Laudato Si e a casa comum da nossa aldeia

Vivemos um ano aniversário da Laudato Si. Tenho grandes expetativas para este ano! Aos quinze anos, decidi que o meu primeiro filho se chamaria Francisco, em honra de S. Francisco, o pobrezinho que cantava à chuva e que brincava com as flores, enquanto se entregava por completo ao amor de Deus na oração contemplativa e no serviço aos últimos dos últimos. O Niall aceitou a escolha deste nome. Hoje, o nosso Francisco tem 21 anos, e tanto ele como os seus irmãos estão acostumados a brincar à chuva, a subir às árvores, a plantar flores, a colher frutos, a tomar banho(…)

Ler mais

Retirando as máscaras diante do Senhor

Foi um magnífico domingo da Ascensão, com direito a uma subida à montanha do Bussaco – não da Galileia -, e muita brincadeira nos seus riachos e esconderijos, subindo e descendo por entre árvores e cascatas. Pensávamos que tínhamos escolhido um lugar recatado para um piquenique com amigos, mas enganámo-nos: meio mundo pensou certamente o mesmo, e o Bussaco transbordava de vida, de gente e de alegria. Os portugueses são tão bons a desconfinar como foram a confinar, está visto! (Se derem por falta de alguns Power e de alguns Miranda Santos nestas fotos, é natural, pois nós também demos(…)

Ler mais

Novena de Pentecostes e Ascensão do Senhor

Hoje é, tradicionalmente, o dia da Ascensão do Senhor. Mas a Igreja portuguesa e de outros países transferiu esta solenidade para o próximo domingo, visto hoje não ser feriado nacional (ainda que o seja aqui na Bairrada!) e, por isso, os cristãos não poderem cumprir o preceito da missa. E num dia tão solene como este, a missa não poderia faltar! Assim, alguns países entram hoje neste mistério, enquanto nós, portugueses, esperamos pelo próximo domingo. Amanhã, sexta-feira, damos início à Novena de Pentecostes. Há uns anos, escrevi um texto para acompanhar esta novena de oração, baseado nas Escrituras como gosto(…)

Ler mais

O perfume

“Estou faaaaarta da escola assim!” Grita a Sara, sete aninhos, os olhos cheios de lágrimas e os braços cruzados com fúria. “Não gosto de aprender com o computador! Quero ir à escola, ouvir a professora a ensinar as coisas, brincar com as minhas amigas no recreio”, explica, para o caso de eu não ter entendido bem. Deixo-a fazer a birra a que tem direito, e sigo em frente até ao quarto seguinte, onde a Clarinha me chamara. “Mãe, recebi este mail, com esta proposta para fazer um curso online sobre Teologia do Corpo. O que achas?” “Parece-me interessante, filha. Mas(…)

Ler mais

O Céu, um eucalipto e a Ascensão de Jesus

A grande solenidade da Ascensão está quase aí. Durante toda esta semana, de missal na mão, continuamos a meditar nas últimas palavras de Jesus, no seu Novo Testamento, palavras que Lhe saíram diretamente do Coração, pouco antes da sua morte. Porque se essas palavras fizeram sentido antes da crucifixão, continuam a fazer antes da Ascenção: a partir deste mistério, a ausência de Jesus tornou-se sua Presença. Pensar na morte é, para nós cristãos, pensar no Céu. E o mistério da Ascensão de Jesus diz-nos que também nós, um dia, habitaremos no seu Céu, em corpo e alma como Ele. Será(…)

Ler mais

Oásis

Sábado amanheceu quente, seco, luminoso. Com os vagares próprios de quem não tem planos para o dia, nestes tempos de confinamento, demorei-me a conversar por whatsapp com uma amiga, a falar ao telefone com a minha mãe e, aos bocadinhos, ia fazendo a lida da casa. Eis senão quando estas duas criaturas me apareceram na cozinha, oferecendo-me uma visão pouco comum: “Mas o que se passa, meninos?” Perguntei, surpreendida. Quase ao mesmo tempo, ouço o Niall aos gritos, na garagem: “Quem decidiu abrir a caixa com os equipamentos da praia e do rio, os sapatos de água, as redes de(…)

Ler mais

Os montes da infância

Catequese, domingo de manhã, depois da missa das dez. Diante de mim, um grupo de meninos e meninas de onze e doze anos. Hoje falamos sobre os Dez Mandamentos, a propósito da leitura da missa desta manhã, e sobre o bezerro de ouro e os nossos “bezerros de ouro”, a partir do texto de Os Mistérios da Fé (já têm os três livros desta coleção, que eu escrevi?). “Para entendermos bem o que aconteceu a Moisés sobre o monte Sinai, pensem nos montes a que já subiram, nos rochedos que já escalaram, naquela sensação do vento a fustigar-vos o rosto,(…)

Ler mais

Banhos de lama

Como certamente já todos nos apercebemos, o país anda numa fúria a cortar árvores, para cumprir a lei de limpeza das matas e evitar mais mortes humanas em fogos florestais. Bem ou mal feita, a limpeza vai acontecendo, e Náturia – o “belo” descampado à volta da nossa casa – não escapou à fúria. Numa destas tardes, ao chegar da escola, os meninos deram com um enorme camião carregado de troncos. As árvores de Náturia já não existiam. Enquanto os rapazes observavam a azáfama dos trabalhadores, com as suas escavadoras e os seus guindastes, a Sara desatava a chorar, com(…)

Ler mais

Mais presépios partilhados

A Olívia enviou-nos duas fotografias de presépios. O primeiro foi feito pelas suas meninas mais crescidas, com a avó. Achamos maravilhoso como conseguiram fazer um presépio tão lindo quanto simples, com materiais colhidos no campo: cortiça, bolotas e ramos de sobreiro. Também usaram tinta (para as expressões faciais) e cola, claro. O segundo presépio foi feito pela Maria quando estava no jardim de infância, com orientação da educadora. As figuras da Sagrada Família foram moldadas e pintadas; o corpo do Anjo foi feito com cartolina, a cabeça com uma bola de pingue-pongue e as asas resultaram de um laço feito com fita.(…)

Ler mais

O poder curativo do Tempo de Família

Há momentos da vida em que sentimos que batemos no fundo. A semana passada, de grande intensidade na escola onde leciono, foi um desses momentos. Lá em casa, todos notam quando a minha vida profissional não corre bem: segundo o Niall, o meu olhar deixa de ter brilho e perco o sentido de humor – e se há coisas graves na vida de um casal feliz, é precisamente a perda do sentido de humor! Segundo os meninos, farto-me de ralhar sem razão. A Lúcia é o meu barómetro, porque ela não tolera um grito. “Pára de ralhar”, diz-me. “Mas eu(…)

Ler mais