O dia 27 de dezembro é de festa: celebramos S. João Evangelista, o discípulo amado, o apóstolo do amor. Para nós, Famílias de Caná, é um grande dia: S. João é o único discípulo a narrar o episódio das Bodas de Caná! Não podemos deixar de o celebrar com muita alegria.
Quando penso em S. João, penso sempre em Maria também. Imagino-o sentado aos pés da Mãe, na sua casa de Éfeso, escutando as histórias de Jesus Menino, e aprendendo com Ela a belíssima teologia com que nos vai prendar, no seu Evangelho. Os grandes discursos de Jesus, relatados por João, são tão íntimos e tão profundos, que nos fazem imediatamente pensar nos diálogos únicos que Jesus terá tido com Maria e com o discípulo amado. João e Maria devem ter conversado sobre Jesus a um nível de intimidade e profundidade exclusivos…
S. João foi sacerdote, ordenado pelo próprio Jesus na véspera da sua morte, durante a Última Ceia. Imagino João levando a Sagrada Comunhão a Maria… Imagino Maria ajoelhada diante de seu Filho Jesus, que João lhe trazia a cada dia. Maria, a Rainha dos Céus, ajoelhada diante de João, quando João, sacerdote, lhe trazia Jesus.
Será que nos damos conta disto? Da maravilha do sacerdócio? Do dom único que o Senhor nos faz, tornando-Se verdadeiramente presente entre nós pelas mãos de todos e cada um dos sacerdotes da Terra e da História? Mais ou menos santos, mais ou menos eloquentes, mais ou menos inteligentes, mais ou menos simpáticos, os sacerdotes recebem de Deus uma vocação de uma grandeza única. Experimentamos no nosso coração a gratidão que lhes é devida, e que o Senhor espera de nós, pelo seu dom?
Deus não precisa que critiquemos os sacerdotes que Ele mesmo escolheu e ordenou; precisa sim que os apoiemos, que os auxiliemos, que arregacemos as nossas mangas e ofereçamos os nossos serviços às paróquias onde nos inserimos, com humildade e simplicidade. Não há Bodas de Caná sem sacerdotes; não há cristianismo sem sacerdócio.
S. João, sacerdote, profundamente mariano, filho devoto de Nossa Senhora, com quem aprendeu a fazer tudo o que Jesus nos diz; S. João escreveu no seu Evangelho o mandamento da unidade e relacionou-o profundamente com os sacerdotes, nas palavras de Jesus que guardou:
Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão de crer em Mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. (Jo 17, 20-22)
Hoje, dia de S. João Evangelista, rezemos ao Senhor pelos sacerdotes e peçamos o dom da unidade para cada uma das nossas paróquias, onde tanta e tanta vez se murmura e se maldiz, se critica e se deita abaixo, se destrói e se dispersa, e onde tanta e tanta vez o sacerdote se sente, não um, mas só. Enquanto não houver unidade à volta do altar do Senhor, o mundo não acreditará em Jesus – oráculo do Senhor…
É de madrugada, e estão quase a levar-me para ser operada à tiróide. Mas não queria deixar de vos dar a conhecer um magnífico coro de três sacerdotes irlandeses, três irmãos de sangue, que cantam juntos desde meninos. Já viram a maravilha do chamamento de Deus? Três irmãos cantores, três irmãos sacerdotes! O estilo é típico de sacerdote irlandês, cabeção, sons clássicos, harmonias perfeitas. Lembrei-me de vos falar deles nestes dias de Natal, porque o Niall tem passado longos minutos a escutá-los nas suas interpretações dos cânticos natalícios, deliciado. “Vem ouvir esta, Teresa!” Vai ele chamando. E nós ali ficamos, profundamente tocados pela beleza da música e do sacerdócio.
Numa entrevista, os três irmãos foram unânimes: em primeiro lugar, para cada um deles, vem a sua paróquia, o seu ministério sacerdotal. Cantar vem depois. Mas quando os escutarem concordarão… que também a cantar vivem o seu sacerdócio! Aqui ficam, pois, The Priests. Enjoy!