Palavras, silêncio e a Palavra
Uma das coisas que mais me custou na estadia no hospital foi – não se riam – a televisão sempre ligada no quarto que partilhava com mais três pessoas. Para descansar a cabeça, dirigia-me ao refeitório, onde havia muitas mesas disponíveis e onde me fartei de trabalhar a este computador, escrevendo ensinamentos e artigos. Mas também no refeitório a televisão estava sempre, sempre ligada. Era preciso um esforço sobre-humano, especialmente numa situação de debilidade física como a minha, para me abstrair de todas as coisas que ali eram ditas. Jogos, novelas, notícias do mundo, informações que nada significam para a(…)