Oração familiar, quinta-feira da semana passada. O Evangelho é curtinho, por isso o António tem direito a ler:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.» Jo 15, 9-11)
“Hoje já compreendi melhor. Nos últimos dias, Jesus fala e ninguém entende!” Desabafa a Lúcia, que não acha muita graça ao Evangelho de S. João.
“Jesus continua a falar do Pai, e a falar de amor. É uma conclusão dos últimos dias”, explica a Clarinha.
“E Lúcia, este longo discurso de Jesus foi transformado num cântico que tu gostas de cantar na missa: «Como o Pai me amou…»” O Francisco, de guitarra na mão, dá o tom.
“Agora queria que alguém me dissesse qual é a conclusão de Jesus. Quem se lembra do último versículo?” Interrompo.
“…”
“Ninguém? António, podes ler de novo, por favor?”
Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
“Então o que precisamos de fazer para vivermos sempre alegres?”
“Cumprir os mandamentos de Jesus!”
“Amar!”
“Fazer a vontade do Pai!”
“Exato. Quer isto dizer que, para sermos felizes, não é boa ideia passarmos o tempo à procura da felicidade, de sensações agradáveis, de sucesso, de fama ou de dinheiro. Nem sequer de amigos. Ou de boas notas. Ou de ideias inteligentes. Se quisermos realmente a felicidade, temos de nos concentrar numa outra coisa…”
“Concentrar em sermos santos?”
“Sim, David. Só os santos são realmente felizes. Porque só os santos realizam plenamente a vontade do Pai, amando como Jesus amou. E segundo a promessa de Jesus, quem assim faz vive na mais perfeita alegria.”
“Por isso é que os Atos dos Apóstolos, que lemos todos os dias, falam tanto de alegria!” A Clarinha já antes tinha constatado a abundância da palavra “alegria” nos Atos. “Os discípulos estão felizes pelas coisas mais disparatadas: são chicoteados, presos, escarnecidos e expulsos das sinagogas, e ficam cheios de alegria!”
“Aprendamos com eles: se queremos que a nossa alegria seja completa, concentremo-nos em amar, em fazer a vontade de Deus, em cumprir os mandamentos do Senhor, tal como nos são transmitidos pela Igreja.”
“Como dizia Domingos Sávio, mãe: a santidade consiste em estarmos sempre alegres. E D. Bosco queria que os meninos estivessem sempre alegres.” A Lúcia aprende muito no seu colégio salesiano!
Santidade e alegria são, afinal, uma e a mesma coisa…