Pertencer a uma Rede de Oração, como a que é proposta aqui no site, é uma responsabilidade familiar grande, mas bela. Cá em casa, a alegria de podermos rezar por tanta gente que precisa é imensa. Sentimos que as pessoas que recorrem à nossa oração nos levam a sério; mas sobretudo, que Deus nos leva a sério.
Por uma razão misteriosa, que nunca entenderemos totalmente, Deus faz depender a sua chuva de graças da oração dos seus fiéis. Ele tem graças preparadas para cada um de nós, e algumas dessas graças dependem da oração – da nossa, e da que outros fazem por nós. “Quantas graças perdidas, porque ninguém as pede!” Confidenciou um dia Maria a um vidente. Nós não queremos que isso aconteça. Pelo contrário: vamos bater e tornar a bater à porta, para que o Senhor a abra, Ele que não deseja fazer outra coisa. Vamos colocar diante do seu olhar misericordioso as necessidades de tantos irmãos e oferecê-las em oração, acompanhada de sacrifício.
No domingo, início da semana, a Sónia envia os pedidos chegados para o endereço eletrónico dos que se inscreveram na rede de oração. Cada um de nós é assim chamado a rezar, em família e individualmente, por quatro ou cinco intenções a cada semana.
“Meninos, depressa, venham aqui ao escritório!” Chamo, ao receber o mail da Sónia. Eles aparecem a correr. “Qual é hoje o que vai tomar nota das intenções de oração?” Decidimos que o vamos fazer à vez, para que todos se sintam responsabilizados.
“Eu escrevo, mãe”, apressa-se a Lúcia a dizer. E logo pega nos pequenos cartões que cortámos para o efeito.
“Então eu dito, e tu escreves”, explico. Sentamo-nos lado a lado. Embora não conheçamos a maior parte dos nomes por quem pedimos, o Senhor conhece os corações e sabe bem quem é cada irmão. “Por uma família em dificuldades…” vou ditando.
“Escrevo primeiro: Jesus, peço-te… ?”
“Sim, Lúcia, boa ideia! Já está? Agora outra: Por um casamento em risco…”
“O que é isso?”
“É quando o pai e a mãe vivem zangados e querem separar-se.”
“Ena! Isso é bué de mau!”
A Lúcia escreve devagar, depois de três meses de férias grandes.
“Agora outra: para que o pai volte para casa…”
A Lúcia pousa o lápis: “Oh! Um pai que saiu de casa? Foi-se embora? Que horror!”
Parece que as intenções estão a subir de tom, e a Lúcia também.
“Temos de rezar, sim,” explico. Vamos pedir a Jesus por este pai e a sua família. Anda, escreve!”
“Espera. Posso escrever esta intenção num papel especial? É tão importante! Vou recortar um coração. Pode ser?”
Aguardo. A intenção é mesmo importante, e a Lúcia está aflita a olhar para o papel.
Depois de tudo escrito, é preciso corrigir os erros.
“Lúcia, peço-te é com ç… Tens de corrigir! E tens mais alguns erros… Olha, eu escrevo num papel e tu copias.”
A Lúcia suspira. “Que seca!”
“Aproveita então para oferecer a Jesus este sacrifício pelas pessoas que nos pediram a oração. Se juntares o sacrifício à oração, ela tem muito mais poder!”
Finalmente, tudo está pronto. Colocamos os cartões numa cestinha, no Canto de Oração Familiar. Depois, à noite, antes de cada mistério do terço, alguém irá ler uma intenção, e todos ofereceremos ao Senhor não apenas a súplica concreta, mas sobretudo a vida inteira da pessoa que se nos confiou, para que o Senhor faça nela a sua vontade de felicidade…
Fantástico! Vocês são mesmo especiais! 🙂