Em Caná da Galileia...


A estrela de Natal

Acabo de chegar a casa, depois de ter ido ao cinema com a família e mais dois amiguinhos ver A Estrela de Natal.

Este ano, em que pela primeira vez a maior parte dos meus filhos não está numa escola católica, fui presenteada com duas festas escolares de Natal sem Menino e sem Presépio, porque “todos já estão cansados da velha história do Natal, e precisamos de nos atualizar e variar um pouco”. Por isso não resisto a partilhar aqui a maravilha que é este filme. Vale a pena tirar uma hora e meia aos nossos afazeres, juntar-lhe a outra hora e meia de passeio em família de carro ou a pé, com direito a pipopas e muita excitação, e ver o filme. No meio de tanta desgraça ética que caracteriza o cinema de Hollywood, A Estrela de Natal é um filme profundamente fiel à mensagem do Natal. Não, a história não está ultrapassada, e pode ser contada com muitas gargalhadas à mistura, sem perder nada da sua originalidade e profundidade.

A começar por Maria e José. “Maria, quem sou eu para cuidar de um Rei?” Pergunta José, que até ao momento do nascimento está confuso e atrapalhado, mas mantém a esperança e a fé em Deus e Maria inabaláveis. Maria, por sua vez, é uma rapariga simples e pobre, generosa e carinhosa, profundamente crente, que não duvida da Palavra que lhe foi confiada. E ambos partilham um amor dos verdadeiros, daqueles capazes de dar a vida um pelo outro.

A história acontece através dos olhos e do pensamento dos animais do presépio: o burrito teimoso, a ovelha pouco cuidadosa com o “espaço pessoal” dos outros, habituada como estava ao ambiente de rebanho, os camelos cansados da sua longa viagem. E é só quando cada um destes animais desiste de procurar fazer o que bem lhe apetece para cumprir a tarefa que lhes é confiada em cada momento que descobre o seu lugar no Presépio. Para sua surpresa, ao desistirem dos seus sonhos de grandeza descobrem que estão ao serviço do maior dos Reis.

E os maus? Os maus lá estão, como na Bíblia, à espera do seu libertador. “Agora és livre, não precisas de continuar a ser mau”, diz o burrito ao cão de Herodes quando o salva da sua corrente. Não é esta a mensagem do Evangelho? Adquirir a liberdade interior que nos permite alcançar a santidade?

O filme faz-nos dar boas e fortes gargalhadas. Deus tem sentido de humor, e a alegria do Natal é para ser partilhada. Nós rimos bem alto no cinema, divertidos com tanta aventura animal. Nunca mais vamos olhar para o burrito, a vaca, as ovelhas e os passarinhos do presépio da mesma maneira! “Há nove meses que não se consegue dormir aqui no estábulo por causa daquela luz”, explica a vaca ao burrito, quando ele chega à procura de um lugar para Jesus nascer. Referia-se, claro, à luz da estrela. “Então é aqui que Ele vai nascer!” Entende o burrito. “Nascer? Um bebé vai nascer aqui? Agora é que não vamos mesmo conseguir dormir!”

Riam. Divirtam-se. Contemplem. Meditem. Façam-se próximos de Maria e de José, dois jovens confusos, mas com um coração alicerçado no Amor de Deus. Aprendam com Maria a rezar, como o burrito aprendeu. Descubram como Deus sempre responde às nossas orações, mesmo que de início não entendamos a sua resposta, e como Ele nos envia sinais, por muito estranhos que nos pareçam. Vão ao cinema neste Natal. Vamos comprar bilhetes e enviar assim uma mensagem a Hollywood: “Gostámos de vos ver produzir um filme profundamente cristão. Podem continuar, que nós cá estamos para apoiar!”

Continuação de um Santo Natal a todos!

E já agora – não se esqueçam de se inscrever no Retiro de Natal em Fátima, já no próximo sábado dia 30! Tirar um dia para pensar no Natal, nesta época – não valerá a pena? Visitem Eventos e inscrevam-se!

3 Comments

  1. Eu tambem fui ver teresa e adorei! Ri me imenso e acho que é um belíssimo filme! Feliz Natal para todos

  2. Marisa Milhano

    Mal posso acreditar que vocês também foram ver o filme! Nós também fomos (há 6 anos que eu não ia ao cinema!) e simplemente adoramos!!

    Este ano, na nossa paróquia, para a festa de Natal tentou-se pensar em alguma ideia fora do habitual. Um dia a nossa maravilhosa coordenadora da catequese sugeriu juntarmos todos os grupos de catequese e irmos ao cinema ver este filme. Juntamos as 2 paróquias (eramos cerca 260 pessoas!) e alugamos uma sala de cinema. E os nossos 2 padres também poderam ir, o que ainda foi mais especial.
    Fiquei com a sensação de que todos, independentemente da idade, meninos pequeninos, adolescentes, pais e avós, adoraram o filme!

    Também vim com muitas falas e cenas na cabeça – o burro que tenta juntar os cascos para rezar como viu Maria fazer “Deus, eu não sei se ouves a oração dum burro”. Sim, Deus ouve sempre as nossas orações, mesmo quando somos burros e teimosos.

    A minha parte favorita do filme foi a cena do perdão dos cães do rei Herodes, cujo dono está disposto a sacrifica-los para se salvar a si próprio, mas que o burro e os outros animais fazem de tudo para salvar. Sim, apesar de todo o mal que esses cães fizeram… foram perdoamos nos últimos minutos – Deus (e nós devíamos sempre também) está sempre disposto a perdoar-nos, sempre!

    Oh, que filme maravilhoso, tão bem feito e com tantas mensagens profundas … maravilhoso!

    Obrigado por teres escrito este post Teresa!
    Beijinhos e vemo-nos em Fátima

  3. Também conheço um grupo de catequese que vai ver este filme em conjunto. Que excelente ideia!

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