Em Caná da Galileia...


À chuva, ao encontro do Esposo!

O retiro de domingo foi maravilhoso. Mesmo. Deus é grande, e nunca Se deixa vencer em generosidade! Tivemos dez famílias, cheias de energia e muita alegria para partilhar.

Começámos por invadir o santuário para a missa dominical. E que bom que é, começar o dia à volta do altar! A homilia do senhor padre Zé Fernandes foi muito forte, muito marcante, muito incómoda – mesmo ao jeito de Jesus. Obrigada, senhor padre!

Depois da missa, tempo para café, bolinhos e alguns jogos divertidos em grande grupo. “Vamos fazer outra vez o jogo do patinho!” Pediam pequenos e grandes. Sim, fazemos! E porque não também o jogo da torre, com os pequeninos a trepar para os ombros dos pais, procurando que, ao contrário do que dizia o Evangelho, desta vez “fique pedra sobre pedra”?

Seguiram-se os trabalhos nos vários grupos: os jovens e adultos comigo, as crianças mais pequeninas com a Sónia Santos e a Isabel Silva, as crianças mais velhinhas e os adolescentes com o Niall. Todos tratámos de aprofundar o tema do Ensinamento Mensal, preparando o coração para o encontro com o Senhor que vem, e já está perto.

Desculpem a escassez das fotos… Estávamos todos muito ocupados!

Em breve, esperamos, o ensinamento deste retiro estará disponível online!

Como chovia e fazia frio e vento, não pudemos fazer o costumado piquenique na quinta. Mas os nossos anfitriões, os senhores padres salesianos, são extremamente generosos, e colocaram-nos a cantina do colégio à disposição. Que conforto, especialmente quando há no grupo tantos bebés e crianças de colo!

Depois, e porque a chuva, o frio e o vento continuavam, rezámos o terço e conversámos um bocadinho em grande grupo na capelinha dentro do santuário, partilhando uns com os outros o que acontecera nos nossos corações e nos diferentes espaços durante a manhã. Os bebés e as crianças pequeninas vão passando de colo em colo, e tudo se ajeita! Trata-se, como a Clarinha costuma dizer ao falar da nossa família, de uma “confusão organizada”, que só tem a ganhar com a presença de todos e em que todos, mesmo os bebés, têm lugar.

“O Senhor vem, e nós queremos ir ao seu encontro. Mas para isso, precisamos de encontrar a saída desta sala”, explicou o João Miranda Santos aos quatro grupos de famílias que formámos, cada um em sua sala nas instalações do santuário. “Como? Procurando as pistas aqui escondidas, claro! A última pista fornecerá a chave para abrirmos a porta.”

Fantástico, João e Sónia! O jogo do “Escape Room” colocou-nos a todos a partilhar conhecimentos bíblicos e de catecismo a partir do Ensinamento Mensal. E apanhou-nos em flagrante: há por aí quem saiba quais as “virtudes humanas cardeais”? Sim? Pois entre nós, poucos conseguiram preencher as palavras-cruzadas quando chegámos a este ponto. Valha-nos o Mr Google nos telemóveis, que o João se esqueceu de confiscar antes de começarmos 🙂 Finalmente, e depois de montarmos um puzzle, encontrámos a chave: “Vigiai e orai”. É isso mesmo que queremos fazer!

Mas o mais giro destas tardes de “brincadeira bíblica” é a partilha que nos forçam a fazer em família. É tão bonito ver pais e filhos, marido e mulher, juntos à procura de uma pista, uma palavra, um pedaço de cartão, como se, por momentos, todos fôssemos novamente e apenas crianças! Não pensem que é fácil – não tanto porque a atividade requer algum esforço (digam lá que sabiam quais as virtudes cardeais, eih?), mas porque, não esqueçam, a maior parte de nós está a brincar, carregando um bebé ou uma criança pequena nos braços. A separação por idades é apenas durante o tempo de ensinamento; tudo o resto, no nosso movimento, acontece em conjunto. E este esforço é um grande elemento santificador das famílias hoje. Vale a pena fazê-lo!

Por fim, e como sempre, tivemos um tempo longo e intenso de adoração do Senhor sacramentado e de confissões. Como é bom, terminar o retiro descansando no Coração de Jesus!

“Mãe, posso ir para casa descalça? Estou encharcada.” É a Sara que me pede. Olho para ela e a sua figurinha pequena está, realmente, bastante molhada. Ainda não respondi, quando surge a Lúcia e, atrás dela, o António. “Estivemos a deslizar pelo telhado. Estava tudo molhado, e por isso estamos sujos e molhados,” explicam. Olho em volta, e descubro mais dois ou três também ensopados. Ou quatro. Ou cinco. Bem, acho que eram bastantes mais. Os que não andaram a deslizar no pequeno telheiro na quinta (shiu, não contem aos senhores padres!), andaram a jogar futebol e a pedalar nas bicicletas à chuva. Parece que nenhuma das crianças se deu conta de que, de facto, esteve a chover o dia todo!

Já era de noite quando conseguimos enfiar os mais novos nos respetivos carros e, porque estava escuro, tivemos algum cuidado para não haver trocas 🙂 Partimos, molhados, cansados e felizes, de regresso às nossas rotinas e à maravilha que é a casa de cada um, já a falar do próximo encontro…

 

 

 

6 Comments

  1. Adorei a reportagem Teresa! O meu Zé Pedro também ficou encharcado! Os ténis ainda não secaram! Mas vinha feliz!

  2. Muito obrigado a Tod@s os que trabalharam para que este encontro entre famílias fosse mais uma ocasião de encontro com o Senhor. Um encontro com a alegria de uma fé vivida pela positiva!

    • Tiveste mais sorte do que eu, Teresa, que só me apercebi das sapatilhas encharcadas 200 e tal km depois! Mas nada de alarmes! Nem um pingo no nariz!
      Agora estou bastante curiosa é para ver a gravação do ensinamento, já vi os vídeos que andaram a ver e a coisa promete! Vê lá se pressionas o técnico!

  3. Confirmo as calças e pés molhados e as brincadeiras no “telhado”! Sem agravamento do estado de saúde, que já era de “pingo ao nariz”!
    Não podia passar sem comentar e mais uma vez agradecer o vosso empenho na preparação dos retiros! E não sou só eu a reparar: Mãe já viste que arranjam sempre atividades divertidas!
    É tão bom poder passar um dia fora das nossas rotinas e afazeres domésticos, só dedicado ao aprofundamento da fé e dos assuntos de Deus! E em Família! Relembro muitas vezes o meu Convívio Fraterno que fiz há 20 anos e que tantas vezes no meio das dificuldades quase esqueci… A Adoração, a Confissão, os testemunhos, os cânticos! Tão bom poder viver assim o Fogo que nos vem do Espírito Santo, e que depois segue connosco para casa e nos vai aquecendo na volta ao dia-a-dia e aos nossos problemas.
    Mãe quando é o próximo? O próximo é mais longe, é em Fátima, nas férias do Natal. Podemos ir?
    Deus queira que sim!
    Bom fim de semana para todos!

  4. COMENTÁRIO A QUATRO MÃOS

    PELAS MÃOS DA JOANA
    Gostei. O que posso dizer mais? Gostei. Gostei muito! Vim, viemos, de coração cheio!
    Não só pelos sorrisos, pela alegria ou pelo desafio do coração a bater na “escape room” (sou claustrofóbica!). Mas porque em Deus tudo é possível!
    Como disse à Teresa, enquanto ela dava o tema as lágrimas iam brotando da minha cara. Somos tão, tão pequeninos! Sou tão pequenina nos sentimentos. Ensinar a um filho como morre um Cristão, não abdicar quando a sua vida e a dos seus seria tão mais fácil se o fizesse… E não o fazer, não por ânsia de poder, mas porque foi ungido, porque ser Rei foi uma escolha de Deus! Quantos passos nos faltarão neste caminho para a santidade? Como ouro no crisol, foi provado, foi sendo moldado pelos dedos do Pai, este beato. E quero eu ser moldada? A verdade é que sim, quero! Mas ser provada? A primeira resposta do meu coração é não! Sofrimento, com sorriso, com o rosto de Cristo na cara… Como é possível? Não consigo ainda dizer que quero. Muito menos passar por contrariedades sem reclamar.
    Mas a ideia de expiar os pecados dos outros, os nossos, mesmo em provas pequeninas, encantou-me. Fez-me ver a minha vida com outros olhos, fez-me ver as contrariedades (contrariedadezinhas) de outra forma.
    Caminhemos, porque só se avança caminhando. Neste caso em particular, de mãos dadas, em família, tornando-nos cada vez mais Santos. Ou pelo menos, como foi o nosso caso ainda hoje de manhã, ao ver que estamos a caminhar mal, a puxar os nossos filhos para este caminho errado e que não os estamos a deixar ver claramente a beleza do Pai!

    PELAS MÃOS DO LUIS
    Teresa,
    A Joana desafiou-me a comentar também eu este post, mas ambos sabemos que foi a ela que o Senhor mais deu o dom da palavra. E, pior que isso, mesmo sabendo que desconhecemos o dia nem a hora em que chegará o Noivo, eu demorei quase uma semana em ter este comentário pronto, quando a Joana o poderia ter enviado quase no próprio dia.
    Acho que o sermos catequistas há tanto tempo é uma das principais razões pelas quais somos tão tocados pelas palavras dos ensinamentos – este pudemos escutar in loco, mas o youtube tem sido nosso aliado poderoso para ouvirmos aqueles em que não estivemos. A história é a mesma de sempre. A parábola das virgens é a que ouvimos e sabemos de cor desde a nossa infância ou juventude. Mas, se a nossa curiosidade já tinha chegado a perceber o porquê das virgens estarem à espera, a resposta nunca nos tinha aparecido de forma tão clara, tão simples, tão percetível e tão dirigida a nós próprios e à vida que tendencialmente levamos. A nós que, ainda por cima, já tínhamos visto “O Violino no Telhado” e deixado passar ao lado a cena que agora voltámos a ver! Andamos a dormir como cinco das virgens?
    Andamos, certamente! E é muito bom ouvir as histórias de sempre contadas de uma forma que nunca tínhamos ouvido porque essa é, acreditamos, a função de um catequista ao anunciar o Senhor: testemunhá-lo a partir da Sua palavra. E quando digo que é muito bom não quero dizer que é agradável (que obviamente também é muito), mas que é um incentivo muito grande à nossa própria conversão, à nossa própria mudança, ao nosso próprio desapego daqueles erros e daqueles pecados que continuamos a fazer porque “certamente ainda tardará a minha hora”.
    Da nossa parte – e agora falo pelos quatro – queremos deixar um obrigado muito grande a todos os que prepararam e cuidaram do Retiro. Os nossos filhos contaram a toda a família e aos catequistas o que tinham feito (o Henrique focou-se bastante na parte dos chocolates que o David e a Beatriz lhe deram, por alguma razão que desconhecemos) e disponibilizaram-se para os ajudar a todos a fazerem céus e estrelas para as respetivas casas. Nós, quase como crianças, também temos andado a dizer a todos aqueles que nos acompanham neste caminho o quão encantados viemos e o quão dispostos estamos a escapar deste quarto do nosso conforto que nos aprisiona e não nos deixa ver a luz do Senhor que se aproxima.
    Rezamos por todos, na firme esperança de que nos encontremos em dezembro!

    • Passo a explicar os chocolates… No Domingo de manhã quando estávamos a sair de casa da minha mãe em Coimbra a toda a pressa a encaminhar meninos para o carro, aparece ela com duas caixas de barras de chocolate para os seus netos e eu lá enfiei aquilo no saco que tinha mais à mão – a pasta com os materiais para o retiro.
      Quase a terminar a actividade a Sara pergunta: ” Há rebuçados? O meu pai (o Niall, que estava com os adolescentes) tem rebuçados para dar… ”
      Ao que eu respondi: ” Não tenho rebuçados… Mas tenho uma coisa muito melhor!”.

      (Ao que parece a única que ficou mal vista foi a Teresa Power… Parece que já prometeu redimir-se para a próxima… Ahaha!).

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