No sábado passado tivemos o nosso retiro Famílias de Caná, especialmente pensado para as famílias que se sentem comprometidas com o movimento e o querem vir a assumir publicamente. Que dia maravilhoso! Tudo o que pudermos dizer sobre ele não tocará senão na superfície…
A manhã reluzia ao sol, o Centro Social S. José de Cluny tinha as portas abertas para nos receber, e famílias de rostos felizes saltavam dos carros com alegre expetativa. Sentíamo-nos entre amigos, pois a maioria das pessoas já se tinha cruzado em retiros anteriores, e os poucos que não se conheciam foram calorosamente acolhidos por todos.
O nosso bispo D. António Moiteiro, com a generosidade que o caracteriza, esteve connosco toda a manhã, fazendo-nos uma belíssima pregação sobre a misericórdia de Deus e orientando depois uma partilha muito rica sobre o movimento. De tarde, no ensinamento que fiz, refletimos sobre a importância da oração pessoal e do tempo de família no caminho de santidade que as Famílias de Caná querem percorrer. Tivemos, assim, durante o dia, um tempo longo de escuta e meditação, o que é uma grande graça em início de ano letivo!
Também os jovens tiveram momentos fortes de reflexão e de trabalho. Orientados pelo Niall, mas trabalhando sozinhos, desenharam no chão, com grãos de arroz colorido, os cinco mistérios da alegria, enquanto compuseram um belo cântico a Nossa Senhora, Mãe de Caná.
Entretanto, a São e o Niall trabalharam com as crianças, contando as parábolas da misericórdia com a ajuda de fantoches e muita festa. Foi tal o entusiasmo dos mais novos, que um deles, quase no fim do dia, puxou o Niall pela manga e pediu: “Vamos, Niall, chama os meninos todos para a sala, por favor! Conta-nos outra história daquelas!” Houve tempo para uma caça ao tesouro, houve tempo para desenhar e houve tempo para brincadeira livre. Que grande dia eles tiveram!
Mas não foram apenas as crianças a brincar: depois do ensinamento da tarde, todo o grupo encontrou tempo para pôr em prática um dos pontos essenciais do carisma das Famílias de Caná: brincar em conjunto, adultos, crianças e jovens, pais e filhos reunidos. Jogámos a vários dos jogos que podem encontrar aqui no site, em Recursos – Jogos, com a alegria e o entusiasmo de crianças. Brincar com os filhos pode ser muito divertido, e é tão bom quando descobrimos isso!
O retiro não seria retiro sem momentos de oração. Como é hábito entre nós, rezámos com todo o corpo, cantando e dançando, batendo palmas e levantando as mãos; rezámos fazendo silêncio; rezámos falando em voz alta “como um amigo com o seu amigo” (Ex 33, 11), pedindo e intercedendo, louvando e agradecendo ao Senhor; rezámos com a Palavra; rezámos ainda através da dança que a Clarinha e a Lúcia construíram, ao som de um cântico cristão; rezámos com o cântico que os jovens criaram; rezámos com o terço; rezámos adorando Jesus no Santíssimo Sacramento, durante meia hora, ajoelhados em silêncio; e por fim, rezámos na Eucaristia, que encerrou o nosso retiro. Sem oração não há vida divina, sem oração não há Famílias de Caná.
No final ficou a fome de mais. Dizia-nos o Evangelho, pela boca do filho pródigo:
Os trabalhadores do meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! (Lc 15, 17)
O melhor alimento está sempre na Casa do Pai, e quando nos reunimos em família de famílias, este Pai de misericórdia alimenta-nos com o melhor que tem para dar: não um vitelo gordo, mas o próprio Cordeiro…
Que alegria ver as fotografias e descobrir que a Rute está grávida! Que Deus abençoe todos os que participaram e também os que queriam e não participaram!