã, posso dizer uma coisa?” O António já estava na sua caminha, às nove da noite, mas ainda não tinha dito tudo… “Desta vez, como já sou mais crescido, não estive a brincar durante a Via Sacra. Acho que foi a primeira vez que entendi tudo, os textos todos. E entendi o que Jesus sofreu por nós. Nunca tinha pensado tanto nisso… Agora já sei…” Nove anos, o António, e tão crescido…

Que o Senhor nos ajude, nesta quaresma, a encontrar tempo e vontade de Lhe rezar em família! Partilhem connosco a vossa vivência quaresmal!

8 Comments

  1. Catarina Ramos Tomás

    Cá por casa, rezar em família ainda é uma novidade.
    Ainda não ocupa o horário nobre do nosso dia (rezamos antes de dormir), nem congrega toda a família ( mas já só falta um, lá chegaremos…)
    “Resulta” melhor quando temos uma linha orientadora. No advento sentia-se o entusiasmo a cada história da Árvore de Jessé e neste tempo de quaresma os espinhos da Coroa, foram uma benção. Todas as noites passamos o dia em revista e procuramos retirar um espinho. Ontem a novena de S. José também foi rezada com entusiasmo pois propus rezarmos também pelo pai da nossa família e os rapazes amam este pai.
    Quanto à Via-sacra, na sexta-feira perguntei (ERRO de principiante) quem a queria rezar comigo. Ninguém quis!
    Rezei eu! Entrei no meu quarto e em silêncio, rezei.
    Logo a porta se abriu e um deles apareceu. O que estás a fazer? A rezar. Posso ficar ao pé de ti?
    Pouco a pouco todos foram chegando e acabei a via-sacra (continuando a rezá-la em silêncio) com os cinco no mesmo quarto. (até o pai se juntou – a resolver problemas do trabalho, mas junto a nós).
    Mãe, porque é que rezas? Mãe, tu acreditas em Deus?
    Foi uma via-sacra muito interrompida por eles e também eu fui partilhando alguns pontos que me iam tocando.
    Cá por casa, rezar em família ainda é uma novidade! Mas já é uma realidade!

    • Catarina, experimentem aliar-lhe um piquenique e um passeio a um lugar maravilhoso, e verá como a Via Sacra se torna de repente atraente! E os progressos aí em casa já são mais que evidentes! Bj

  2. Catarina Silva

    Bem, vocês elevam a oração em família a um patamar elevadíssimo! E ainda bem que o fazem, porque provam que é possível fazê-lo em família e com filhos dos 0 aos 20/21 🙂
    Se eu propusesse louvar o Senhor assim, com uma Via Sacra intercalada com um piquenique e muita brincadeira aos pais dos catequizandos da nossa paróquia, eles diriam com certeza que isso era uma actividade gira para fazer com os catequistas, não com os pais! Se eu propusesse louvar ao Senhor cantando numa capela, eles diriam que isso seria para os meninos que fazem parte do coro…
    Conseguem perceber em que patamar estão? É que nós olhamos para cima e dizemos:
    “Xiiii, onde é que eles já vão!!!” Há que correr mesmo muito para conseguir lá chegar! E não podemos perder tempo! 😉

    • João Miranda Santos

      É o que nós sentimos também Catarina, é que não podemos mesmo perder tempo! E foi por já o termos sentido há algum tempo que começámos a implementar hábitos dos exemplos que nos faziam sonhar. A parte boa de criar hábitos é que não demora assim tanto tempo até estarem enraizados, basta fazermos uma série de vezes com convicção e fidelidade e rapidamente aquilo que antes nos parecia um patamar elevadíssimo passa a estar bem ao nosso alcance!

      • Catarina Silva

        Que bom João!
        Uma família que caminha junta e no mesmo sentido é uma Graça imensa! Acho que, por vezes, as famílias que podem viver assim a sua Fé, nem têm bem consciência daquilo que possuem! Tudo podem superar assim, unidos entre vós e Deus.
        Aquelas famílias que têm mais dificuldade em que todos os elementos caminhem no mesmo sentido, têm de fazer um esforço bastante maior. Mas, o Senhor aprecia os grandes esforços e recompensa-os sempre! Desde que os façamos sem lamentações e sem queixumes (parte difícil esta 🙂)

        • Catarina Ramos Tomás

          Catarina, não está sozinha! Esse sentimento não é só seu!
          Na minha família, caminhamos todos no mesmo sentido (já é uma graça de Deus), mas não estamos todos alinhados. Uns vão mais “à frente” na caminhada, outros mais “atrás”.
          Mas tenho constatado a experiência que o João relata. Quando se começa a implementar hábitos que nos fazem sonhar, de repente damos por nós a verificar que afinal não demora assim tanto tempo e tenho para mim que vão ser os filhos a conquistar o pai.
          Hoje de manhã, o benjamim da família (5 anos) perguntava-lhe:
          – “Pai, já tiraste algum espinho?” E o pai perguntou-lhe:
          -“O que tenho que fazer?” E lá ficaram os dois à conversa…

          • Catarina Silva

            Tem razão Catarina, Deus opera verdadeiros milagres através dos filhos…
            Obrigada pelas vossas palavras de conforto!
            Que Deus vos abençoe!

  3. Isabel Marantes

    Que dia tão completo, cheio de actividades que deliciam o corpo…e a Alma! E…em família! Perfeito!

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