A rotina dos dias sem rotina

Testemunho da Olivia Batista, escrito através do telemóvel, nos intervalos das tarefas e solicitações do dia e a prestações… É sábado, sobrevivemos à primeira semana de isolamento voluntário e agora obrigatório aqui na nossa casa, nesta pequena aldeia perdida no centro de Portugal. Para quem trabalha naquilo que gosta, como é o nosso caso, foi extremamente difícil reconhecer que devemos ficar em casa a cuidar dos nossos. Falava a Teresa em como era tão bom se quiséssemos o que Deus quer nesta quaresma… mas é tão difícil perceber o que Deus quer! Assim, temos sido abençoados com esta experiência (a(…)

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Domingo XXVII do Tempo Comum, ano C

Reflexão semanal, escrita pela Teresa, sobre as leituras da missa do domingo seguinte, publicada no jornal diocesano Correio do Vouga O GRITO DE HABACUC É O NOSSO GRITO “Até quando?” É o grito de toda a humanidade, desde tempos imemoriais. Até quando, Senhor, suportareis a maldade dos homens? Até quando, a opressão dos pobres, a violência contra crianças, a guerra, a fome, as injustiças? O grito angustiante pode tornar-se mais pessoal e preencher a nossa oração em determinados momentos da vida: até quando terei de suportar a traição, ou as manias, ou as indelicadezas do meu marido ou da minha(…)

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O eu, a fé, e a benção dos capacetes

Testemunho do João Miranda Santos: No fim de semana passado circulámos por diversas estradas do centro do país. Encontrámos um número fora do comum de motociclistas em todas as estradas. No domingo quando regressávamos a casa pela auto-estrada para Lisboa a quantidade de motas na área de serviço era tão grande que me levou a perguntar à senhora da caixa o que se passava. E por ela fiquei a saber que tinha acontecido a benção dos capacetes em Fátima. A minha primeira reacção foi pensar “não sabia que existiam tantos motociclistas católicos”. Eu não fui lá, mas se calhar devia(…)

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A graça de cada dia

Devo estar, de facto, muitíssimo grávida: Entro na sala de espera da maternidade para a consulta das 37 semanas, e três grávidas (!) levantam-se ao mesmo tempo para me dar lugar… Tento passar pela porta da cozinha com o alguidar cheio de roupa acabada de apanhar da corda, e ficamos os dois – o alguidar e eu – presos na passagem. “Estou farta de ser tão gorda!” Grito, e desato a chorar, que as hormonas nesta fase do campeonato não estão pelos ajustes. Em vez da esperada reação de compaixão da minha família, ouço um coro de estridentes gargalhadas… Uma(…)

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Asia Bibi e o dom da fé

“Meninos, tenho uma grande notícia para vos dar”, anunciei há dias, reunindo a família junto ao Canto de Oração Familiar. A rebentar de curiosidade, todos se sentaram para me ouvir. “Asia Bibi foi libertada!” Gritos de alegria, palmas e muita animação. É que cá em casa, há anos que rezamos diariamente por esta grande cristã paquistanesa. A Sara é, por norma, quem primeiro se lembra desta intenção, antes do terço familiar. Nos dias que se seguiram ao anúncio, falámos do assunto com muita frequência. “Mãe, a Asia Bibi já pôde abraçar os filhos?” Queria saber a Lúcia, que tem uma(…)

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A mais longa viagem

A mais longa viagem, disse alguém um dia, é a que vai da cabeça ao coração. O Niall tem um amigo sacerdote, na Irlanda, que lhe disse: “Cruzei-me mais vezes com ateus durante o meu curso bíblico do que no resto da minha vida.” Conhecer a Bíblia não é um passaporte para a fé. Eu nunca fiz nenhum curso bíblico (infelizmente), mas já escutei trechos de vários, a viva voz, aqui no nosso país. Se alguns me encantaram, outros eram, sem dúvida alguma, um incentivo ao ateísmo ou, pelo menos, um incentivo à negação das verdades católicas tal como as(…)

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Mergulho

Um dos nossos passeios favoritos, aqui na Irlanda onde estamos de férias para visitar a família, é a uma praia minúscula, no meio de falésias. Lá em cima, como em todas as falésias irlandesas, pastam placidamente algumas vacas. Mas cá em baixo, a aventura é garantida: as falésias são esplêndidas para mergulhar, tendo o homem construído plataformas e colocado pranchas para o efeito em pontos específicos. O que não impede as pessoas de mergulhar noutros pontos, alguns fazendo quase morrer de susto quem observa! Os Power portugueses não se atreveram – nem tiveram autorização para tal, claro – a saltar(…)

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Silêncio

Não vi o filme, e por isso não posso nem quero escrever sobre o que não conheço. Seria um disparate! Mas posso escrever sobre o que vou lendo e escutando, aqui e ali, porque ultimamente tenho encontrado neste tema matéria suficiente para a minha meditação pessoal. “Que farias, se estivesses na situação do padre Jesuíta, e te fosse pedido que apostatasses (renunciasses à tua fé) sob tortura?” “Será que apostatar sob tortura vale como apostasia?” “Será correto ou possível escolher entre caridade e martírio?” As perguntas repetem-se. Nas redes sociais, nos jornais e nas televisões. Que farias, se? Que deveríamos(…)

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A fé, a montanha, o sofrimento

“Não entendo uma coisa.” O Francisco interrompe o silêncio de todos, depois da leitura de mais um episódio das Memórias da Irmã Lúcia. “A partir do momento em que começaram as aparições, a vida da Lúcia não se tornou mais fácil, mas mais difícil!” De facto, acabávamos de ler a descrição de um rol de problemas com que a Lúcia se começou a debater a partir das aparições. Por fim, lemos este parágrafo: No seio da minha família havia ainda outro desgosto, de que eu era a culpada, como diziam. A Cova da Iria era uma propriedade pertencente a meus(…)

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