Em Caná da Galileia...


Jubileu Jovem

Escrito pela Clara Power:

É o dia 9 de setembro e cerca de três mil jovens preparam-se para o Jubileu dos Jovens em Fátima, neste Ano de Centenário. Entre eles, estou eu, o Frankie e o grupo com quem fiz a Missão Cluny, no verão.

Com a participação no terço e na procissão de velas, todos nos preparámos para a noitada que nos esperava, porque apesar de nos terem dito para levar sacos-de-cama, também nos disseram que a oração noturna seria “Non-stop”.

De entre todas as atividades que fizemos, a que me marcou mais foi a via-sacra nos Valinhos. Já a fiz muitas vezes, mas nunca à luz das estrelas e às duas horas da madrugada! Foi incrível a forma como três mil jovens cansados e entusiasmados foram capazes de fazer a via-sacra inteira em silêncio. Enquanto a fazia, meditava nas maravilhas que Deus criou e sempre que olhava para a lua cheia pensava na Mãe do Céu, no seu sim e perguntava-Lhe o que queria Jesus de mim.

O esforço para me manter acordada foi tremendo e durante toda a noite e madrugada apenas descansei uma hora, não chegando a adormecer completamente. O meu pensamento vagueou, nos momentos de maior cansaço, para todas aquelas pessoas que, com medo, não descansam, e rezei por todos os refugiados e por todos os que sofrem.

Às sete da manhã, expuseram o Santíssimo na Basílica da Santíssima Trindade, e todos os jovens se ajoelharam para, mais uma vez em silêncio, adorarem Jesus.

Escrito pelo Francisco Power:

Três mil. Três mil jovens. Três mil jovens em silêncio absoluto, a rezar, enquanto percorrem a via-sacra, em Fátima.

Estive com um grupo Cluny fantástico. Conheci a maior parte dos jovens no primeiro dia do Jubileu Jovem, mas demo-nos logo bem. Depois de umas atividades e orações para recordar as aparições e milagres de Fátima, juntámo-nos aos milhares de jovens no recinto do santuário, onde começámos a noite com a oração do terço, porque não há maneira melhor de começar, seguida de uma procissão de velas belíssima. Mas os momentos que me marcaram mais aconteceram a seguir. Peregrinando até à via-sacra, olhava para jovens à minha volta e perguntava-me se aguentaríamos todos aquela caminhada, a meio da noite, no frio, mas mantendo o cérebro e o coração suficientemente despertos para rezar. Para meu espanto, percorremos a via-sacra em silêncio absoluto e não porque as pessoas estavam a dormir, mas sim porque estavam a rezar! É neste momento que penso: só Deus é um motivo suficientemente forte para criar este respeito, este silêncio. Em nenhum outro lugar se veria isto.

Depois de meia hora de descanso nos sacos-cama, à porta da Basílica, entrámos todos para um ensinamento. Ok, confesso que nem eu nem ninguém do meu grupo conseguimos estar atentos durante o ensinamento todo, porque o sono era já muito, mas acho que recebemos pontos pelo esforço. No entanto, assim que começou a adoração, todos nos ajoelhámos, já ninguém dormia nos bancos, e todos rezámos, em conjunto, ao Deus vivo ali presente. Tudo isto antes de o sol nascer.

É sempre uma experiência fantástica estar no meio de tantos jovens que partilham a mesma fé e a mesma vontade de a mostrar, sem medo. Já o foi nas JMJ, em Cracóvia, e senti o mesmo em Fátima, no Jubileu Jovem 2017.

Depois de uma hora e meia a tentar dormitar numa carrinha, terminámos este jubileu com uma Eucaristia, porque não há melhor forma de terminar.

One Comment

  1. Rogério Ribeiro

    Fascinante!!!

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