Partilha da Sónia Santos
O retiro do passado Domingo começou com a Eucaristia. Na sua homilia o padre José Fernandes elencou as tantas feridas da igreja perseguida, destruída, ameaçada nos dias de hoje. Tantas mortes, tantos atentados, tanta destruição em massa que passa absolutamente despercebida.
Tanto céu a precisar de (mais) Luz…
O nosso retiro seguiu o seu caminho e no passo seguinte, separados por idades, três grupos aprofundaram o tema do advento. A mim e à Isabel Silva coube a tarefa de oferecer uma pequena atividade sobre o tema a um grupo de 11 meninos e meninas com idades a variar entre os 2 e os 7 anos. Antecipámos um pouco a preparação do advento e colocámos mãos à obra para no primeiro dia cada família já ter todo o material necessário para pôr em curso uma das actividades familiares de advento aqui já proposta muitas vezes neste site.
Já estava tudo preparado quando na sexta-feira à noite fazíamos a viagem de Lisboa para Coimbra. Pelo caminho lembrei-me que a introdução que tinha prevista fazer sobre o advento podia antes ser feita através de um teatrinho curto de fantoches. Era uma ideia simples, (mais ou menos) fácil de executar e, com toda a certeza os meninos iriam gostar muito mais.
Ao jantar perguntei à minha irmã se tinha lá por casa algum fantoche. Ela não tinha nenhum em casa, mas nada que as várias sugestões do YouTube e uma garagem cheia de materiais de quem está sempre a preparar coisas parecidas, não resolvesse rapidamente. No dia seguinte enquanto os primos brincavam, a minha irmã fez nascer duas personagens, o David e a Beatriz, assim a minha sobrinha os “baptizou”.
Como podem também aprender neste vídeo, basta uns pacotes de leite para fazer os membros do corpo, lã para os cabelos, papel adesivo ou cartolina fina para revestir o corpo e de resto é a criatividade que manda. Os olhos foram colados (com olhos de plástico que se encontram à disposição em qualquer loja oriental), mas também podiam ter sido desenhados, tal como os lábios e a língua.
Estes dois irmãos apresentaram então, em 5/10 min a beleza do céu, das estrelas que iluminam a noite. Assim começava o “David”: “UAU!! Beatriz, olha que lindo está o céu! Tantas estrelas! Olha como elas brilham!!”.
De seguida desenrolou-se um diálogo entre estes dois irmãos fantoches, sobre o brilho da noite, sobre as estrelas que iluminaram o céu do presépio, sobre como os nossos actos de santidade iluminam o céu infinitamente, um mesmo céu que cobre o mundo inteiro.
Eis a síntese da actividade: um acto de santidade, uma estrela no céu do presépio.
Este céu deve iniciar escuro como a noite no primeiro dia do advento e ao longo do mesmo cada membro da família o irá iluminar através da estrela que terá direito a colar lá segundo a sua boa acção desse dia. Na noite de Natal o Céu deve estar cheio de brilho, cheio de luz. Só assim os pastores, os reis magos, cada um de nós pode encontrar o caminho para o estábulo onde se encontra Jesus menino.
Ora, se em Mogofores, ou Caxias, ou Seixal, ou Abóboda, ou Torres Novas, ou Cardigos cada um enviar luz de santidade para o céu que cobre todos nós, então todos teremos um pouco mais de luz no nosso caminho até Jesus. Esta actividade de Advento é para mim uma das mais simbólicas por isto mesmo, por gerar esta contemplação da luz que nos leva a Jesus através da santidade tentada de cada um, por ser a mais perfeita imagem da comunhão dos Santos.
Feita a proposta, arregaçámos as mangas e começámos a fazer as estrelas que cada um iria levar para sua casa.
Para fazer as estrelas utilizámos papel grosso brilhante (também disponível em qualquer loja oriental em vários tamanhos cores e espessuras), como moldes utilizamos estrelas daquelas que brilham no escuro e é habitual termos em nossas casas nas paredes dos quartos e que têm vários tamanhos. E para o céu papel celofane azul escuro.
E aqui continuou espontâneamente o diálogo sobre a santidade. Agora entre nós e as crianças. Sobre como ao esforçarmo-nos para ser santos, nos preparamos para a vinda de Jesus.
A Sara questionava: “estrelas de vários tamanhos?” Disse-lhe: “Sim, há boas acções que nos exigem maior sacrifício do que outras, não é?”
A Maria: ” oh… A minha estrela ficou muito torta”. Respondi-lhe: “Ah, isso vai ser só nas primeiras, vais ver que as seguintes já saem mais perfeitinhas. São assim também os nossos actos de santidade, quanto mais treinarmos, melhor eles saem”.
Perante o ar de verdadeiro êxtase diante dos chocolates que lhes demos no final, aproveitei: “já imaginaram? o ar de felicidade de Jesus perante as vossas boas acções? Vai ser ainda muito maior do que o vosso perante estes chocolatinhos! Vamos lá adoçar o coração de Jesus?”
Que lhes demos, não, que lhes deram a Beatriz e o David. Os fantoches munidos dos chocolatinhos perguntaram a cada um, chamando-os pelo seu nome: “Queres ser Santo? Queres adoçar e deixar infinitamente feliz o coração de Jesus? Ajudas-me a iluminar o céu, para que todos possam chegar a Jesus, através das estrelas que depositares no teu céu?”.
Não é difícil imaginar a resposta… ;)!!
Simplesmente fantástico!! Que actividade tão bonita e tão cheia de significado! Muito obrigada por tudo! 🙂 Beijinhos!!