Por esta altura, já devíamos saber que Deus nunca Se deixa vencer em generosidade. No entanto, os seus dons continuam a surpreender-nos! Foi assim Fátima, neste sábado dia 14. Apesar de eu ter passado toda a semana praticamente de cama, Nossa Senhora permitiu-me acordar cheia de forças e de alegria. E lá rumámos nós à casa da Mãe, para dar testemunho do dom que Deus nos fez.
O salão estava tão cheio, que havia pessoas fora e nos corredores. Eram cerca de quinhentas pessoas. “Tanta gente, mãe! Eu tenho vergonha!” Diziam os mais novos. Também a Lúcia contorcia os dedos, com receio de dançar para tão grande público. Só o Francisco estava descontraído, habituado a fazer o seu ilusionismo em palco.
“Deus fala muito baixinho”, comecei eu, ao microfone no volume máximo, enquanto as pessoas me faziam sinal para que falasse mais alto. “Hoje, peço-vos para fazerdes silêncio absoluto, não só para ouvirdes a voz de Deus, mas também para ouvirdes a minha…” E depois de uma breve explicação, demos início ao nosso testemunho, partilhado entre o Niall, o Francisco, a Clarinha e eu. Pelo meio, ilusionismo, muitas gargalhadas, algumas lágrimas, e no final, a dança da Clarinha e da Lúcia, de terço na mão, em honra de Nossa Senhora. Elas prometem para breve um vídeo desta e doutras danças evangelizadoras, provavelmente num canal que a Clarinha tenciona começar… Surpresa!
Mas a nossa maior alegria foi a presença de várias Famílias de Caná, sentadas no chão ali mesmo à nossa frente, com bebés ao colo e ao peito, carrinhos e fraldas, e muito entusiasmo. Trocámos algumas piscadelas de olho. Que bem que sabe sentirmo-nos família, e acompanharmo-nos assim uns aos outros! Claro que o dia não terminou sem que partilhássemos um belo lanche no Caminho dos Pastorinhos, para matar saudades, pôr a conversa em dia e compensar um pouco a falta do Retiro de Natal. Terminámos com grandes gargalhadas, enquanto tirávamos fotos do nosso arraial “um bocadinho” desorganizado:
E nesta alegre confusão, partilhámos o quão maravilhoso é fazer parte da primeira geração de um movimento novinho em folha, ainda pouco organizado, ainda cheio de falhas, tão imaturo quantos os bebés que vão nascendo e crescendo “em Caná da Galileia”, mas tão transbordante de felicidade. “Se não há uma Aldeia onde tu vives, começa-a tu”, desafiavam-se as famílias mutuamente. “Não podemos ficar parados à espera que outros avancem por nós. Se Deus nos chamou a nós, é porque quer que avancemos, agora e não mais tarde!” E esta partilha entusiasmada ateou de novo alguns fogos mais esmorecidos…
“Aceitam famílias desestruturadas?” Perguntava-me alguém, desesperadamente à procura de um lugar na Igreja. Claro que aceitamos! Deus não faz aceção de pessoas, e nós também não. Por que havíamos de recusar os que o Senhor vai chamando à beira do caminho? Quem somos nós para fechar portas? Diz o Papa Francisco, na sua magnífica Carta Apostólica Misericordia et Misera:
Termina o Jubileu e fecha-se a Porta Santa. Mas a porta da misericórdia do nosso coração permanece sempre aberta de par em par. Aprendemos que Deus Se inclina sobre nós para que também nós O possamos imitar inclinando-nos sobre os irmãos. (nº16)
Por estes dias, o Evangelho vai-nos apresentando as diversas pessoas que tiveram a ousadia de deixar tudo e seguir Jesus. Não estamos nós entre elas?…
Foi maravilhoso mesmo!
As miúdas andam a aprender truques de magia, dedicaram-se a isso toda a tarde de domingo 🙂
Nós viemos com o coração cheio… obrigado por serem família e serem um bocadinho nossa também!
Beijinhos, um especial à minha afilhada 😉
É gratificante ler o vosso testemunho.
Que o Senhor, e Sua Mãe, Maria, continue a encher as vossas (talhas) vidas de força e entusiasmo…
Lindo, como o Senhor é bom e enche-nos de Graças e Dons.
É Reconfortante ler cada palavra aqui escrita!
Vocês são verdadeiros pescadores de Homens!
Abraços para todos.