Testemunhos


Viver o Natal no meio de imprevistos (2017)

Testemunho da Olívia Batista:

Era véspera de Natal e, à semelhança dos anos anteriores, a família chegada (pais, sogros e irmã) vinham a nossa casa para a consoada.

Algum tempo antes, munida de uma lista, já tinha comprado tudo o que era preciso para a ceia e para a troca de prendas que acontece sempre depois do jantar. Também já tinha pensadas algumas atividades e cânticos para que essa fosse – de facto – uma noite maravilhosa e cheia de encanto!

A véspera decorreu com toda a calma e serenidade, coisa que só aconteceu nos últimos dois anos… descansámos, visitámos os vizinhos, telefonámos aos amigos e familiares que estão longe.

Quando a tarde dava lugar à noite e estava na hora de começar a fazer o jantar, o quadro elétrico desligou-se. Ligámos e desligou-se outra vez. Ligámos mais uma vez e, ao que parecia, tínhamos luz de novo. Mas, nem consegui descascar meia dúzia de batatas e já o quadro se desligara outra vez… desisti de tentar fazer o jantar (que supostamente era bacalhau no forno com batatas) e juntamente com o meu marido fomos – de lanterna na mão – tentar perceber o que estaria a causar o curto-circuito. Por esta altura, as nossas filhas perceberam que a noite de Natal estava em risco de se tornar num pesadelo… Durante muito tempo ligámos e desligámos os vários disjuntores e o quadro ia a baixo vezes sem conta e a paciência começava a faltar.

Era oficial, não havia nada a fazer, estávamos tristes, enervados, as meninas mais velhas praticamente a chorar. Só a mais nova continuava animada como se nada se passasse, porque aos dois anos o ser humano ainda preserva toda a alegria, inocência e confiança na vida.

Liguei aos meus pais e pedi-lhes para não virem à hora marcada, ainda não tínhamos luz em casa e as coisas estavam muito confusas.

Ao que parecia o problema vinha do fogão que tem forno elétrico, por isso nem tentei cozinhar nada… quando a situação parecia piorar só me restava uma coisa: pedir ao Pai que enviasse o Espírito de Sabedoria e que Ele iluminasse o meu marido para que conseguisse detetar o problema. Munida de uma nova esperança que só a oração nos faz sentir, confiei a Deus todas as minhas preocupações e pedi a Maria Auxiliadora que não me deixasse desanimar. E pensei nas famílias sem luz, sem comida, sem amor, não apenas na noite de Natal, mas durante o ano inteiro.

Já perto das nove da noite o meu marido conseguiu descobrir a zona que estava a fazer o curto-circuito – e que não era o fogão – e… fez-se luz!

Desanimada e cansada, mas cheia de vontade de remediar esta noite, deitei mãos à obra: coloquei as batatas e o bacalhau ao lume, e fiz uma coisa que em muitos Natais não tive tempo de fazer: sentei-me à conversa enquanto a comida cozia.

Não tivemos uma comida requintada, mas a família comeu toda junta… não fizemos muitas atividades, mas o essencial não faltou: a grande festa do nascimento do nosso Salvador foi assinalada e ao som de cânticos de Natal o Menino Jesus foi colocado no presépio!

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