Em Caná da Galileia...


E na Suiça, construímos sobre a Rocha!

“Está na hora de fazer um novo retiro para famílias aqui na Suíça”, dizia-nos há uns tempos a Natércia. Ela e o marido, o Martinho, são Família de Caná, depois do primeiro retiro para famílias que fizemos em Zurique, em 2018, e que podem ler aqui   e aqui. Ambos fazem um trabalho de evangelização fantástico, conduzindo muitas famílias ao Senhor. Podem ler sobre o seu compromisso de Família de Caná aqui.

E foi assim que começámos a organizar este retiro. A missão portuguesa em Zurique organizou-se para nos levar até lá no sábado dia 18, comprando bilhetes, encontrando quem nos transportasse para os diversos locais, quem nos cozinhasse as refeições, enfim, não podiam ter feito mais. O senhor padre, com uma generosidade e um desprendimento admiráveis, saiu da sua própria casa para nos alojar a todos; algumas famílias tiraram férias na segunda-feira, para nos transportarem e para nos servirem belas refeições na sua casa, autênticos banquetes, com honras muito superiores ao necessário. Quanta alegria, generosidade e partilha! Sentimo-nos profundamente acolhidos e amados, e ficámos encantados. Bem hajam! Não esqueceremos!

A noiva do Francisco, a Angélica, foi ter connosco vinda de Espanha, onde ainda vive, para assim poder participar num retiro sobre o tema da família com o Francisco, como preparação para o seu matrimónio no próximo dia 13 de maio. Que bom estarmos todos juntos num país estrangeiro, em ambiente de retiro, de família e de amizade!

O retiro aconteceu no domingo, num salão paroquial em Zurique, com o tema “Construir a Casa sobre a Rocha”. Pudemos participar na missa em português, celebrada todos os domingos para a comunidade emigrante. Durante o dia, eu fiz ensinamentos sobre família, enquanto o Niall e a Clarinha trabalharam com as crianças e os jovens. O Francisco brindou-nos com um excelente espetáculo de magia e evangelização, que arrancou gargalhadas sonoras de todos. Rezámos o Terço, louvámos o Senhor, cantámos, brincámos. Acima de tudo, os corações abriram-se à graça e ao toque de Jesus. Foi lindo!

Segunda-feira, os nossos amigos levaram-nos de manhã muito cedo ao Santuário da Virgem Morena, no cantão vizinho. Aí rezámos, abismados pela beleza da arquitetura e da pintura do mosteiro onde vive a comunidade de monges beneditinos, arte que vem de um tempo em que a Bíblia era não só contada, mas também e sobretudo desenhada.  “Parece que estamos a entrar no Céu!” Disse eu com convicção, ao ver como todos éramos impelidos a levantar os olhos para contemplar a Palavra feita imagem, cor e beleza, e como esta mesma Palavra se desdobrava à nossa frente, à medida que avançávamos, em mais e mais imagem, cor e beleza.

A Virgem Morena, representada por uma escultura que tem mais de quinhentos anos, acolheu-nos com carinho de mãe. O silêncio era quase palpável. Como é bonito, quando o silêncio é respeitado! Bem, o Daniel não resistiu a interromper o silêncio, rezando em alta voz a Avé-Maria, várias vezes seguidas. Se o mandávamos calar, ele explicava: “Estou a rezar!” Não havia dúvida, claro. Acho que Maria não levou a mal 🙂

“Lembras-te da igreja onde parecia que entrávamos no Céu?” Diz-me ele várias vezes ao dia, desde que voltámos. Não se vai esquecer tão depressa!

Cá fora, sob um céu azul luminoso, esperava-nos um tapete branco de neve, recortada por erva verde primaveril. Ena, como é bom brincar! Que belo presente Maria nos tinha reservado!

À tarde, passeámos por Zurique. Vimos as montanhas cobertas de neve ao longe, o lago dos cisnes – literalmente! -, as igrejas, as fontes, as pessoas.

Para o Daniel, o melhor de tudo foram os meios de transporte: o avião, claro, mas também o comboio, os elevadores (quem diria que um elevador seria uma novidade tão grande?!), as escadas e os tapetes rolantes. Nós riamo-nos da sua alegria pura e ingénua. Como é fácil fazer uma criança feliz! Subir e descer várias vezes seguidas num elevador, ver passar comboios, e saltar das escadas rolantes – há lá melhor? 🙂

Regressámos a casa na terça-feira de carnaval, com o coração cheio e a cabeça a fervilhar de ideias para continuar o trabalho com as famílias emigrantes. Há tanto a fazer, e tanto a aprender! Mãos à obra e elevadas em oração!

Algumas famílias da Suiça vão fazer connosco o Caminho de Emaús, apesar da diferença horária (uma hora mais tarde na Suiça) e do imenso esforço que terão de fazer, num país onde se começa a trabalhar às sete da manhã.

E vocês? Já se inscreveram no Caminho de Emaús? Está quase!!!! Vamos lá! Se ainda o não fizeram, vejam o post e inscrevam-se aqui! 

 

 

 

 

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