“Hoje é dia de azar, professora!”
“Azar? Porquê?”
“Ora, então não sabe? Hoje é sexta-feira treze!”
“Pelo contrário. Hoje é um dia muito bonito. Sabes o que é que aconteceu no dia 13 de outubro de 1917?”
“Dizem que uma santinha apareceu em Fátima. Mas eu não acredito nessas coisas.”
“E eu não acredito na sorte nem no azar. Acredito em Deus e no seu amor, e acredito que Maria, Mãe de Jesus, apareceu mesmo em Fátima há cem anos. Por isso, hoje é para mim um dia muito bonito e eu estou muito feliz! Vamos agora à aula de Inglês?”
Repeti esta conversa algumas vezes ao longo da última sexta-feira. Para meu espanto, a esmagadora maioria dos meus alunos, que se dizem católicos não praticantes (seja lá o que isso for), revelou-se também extremamente supersticiosa. A brincar, mas a falar a sério, quase todos me falaram de azar, do número treze, da coincidência de estarmos numa sexta-feira treze.
E eu pensei na quantidade de católicos que acreditam em superstições, que leem o horóscopo, que visitam cartomantes, que praticam rituais “diluídos” ou “ocidentalizados” de outras religiões, como Reiki e Ioga, mesas radiónicas, cristais e muitas outras coisas. A Palavra de Deus, na Bíblia como no ensino da Igreja, é muito clara em relação a tudo isso: é pecado grave consultar tudo o que envolva o oculto, a adivinhação, etc. As citações são abundantes.
Há algumas décadas atrás, a véspera de todos os santos, ou Halloween, era celebrada num contexto cristão de brincadeira, alegria e festa. Mas como nós, católicos, perdemos as raízes das nossas tradições e o sentido cristão da morte; como nós, católicos, esvaziámos as igrejas no dia 1 de novembro, gerou-se um vácuo que o mundo e o oculto tratou de preencher, com as suas noções de morte, terror e escuridão. Se os católicos não têm tempo para celebrar os santos, o mundo e o oculto vão tratar de celebrar os demónios; se os católicos não acreditam na Providência, o mundo e o oculto vão ensinar-nos a acreditar na sorte e no azar.
Vamos inverter esta tendência? Vamos mostrar ao mundo que somos católicos? Vamos dizer a todos que a sorte e o azar não existem, mas a Providência de Deus guia os nossos passos e tudo permite para nosso bem? Vamos gritar bem alto que o destino não está escrito nas estrelas, mas no Coração de Deus? E que o único magnetismo que verdadeiramente cura a nossa vida é o do amor?
Na noite do dia 31, em vez de vestir os nossos filhos de bruxas e feiticeiros, vamos vesti-los de santos. Festejemos, não o Hallowe’en, mas o Holywins (A Santidade Vence), como já se faz amplamente na vizinha Espanha, no Brasil e nos E.U.A. Levemos a ideia para a catequese, e desafiemos os pais a fazer belos fatos de santos para os mais pequeninos. Na nossa paróquia, o desafio já foi lançado. Conhecem o nosso vídeo caseiro – bem singelo – de há uns anos atrás, aqui no nosso canal do Youtube?
Vamos contagiar a todos com a alegria da santidade…
Deixo-vos com algumas fotos do Dia de Todos os Santos de 2014:
Também na passada sexta-feira, perguntei na catequese “Lembram-se que dia é hoje?” e a resposta foi rápida e num coro bem audível “sexta-feira 13…”. Não estava à espera! E foi preciso ajuda das catequistas para chegarem à resposta.
A diocese do Porto chegou a organizar uma actividade com essa designação- Holywins- que consistia numa caça ao ao tesouro pelas casas religiosas da cidade, nas quais íamos conhecendo a vida dos Santos. Muito bom!
Eu já tinha visto essa ideia na net, sim, quando andei à procura para a nossa catequese. Fantástica! Partilhem todas as ideias que puderem, para todos sermos enriquecidos!