Pela sua profissão, o Niall viaja muito. Na semana passada, o trabalho levou-o a Vilnius, na Lituânia. Quem conhece a mensagem da Divina Misericórdia e a vida de Santa Faustina sabe que Vilnius está intimamente ligada às visões que Santa Faustina teve de Jesus Misericordioso. Foi em Vilnius que Jesus lhe pediu que pintasse a sua imagem, de Coração trespassado jorrando água e sangue. E foi um artista de Vilnius que pintou esta mesma imagem, sob a orientação de Santa Faustina. A imagem original, ligeiramente restaurada, encontra-se desde o ano 2004 para veneração na Capela da Divina Misericórdia, no centro de Vilnius. Aí, os crentes são convidados a participar da adoração perpétua do Santíssimo Sacramento e, às três horas da tarde, segundo o pedido de Jesus, da Hora da Misericórdia.
Eu não gosto propriamente de viajar, pelo que não costumo invejar o Niall nas suas deslocações. Mas desta vez foi diferente. Ir a Vilnius! Poder visitar a Capela da Divina Misericórdia e ficar ali a rezar, diante da imagem que Jesus mesmo encomendou e do Santíssimo Sacramento! Há gente com sorte, pensei.
“Não tenhas inveja, que eu não tenho praticamente tempo livre nestas minhas viagens”, disse-me o Niall, em jeito de consolação. “Mas vou fazer o possível por visitar a capela, claro!”
E aconteceu que, na tarde de sexta-feira, o Niall descobriu ter algumas horas livres antes do voo de regresso. Os colegas internacionais de trabalho desafiaram-no:
“Vem connosco! Vamos fazer umas compras, visitar uns museus, coisas assim!”
Mas o Niall respondeu-lhes: “Não, obrigado. Eu quero visitar a Capela da Divina Misericórdia.”
“A quê?”
“Bem, uma capela especial, que tem um ícone especial… Deixem estar. Depois encontramo-nos no aeroporto.”
Não foi fácil encontrar a capela. Ninguém na universidade de Vilnius, a quem o Niall perguntou, a conhecia. E no posto de turismo, a funcionária precisou de consultar o mapa para saber a que é que o Niall se referia. O Niall estava surpreendido: Não devia esta capela ser imediatamente reconhecida, ao menos pelos habitantes da sua cidade? Afinal de contas, o culto à Divina Misericórdia ganhou, com S. João Paulo II, alcance mundial; e no Jubileu da Misericórdia, as mensagens de Jesus Misericordioso foram amplamente divulgadas…
Por fim, o Niall chegou à desejada capela. Que emoção! Lá dentro, a imagem de Jesus Misericordioso parecia envolver tudo no seu amor. E sobre o altar, na custódia, estava o próprio Jesus Misericordioso, exposto à adoração dos crentes.
“Jesus está aqui!” Escreveu-me ele numa mensagem, dando-me a boa notícia de que tinha diante de si duas horas de adoração. Pelas três da tarde em Vilnius, uma da tarde em Portugal, o Niall escreveu-me: “Vão começar agora a rezar o Terço da Divina Misericórdia…”
Três horas da tarde de sexta-feira, hora da misericórdia. Jesus explicou a Faustina que a essa hora, nesse dia, o céu está sempre aberto, e as graças jorram sem parar:
Todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas, mergulha-te na Minha Misericórdia, adorando-A e louvando-A. implora a omnipotência dela para todo o mundo e, de modo particular, para os pobres pecadores, porque nesse momento, foi a Misericórdia aberta plenamente para toda a alma.
Nessa hora, podes requerer tudo o que peças por ti e para os outros. Nessa hora realizou-se a graça para todo o mundo. A Misericórdia venceu a justiça. (Diário nº 1572)
Fiquei a pensar na bênção que o Niall recebeu de poder passar duas horas ali, diante de Jesus, naquele lugar santo. Por mensagem, encomendei-lhe uma série de intenções de oração, particularmente as Famílias de Caná, embora soubesse que não precisava de lhe lembrar. Era a minha forma de participar da sua oração.
Depois lembrei-me que também eu tenho a graça de passar muito tempo diante de Jesus, o mesmo Jesus misericordioso, todos os dias, num santuário que também a maior parte dos cristãos do nosso país e até da nossa região desconhece: o Santuário Nacional de Nossa Senhora Auxiliadora…
Jesus vive em cada sacrário, e revela o seu amor misericordioso sobre cada altar, seja numa igreja de Fátima, de Roma, de Vilnius, de Mogofores ou da mais esquecida aldeia cristã. Ele está tão perto de cada um de nós, e contudo é tão desconhecido! Que aconteceria se todos os habitantes das nossas terras descobrissem que Jesus habita ali ao lado, na sua igreja paroquial? Então, como o santo Padre Pio dizia, iríamos precisar da ajuda da GNR para controlar o trânsito à porta das igrejas…
Que bom! Grande Graça a de ir percorrendo os caminhos de Salvação! O nosso coração é Templo maior do Senhor, mas precisamos do Santuário, precisamos de concretizar e e de aí O encontrar! Um beijinho!
Obrigado Teresa por partilhar a foto da capela da Divina Misericórdia!