Na vigília de oração das Jornadas Mundiais da Juventude, o Papa Francisco falou de um tema extremamente atual e importante: o sofá. Senão escutem:
Há uma paralisia que brota quando se confunde a FELICIDADE com um SOFÁ! Sim, julgar que, para ser felizes, temos necessidade de um bom sofá. Um sofá que nos ajude a estar cómodos, tranquilos, bem seguros. Um sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir – que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos videojogos e passar horas diante do computador. Um sofá contra todo o tipo de dores e medos. Um sofá que nos faça estar fechados em casa, sem nos cansarmos nem nos preocuparmos. Provavelmente, o sofá-felicidade é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar; porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos enquanto outros – talvez os mais vivos, mas não os melhores – decidem o futuro por nós. Certamente, para muitos, é mais fácil e vantajoso ter jovens pasmados e entontecidos que confundem a felicidade com um sofá; para muitos, isto resulta mais conveniente do que ter jovens vigilantes, desejosos de responder ao sonho de Deus e a todas as aspirações do coração.
O papa falava para jovens que estão há uma semana a dormir no chão e que iam passar a noite ao relento, dormitando por entre horas de adoração. “As costas começam a não me doer, pois já estou acostumado ao chão”, escrevia o Francisco numa mensagem, brincalhão como costume. O impacto desta palavra do Papa terá sido mais forte ainda dado o contexto em que foi proferida.
Cá em casa, pusemos de imediato em prática a palavra do Papa: nessa mesma noite, regressámos à oração no chão, sentados ou de joelhos, depois de dançarmos alegremente ao som de algum cântico. É que há algum tempo que, com a desculpa do cansaço físico ao fim de dias cheios de brincadeira, andávamos a facilitar, e até havia dias em que cantávamos sentados!
Deixar o sofá na hora da oração é pouco, mas é também imenso. Porque a Deus, dá-se sempre o melhor de nós mesmos. Não é a mesma coisa rezar bem recostado num sofá ou rezar com um pouquinho menos de conforto, fazendo um pouquinho mais de esforço para com o Senhor.
Depois, é preciso deixar o sofá interior e partir em missão, em todos os momentos da nossa vida…
Realmente, o cansaço aliado ao sofá é uma dupla explosiva! Tive um professor que nos dizia frequentemente “Vá, vá, meninos toca a combater a inércia”. Precisamos de sair da nossa zona de conforto, e verificarmos que há vida para além do nosso “sofá”!