O Acampamento de Caná é sempre o evento mais esperado do ano para muitas crianças e adolescentes. Os nossos filhos suspiram várias vezes por ano: quando chega o Acampamento? Também nós, os adultos, gostamos especialmente deste tempo de férias familiares, misturadas com retiro, com louvor, com adoração, e com partilha entre famílias.
E foi isso mesmo que aconteceu. Éramos, entre adultos e crianças, cerca de cinquenta pessoas, distribuídas por doze famílias. Alguns já nos conhecíamos de longa data, outros fizeram a sua primeira experiência com as Famílias de Caná. Como sempre, fomos recebidos de braços abertos pelos salesianos, em cuja quinta se encontra o Canto de Caná, nosso pequenino oratório.
A animação foi completa desde o primeiro momento, onde a montagem das tendas aproximou uns e outros numa entreajuda típica de irmãos. Os patins, skates e bicicletas logo inundaram o pátio do santuário salesiano, e até as crianças que nunca tinham experimentado um par de patins nos pés, saíram do acampamento a patinar. Houve basquetebol em patins, houve jogo das apanhadas em patins, e houve alguns tombos em patins; houve corridas de bicicletas, e o campo de futebol sintético nunca esteve desocupado. Pequenos e grandes, pais e filhos, todos quiseram chutar a bola em algum momento do dia – ou da noite.
Se a noite era ótima para jogar às escondidas entre as tendas, já a madrugada, ainda antes das seis da manhã, convidava os mais novos a chutar a bola no campo. “Vocês não dormem?” Perguntavam os pais, sonolentos. “Não viemos cá para dormir”, foi a única resposta que obtivemos…
A Família Ramos Tomás preparou duas manhãs de jogos familiares, que a todos arrancaram grandes gargalhadas. Brincar em família, pais e filhos juntos, marido e mulher juntos, é um dos pontos mais característicos do Movimento. A Catarina, que como organizadora dos jogos, teve a oportunidade de observar as várias famílias a jogar, uma após outra, comentou comigo no final: “É tão giro ver como todas as famílias são diferentes. Umas são extremamente competitivas, outras, super batoteiras, outras levam tudo descontraidamente, outras não deixam escapar nenhuma regra… É o máximo!” A jogar, de facto, aprendemos imenso sobre a nossa própria família e encontramos ferramentas para a fazer crescer em virtude.
Na tarde de sábado, tivemos uma bela catequese. Os mais novos fizeram uma caça ao tesouro bíblica, com a Isabel Marantes e a Estela Silva; os adolescentes meditaram sobre a vontade de Deus, com a ajuda do Niall; os jovens e os adultos trabalharam comigo o tema da vontade de Deus, com tempo para conversarem dois a dois ou para rezar em silêncio, longe dos pequeninos, que continuavam bem ocupados a correr pela quinta em busca de pistas de santidade. Uma bela tarde!
Os momentos das refeições foram verdadeiras Bodas de Caná, entre os piqueniques que levámos de casa, e as refeições que cozinhámos na cantina e na churrasqueira dos salesianos, sobretudo graças à Célia Varandas, uma querida mãe de Caná de Mogofores. Quanta alegria e quanto apetite à volta daquelas mesas!
Rezámos o Terço, cantámos os nossos louvores com muitos gestos e muitos cânticos alegres, adorámos o Senhor no Santíssimo Sacramento, tivemos oportunidade de nos confessarmos, celebrámos a Eucaristia. Férias sem Deus por perto não são férias cristãs!
E como sempre, o momento alto do Acampamento foi o Serão Bíblico, este Serão único e tão característico do nosso Movimento. Durante duas horas, assistimos às representações da Bíblia de cada família, uma após outra, intercaladas de cânticos, aplausos e gargalhadas, sem nos cansarmos, sem darmos conta pelo tempo a passar. Estes serões estão ganhos à partida, porque a melhor parte já aconteceu antes de chegarmos ao acampamento: o tempo passado, em família, a decidir o que fazer, a ensaiar, a contar histórias. O momento da representação, no dia do serão, é tão simplesmente o culminar de uma belíssima caminhada familiar, e é comovente ver como os mais pequeninos são capazes de demonstrar o trabalho feito, na sua capacidade de memorização e representação, com gestos adequados à sua idade. Ao longo dos anos, estes serões bíblicos têm ensinado as mais variadas histórias da Bíblia a pequenos e grandes, e quando elas surgem, durante o ano litúrgico, nas leituras do missal, todos identificam o episódio a partir destas representações.
Terminámos muito, muito depois de arrumadas as tendas, limpo o campo e os espaços da cantina e das casas-de-banho, despejado o lixo. É que ninguém queria ir embora. Os patins, as bolas e as bicicletas continuaram até muito, muito tarde… “Quando é o próximo retiro?” Cá vem a pergunta da praxe!
Boas férias a todos!
Uma maravilha! Dá gosto.
Olá, Teresa, que bom que mais este retiro correu tão bem. À semelhança de retiros anteriores, vai publicar a sua catequese, neste caso sobre a vontade de Deus?
Um beijinho
Olá Margarida!
Não, desta vez não conseguimos gravar por falha técnica. Mas certamente terei oportunidade de repetir o ensinamento para outros grupos, se se proporcionar! Bjs!