Atividades de evangelização

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A confissão dos pequeninos

No sábado, na nossa paróquia, foi dia de confissões para os meninos dos seis anos. Depois de algumas sessões de preparação e de ensaio, finalmente os mais pequeninos puderam experimentar a alegria do perdão que só Jesus pode dar.

“Cada um de nós é uma ovelhinha de Jesus”, expliquei aos meninos. “Quando fazemos coisas más, coisas feias, como bater, mentir, gritar com a mãe, responder torto ao pai, chamar nomes feios e dizer palavrões, a ovelhinha fica suja. Ficamos todos cheios de lama!”

“Ah! Chamar nomes feios é pecado?” Perguntava um.

“Eu bati num amigo, mas ele estava a pedi-las!” Explicava outro, acompanhando a sua afirmação com gestos apropriados.

“Eu sei bem o que é pecado: é o que um menino lá da escola faz. Ele faz tudo mal! Eu cá nunca me porto mal!” Adiantava um terceiro.

“Eu fiz uma birra quando tinha três anos. Mas isso foi há muito, muito tempo! Foi só uma vez na vida. Tenho de confessar isso?”

Na verdade, a atitude mais comum no grupo era esta: eu não tenho pecados. Eu não me porto mal! Sorri para mim própria com a inocência dos pequeninos, pouco habituados a refletir sobre o que agrada ou não a Jesus. Nas Famílias de Caná, estamos acostumados a educar as crianças na consciência do seu pecado desde muito novinhas, não por qualquer tipo de fobia ou de visão pessimista da vida, mas para que mais depressa descubram o amor misericordioso de Jesus. Procurei acordar também nos pequeninos da nossa paróquia esta vontade firme de receber o perdão do Senhor. Pouco a pouco, foram tomando consciência das suas pequenas maldades.

“Então eu não posso bater nos que me batem?”

“Quando eu minto, é só a brincar!”

“É mesmo preciso vir à missa ao domingo? Que seca!”

“Rezar todos os dias? Bem, isso não faço…”

O Papa Francisco, na sequência dos papas anteriores, tem procurado reforçar nos cristãos a consciência do seu pecado, que está geralmente bastante adormecida. Aos seis anos está-se em muito boa idade para a acordar!

“Quando Jesus nos perdoa, através do senhor padre, é como se a ovelhinha tomasse um belo banho”, continuei. “Fica de novo toda limpinha!”

A Fernanda, catequista do grupo, não pôde estar presente, mas deixou-nos o que tinha preparado em casa: uma ovelha em cartolina castanha. No corpo da ovelha desenhou círculos, e em cada um escreveu um “pecado infantil”: mentir, bater, fazer birra, dizer palavrões. Depois, recortou outro conjunto de círculos e escreveu neles as virtudes contrárias: dizer a verdade, fazer as pazes, dizer palavras bonitas, fazer silêncio, perdoar, obedecer aos pais, rezar. Colou um pedaço de algodão branco no verso de cada círculo de “virtudes” e encheu com eles uma caixinha. A proposta era simples: cada criança que saía do confessionário iria pegar num círculo e colá-lo sobre a ovelha, cobrindo com uma virtude o pecado correspondente.

As crianças ficaram entusiasmadas com a explicação. Na alegria de cobrir a ovelhinha de algodão branquinho, todas tinham pressa em se confessar. O António, que sabe bem os pecados que faz, foi o primeiro a entrar no confessionário, dando o exemplo. Afinal, ele já se confessa há quase dois anos! Depois, ajoelhado, agradeceu a Jesus: “Obrigado, Jesus, porque lavaste o meu coração!” E pegando num pedacinho de algodão, cobriu um círculo da ovelhinha. Um a um, todos os meninos se lhe seguiram, para depois, felizes, cobrirem a ovelhinha de virtudes e de algodão.

O cartaz está na parede do Santuário, para nos lembrar a todos da nossa necessidade de conversão. Ou não fosse pedir perdão e ser perdoado a maior festa que pode haver no Céu…

Qual de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma, não abandona as noventa e nove no deserto e vai em busca daquela que se perdeu, até a encontrar? E achando-a, alegre a coloca sobre os ombros e, de volta para casa, convoca os amigos e os vizinhos, dizendo-lhes: “Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida!” Eu vos digo que do mesmo modo haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento. (Lc 15, 4-7)

A Marisa Milhano leu aqui no site sobre esta atividade e logo tratou de a divulgar junto dos seus colegas catequistas. E que sucesso! Depois enviou-nos as fotos:

Como havia cerca de cinquenta crianças no grupo, a ovelhinha é bastante maior. Em vez de usarem tufos de algodão, preferiram os discos desmaquilhantes, e sobre cada um colaram um coração de papel com o nome da virtude inscrito. Obrigado, Marisa, pela partilha!

 

 

 

 

 

One Comment

  1. Bela ideia, a da “ovelha perdida”que é encontrada

    Belo exemplo, o das crianças, desde tenra idade ficarem a conhecerem o perdão de Deus.

    tudo de bom, e abraços

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