O belo mês de maio chegou.
Maio é sempre, para mim, um misto de alegria e de dor.
Em maio, há muitos, muitos anos, era eu caloira universitária, o meu pai partiu para o Céu, depois de cinco longos anos de doença oncológica.
Em maio, há catorze anos atrás, também o Tomás partiu para o Céu, depois de alguns meses a lutar contra um tumor cerebral maior do que ele.
Durante vários anos desde a morte do Tomás, o dia 13 de maio foi um dia triste, em que a custo conseguia conter as lágrimas. Nesse dia, o Tomás regressara a casa para morrer. Deixara o hospital carregado de tubos e soros, um pouco para surpresa dos médicos e enfermeiros que dele cuidavam e que, embora tivessem concordado com a nossa decisão, a achavam difícil de praticar por toda a logística que ela implicava. Mas quando o Tomás se viu no seu quartinho, ainda foi capaz de exprimir o alívio que sentia, num olhar prolongado de gratidão. Valeu a pena! Morreu seis dias depois.
Pouco a pouco, maio recuperou a sua beleza e leveza na minha vida, e fui-me reconciliando com a primavera. E pouco a pouco, o dia 13 voltou – quase – a ser apenas o maravilhoso dia de Nossa Senhora.
Mas este ano, tudo mudou novamente, e sou tomada de novos sentimentos de dor e de revolta. As lágrimas estão novamente sempre prontas a correr, e os pensamentos estão turvos. E não, não é por causa do Tomás.
O meu jardim diz-me que a primavera já está a espreitar, e os pirilampos que já iluminam a noite teimam em me fazer acreditar que sim. As rosas que a Sara apanhou para colocar sobre o altarzinho de Nossa Senhora repetem-me que é o mês de Maria. E Maria rima com alegria.
Ou não?
Porque este ano, maio vai ser mais longo do que o costume, de uma lonjura imensa. Tomáramo-nos já no último domingo do mês! Dia em que nos reencontraremos, Senhor, diante do Teu altar, e Te acolheremos no nosso coração.
Entretanto, é preciso que sejamos Igrejas Domésticas fortes e corajosas. Estamos prontos? O ensinamento mensal está aí, para nos unir nesta missão que é específica dos leigos e que ninguém poderá viver por nós. Não a deleguemos! Não nos conformemos com este mundo! Não baixemos os braços! A cada um de nós cabe catequizar e abrir as Escrituras à família que vive em nossa casa. Somos capazes, sim, porque fomos ungidos. E é o mínimo que podemos fazer pelo Senhor. Vamos a isso!
Um santo mês de Maria!
Que o Manto de Maria se sinta protector nestes tempos de provação… que saibamos fazer tudo o que Ele nos disser!
Que as nossas pequenas famílias se mantenham como igrejas caseiras, para que a Universalidade da Igreja se não perca!
Maio é o vosso mês de reencontro no Céu… e só Cristo poderá ser bálsamo do indizível…~
Está tão lindo o vosso terço! Mistério após Mistério na contemplação do Amor… beijinhos!!!
Continuaremos alimentando a Igreja Doméstica mas penso que os inimigos da Luz são espertos e não compreendo como foi possível o que se viu ontem em Lisboa com a autorização dos festejos do 1 de Maio na Alameda em que vieram autocarros fretados com pessoas de outros concelhos quando há para além do estado de emergência a proibição de circulação entre concelhos. Não compreendo como, acabado o estado de emergência se retomam na sociedade alguns serviços e os cristãos não possam celebrar presencialmente a sua fé na Eucaristia comungando,… Temos de ser prudentes mas somos inteligentes e a obediência cega não é boa. Penso que precisamos fazer chegar aos nossos Bispos as nossas perplexidades e pedir diligências pois a saúde espiritual é necessidade básica.
Pedir, perguntar, questionar não é ir contra a obediência, Teresa, tem toda a razão. Até porque, neste ponto, nós não temos como desobedecer, como eu escrevi já antes! Por isso partilhámos no Facebook a petição para o retorno da Eucaristia dominical. Amanhã é Domingo do Bom Pastor, e o bom pastor é aquele que leva as ovelhas a verdes prados. Bj
Teresa,
Ler este post hoje, deixou-me com o coração apertado…
Aprendi consigo que todos nós, em algum momento da nossa vida, somos levados ao deserto. Uns só uma vez, outros várias vezes… A Teresa já atravessou desertos inimagináveis para alguns de nós. E de todos eles saiu mais próxima da santidade. O deserto que atravessamos agora, em termos espirituais, é muito mais duro para uns do que para outros, e para si acredito que seja duríssimo (e estou a usar uma palavra pouco agressiva)…
Mas, por favor, sossegue o seu coração e enxugue as suas lágrimas, porque quando a travessia deste deserto terminar, aqueles que mais sofreram na travessia, serão aqueles que estarão perto da santidade… E também aprendi consigo, que os santos atravessam os desertos de coração apertado, lágrimas nos olhos e sorriso nos lábios! Coragem, querida Teresa!
Olá Teresa. No meio desta guerra estranha, tenho conseguido sempre estar atenta à tua escrita que procuro todos os dias. Faz refletir, ensina, acalma, dá força, é ….. É a forma de viveres “sem lamúrias” e de sorriso, é a serenidade que consegues ao teu redor e é a música e a voz da Clarinha! Linda!
Beijo e vamos juntos esperar mais um pouco.
Fiquem bem.