Aproxima-se a grande solenidade do Corpo de Deus. Deus fez-Se Homem e habita, em Carne e Sangue, bem pertinho de nós, ali na igreja matriz, no sacrário. Deus é um vizinho a Quem podemos visitar, com Quem podemos conversar, e a Quem podemos receber na nossa casa e no nosso coração. Tão humana é esta Presença Divina!
Aproxima-se também o dia do quinto Congresso Eucarístico Nacional. É urgente aprofundar a nossa fé na Eucaristia, especialmente depois da pandemia, em que a Eucaristia foi relegada para segundo plano, considerada menos importante do que a nossa saúde e dispensável. Os frutos de tal tratamento estão à vista, na falta de fé, de fervor, de amor com que a Eucaristia é recebida um pouco por toda a parte.
Deus Nosso Senhor continua a descer sobre o altar, a dar a Sua Carne e o Seu Sangue em alimento, a deixar-Se tomar nas nossas mãos estendidas, a sujeitar-Se à nossa falta de jeito e de amor, a deixar-Se comer, mastigar – sim, mastigar, apesar de tanta gente ensinar e aprender que a Hóstia não é para mastigar, mas para chupar, como se Deus não pudesse descer tão baixo! É, de facto, difícil acreditar que o Deus que o Universo inteiro não pode conter tenha verdadeiro gosto em ser depositado nas nossas mãos como num berço, em deixar-Se tocar por pobres e pedintes, como fazia na Galileia, e em ser comido, para que nos transformemos n’Ele pouco a pouco, comunhão a comunhão.
Ajoelhemos durante a Consagração (se a doença não o impedir), pois é o Altíssimo que desce aqui diante de nós e que Se faz Baixíssimo, de tal forma, que nunca desceremos mais baixo do que Ele desceu. O mínimo que podemos fazer para ficar à Sua altura é ajoelhar!
Abeiremo-nos da Comunhão com a alegria dos pastores em Belém a correr para o Presépio, com a dor das mulheres em Jerusalém a caminhar para o Calvário, com a fé dos pobres e doentes da Galileia a procurar tocar Jesus para serem curados, com a surpresa dos Apóstolos a comer com Ele quando O viram ressuscitado, com o recolhimento e a devoção da Última Ceia. Ele está Presente, realmente Presente, na Hóstia Santa. Que honra! Acreditamos?
São todos estes pensamentos que atravessam a minha mente nas longas viagens de carro entre a minha casa e a escola, e de vez em quando, tornam-se palavras e notas musicais. Alguns cânticos levam anos a escrever, outros, apenas uma tarde. Este levou uma viagem de carro entre a Idanha e o Paul, e algumas horas ao piano.
Numa destas noites, durante a nossa oração familiar, gravámo-lo com simplicidade, pelo telemóvel. A Clarinha cantou as estrofes e tocou guitarra; o Niall fez a segunda voz durante o refrão, que todos cantámos; o David tocou cajon, a Lúcia, violino, e a Sara, piano.
Escrevi este cântico para ser cantado no momento da Comunhão, na missa. É um cântico eucarístico, com um leve tom popular, fácil de aprender por novos e velhos, totalmente litúrgico. Aqui na Idanha, iremos estreá-lo no próximo dia 30, Corpo de Deus, quando as crianças farão a sua Primeira Comunhão. E aí, na vossa casa, na vossa paróquia? Partilhem-no com os vossos grupos corais e deem notícias de como foi!
Hóstia Santa, Pão do Céu, Eucaristia! Presença Real, Filho de Deus e de Maria!
Hóstia Santa
Muito bonito! Partilhado com alguns cantores de coros aqui da paróquia. Quando o ouvir numa Missa, direi! 😊