A nossa missão na Suíça, em Zurique, há ano e meio, já deu frutos: no sábado, na missa vespertina, tivemos o compromisso Família de Caná da Natércia e do Martinho, os queridos amigos que conhecemos na altura. Que dia tão bonito!
De férias em Portugal, a Natércia e o Martinho não queriam perder a oportunidade de fazer o seu compromisso. A ideia inicial seria fazê-lo no Acampamento, rodeados de mais Famílias de Caná, mas nessa altura, já ambos estarão de volta ao trabalho na Suíça. Depois pensámos: cada Família de Caná tem o seu tempo, o seu percurso, o seu ritmo. Se já não é fácil acertar o passo dentro da caravana de cada família, quanto mais difícil será acertar o passo de diferentes caravanas! Decidimos assim – o Espírito Santo e nós – permitir a cada família fazer o seu compromisso no momento em que se sentir preparada, bastando para isso participar na Eucaristia connosco.
A Natércia e o Martinho não fizeram o seu compromisso de ânimo leve. Há ano e meio que rezam sobre este assunto, para ter a certeza de que é este o caminho. “Eu só quero fazer a vontade do Senhor”, disse-me e escreveu-me várias vezes a Natércia. Finalmente, Deus retirou o véu dos seus olhos e permitiu-lhes ver que a sua vontade passava pelo Movimento Famílias de Caná. E nessa altura, avançaram com o pedido de compromisso.
Sábado foi, para nós, um dia de festa. Os meninos foram para a quinta do colégio logo depois do almoço, para brincar e jogar basquetebol. Nós ficámos a preparar um piquenique e, pelas quatro horas, para lá nos dirigimos também. A Natércia e o Martinho chegaram logo depois, e foi com grande alegria que pusemos a conversa em dia, à volta da mesa do lanche – um lanche digno das Bodas de Caná 🙂
Depois, dirigimo-nos ao Canto de Caná. A Natércia e o Martinho traziam o coração cheio de ação de graças, mas também de súplica, e não quisemos perder tempo: tudo, tudo colocámos nas mãos de Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, sabendo que Ela fará o Vinho correr em abundância…
Juntos, rezámos o Shemá, a Consagração, o Terço. E cantámos. Muito, que eles gostam tanto de cantar como nós, ou não estivesse a Natércia à frente do coro da sua paróquia!
Por fim, dirigimo-nos à igreja paroquial para a missa vespertina. A Mãe de Caná, que está atenta a todos os detalhes, como o Evangelho nos ensina, pensou em tudo, incluindo as leituras deste domingo.
A primeira leitura parecia escrita para as famílias do nosso Movimento, que gostam tanto de levar os seus bebés ao colo até ao altar – e para as famílias que pedem a Nossa Senhora o milagre de um filho também…
Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. (Is 66, 10-14)
O Evangelho não podia ser mais claro:
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.” (Lc 10, 1)
A Natércia e o Martinho vão à frente, a preparar o lugar aonde o Senhor há de ir, em terras suíças. A seara é grande, mas estes dois trabalhadores estão preparados e cheios de entusiasmo! Depois da comunhão, com Jesus no coração, fizeram em conjunto o seu compromisso.
Terminámos, emocionados. A Sara tinha um ramo de três rosas preparado para oferecer – porque o matrimónio é sempre a três, não é verdade?
E nós tínhamos preparado uma minúscula bilha de barro, vinda diretamente de Caná da Galileia:
Queridos Natércia e Martinho, agora ficamos à espera de notícias frequentes da Suíça! O site é vosso também: venham daí essas partilhas, em forma de testemunho, porque o mundo precisa do testemunho de famílias cristãs, capazes de proclamar o Senhor por obras e por palavras, sem medo!
Há aí desse lado mais famílias com vontade de fazer o seu compromisso? Escrevam-me para o mail central deste site, e agendamos uma conversa, para que a vossa decisão seja bem meditada. Depois, é só agendar o domingo para o fazer!
E a todos os leitores deste site, e a todas as Famílias de Caná, pedimos que se unam a nós em ação de graças por esta nova Família de Caná, bem como de súplica pelas suas intenções. Combinado? Para não se esquecerem, rezem agora: Avé-Maria…
Ámen!
Que grande alegria!
Que mais famílias sintam o chamamento… e venham de lá esses testemunhos e partilhas!
Este foi também o evangelho da missa de aprovação do Movimento Famílias de Caná.
Para nós pessoalmente teve um significado duplo, porque foi também o evangelho escolhido por nós para a missa do nosso Matrimónio. Naquele dia da aprovacão do movimento, quando na missa nos demos conta do evangelho foi para nós como uma confirmação do caminho e da decisão de compromisso.
Natércia e Martinho que Deus vos acompanhe neste caminho “dois a dois” e que a “tribo” suiça possa com a vossa ajuda multiplicar(-se em) santidade.
Viva Teresa
Ao ler estes textos sobre o carisma das Famílias de Caná surgiu-me uma dúvida. Se por hipótese algum dos vossos filhos manifestasse vontade de participar num movimento da paróquia de âmbito extra paroquial( conferencias de S. Vicente Paulo, Equipa de jovens de Nossa Senhora, Escuteiros ou outro) não o podiam deixar ir?
Viva, Cristina!
Os nossos filhos participam em várias coisas para lá da paróquia, como por exemplo nas atividades salesianas do MJS, em retiros e encontros que vão sendo propostos pelas Irmãs de S. José de Cluny, do seu antigo colégio, e noutros encontros variados. Enquanto crianças e adolescentes, queremos que tenham experiências variadas, que participem de várias coisas, consoante vão sentindo vontade. Mas nada que envolva um compromisso ou uma caminhada contínua. Isso, eles recebem do nosso Movimento, e chega muito bem! O nosso carisma defende que, durante a infância e a adolescência, a educação na fé faz-se sobretudo em família, e não é próprio de uma Família de Caná inserir os filhos num outro movimento através de um compromisso particular.
Naturalmente que, à medida que vão saindo da adolescência e entrando na juventude, têm total liberdade para fazer as suas escolhas de adultos. O nosso compromisso familiar só pode, pela própria natureza do que é uma família, vincular a família enquanto ela vive sob o mesmo teto, isto é, enquanto os pais têm a função de educadores. Nem sequer se trata de “abandonar o Movimento”, tal como não se trata de “abandonar a casa paterna” quando se constrói a sua própria. Ou seja, se eles, como adultos, quiserem continuar a ser Família de Caná, terão de fazer o seu compromisso, como qualquer outra pessoa / família. Se quiserem mudar de movimento, ou até de religião, são totalmente livres para o fazer, e nós cá continuamos como pais para os acolher e amar sempre, sem condições.
Resumindo: Muita liberdade de participação em encontros variados, sempre; caminhadas em Movimento para lá das Famílias de Caná durante a infância e adolescência, não. A partir dos dezasseis, dezassete anos, naturalmente que sim.
Bj
Obrigada Teresa.
Bjs