Domingo XXII do Tempo Comum, ano A

Reflexão semanal, escrita pela Teresa, sobre as leituras da missa do domingo seguinte, publicada no jornal diocesano Correio do Vouga RENÚNCIA E SEDUÇÃO A cruz é a companhia de eleição do cristão. Preferir a cruz às atrações e aos elogios do mundo, eis o que distingue um verdadeiro crente! “Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir”, exclama Jeremias, numa oração profundamente emotiva. Sempre me questionei por que razão tantos cristãos, apesar de expostos à Palavra de Deus e se alimentarem com o Pão da Vida, não se sentem profundamente seduzidos por Jesus. Como é possível? Não é Ele o(…)

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O grande risco da missa

Queridos sacerdotes, queridas equipas de acolhimento, queridos pastores, queridos catequistas, queridos irmãos, Já todos sabemos que o vírus é perigoso e que exige que nos protejamos e que sejamos muito cautelosos. Já todos sabemos que a Igreja está na vanguarda da prudência, da cautela, de tanta coisa que – digo-o com sinceridade, depois de tantos absurdos que vimos por aí – nos deixa muito orgulhosos de sermos cristãos. Já todos sabemos que as igrejas são locais seguros, mais seguros certamente que um supermercado, uma praia ou um café.   Por que razão estão tantas igrejas tão vazias, perguntam vários sacerdotes(…)

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A eutanásia e “como morre um cristão”

Testemunho da Sónia Santos, enfermeira de cuidados paliativos Talvez por força de influência da minha profissão,  quando olho para os meus filhos, assim bebés pequeninos, frágeis, vulneráveis, faço muitas vezes o exercício de imaginá-los velhinhos, com a cara enrugada, as costas curvadas, a mente talvez demente, o corpo velho, cansado e/ou doente. Questiono-me sobre quem cuidará deles nessa altura… Que coragem terão eles para suportar a sua velhice? Que resiliência terão eles para suportar uma doença terminal sua ou das suas esposas ou filhos? Quando estou diante de um doente paliativo, jovem ou velho, surge-me também muitas vezes espontâneamente este(…)

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Domingo XXVII do Tempo Comum, ano C

Reflexão semanal, escrita pela Teresa, sobre as leituras da missa do domingo seguinte, publicada no jornal diocesano Correio do Vouga O GRITO DE HABACUC É O NOSSO GRITO “Até quando?” É o grito de toda a humanidade, desde tempos imemoriais. Até quando, Senhor, suportareis a maldade dos homens? Até quando, a opressão dos pobres, a violência contra crianças, a guerra, a fome, as injustiças? O grito angustiante pode tornar-se mais pessoal e preencher a nossa oração em determinados momentos da vida: até quando terei de suportar a traição, ou as manias, ou as indelicadezas do meu marido ou da minha(…)

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Felizes

O início do ano letivo é sempre um tempo muito atrapalhado cá em casa. Custa deixar as manhãs de praia, o cheirinho do mar, o sussurro do vento, e voltar à azáfama da escola, ao toque do despertador e da campainha, aos TPCs e aos testes. E se alguns dos meus filhos adoram a escola e anseiam por rever os amigos, outros têm a barriga às voltas com o stress do regresso. Este ano traz algumas novidades: a Clarinha entrou no curso de Fisioterapia em Aveiro, sua primeira opção, e está feliz por iniciar mais uma etapa na sua vida.(…)

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Domingo V de Páscoa, ano C

Reflexão semanal, escrita pela Teresa, sobre as leituras da missa do domingo seguinte, publicada no jornal diocesano Correio do Vouga QUAL O INGREDIENTE? As leituras destes dias pascais lançam-nos nos tempos que hoje vivemos, entre o “já” da ressurreição e o “ainda não” da felicidade eterna, entre a omnipresença de Jesus na nossa vida e a sua aparente ausência de tantos momentos. “Quando Judas saiu do Cenáculo…” O Evangelho começa com esta triste introdução. O desenvolvimento natural, que esperaríamos de um qualquer outro evento dramático que se iniciasse com uma traição, seria algo como “Jesus entristeceu-se”, ou “o medo instalou-se”.(…)

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A Escada de Jacob

No domingo, com cinco dias, o Daniel foi pela primeira vez à missa. Embrulhado em mantas e escondido no “ovo”, entrou comigo no santuário, e juntos ajoelhámos diante do altar e da imagem de Maria Auxiliadora. Que alegria, poder voltar a ajoelhar e andar com ligeireza! Contemplei o rosto da Mãe, com o seu Menino ao colo, e mostrei-lhe o meu, ali embrulhadinho, enquanto me emocionava e as lágrimas me corriam pelo rosto. Ainda há uns dias ali estivera, o meu menino “do lado de dentro”, e pedira à Mãe que me auxiliasse no que se ia seguir… Depois dirigimo-nos(…)

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O pobre Lázaro, o rico e a recompensa eterna

Num destes dias, o Evangelho apresentou-nos uma das histórias mais perturbadoras da Bíblia: a parábola do pobre Lázaro e do rico. Diz o Evangelho que Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias esplêndidos banquetes. Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas.  (Lc 16, 19-20) A história continua, dizendo que, ao morrer, o pobre Lázaro foi levado para “o seio de Abraão”, isto é, o Céu, enquanto que o rico foi levado para a morada dos mortos e achava-se em tormentos, ou seja, o inferno. Estou convencida(…)

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Nozes partidas

Um dia destes, um vizinho simpático deixou-nos à porta um saco cheio de nozes. Quando os meninos chegaram a casa, foi uma festa! “Mãe, depressa, precisamos do quebra-nozes!” Pediu o David. Algum tempo depois, deparei-me com esta cena no jardim: “E se fizessemos bolo de noz?” Sugeriu a Clarinha quando já todos tinham a barriga cheia. Dois minutos depois, graças ao YouTube sempre à mão, a receita estava selecionada. Vamos a isto? A Lúcia e o António, no parapeito da janela, quebram as nozes; a Clarinha e a Sara, do lado de dentro, fazem o bolo. Que belo cheirinho vem(…)

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E se eu morrer esta noite?

O verão chegou, e com ele, um pouco por todo o lado, chegou também a morte. As notícias sucedem-se: crianças esquecidas dentro de carros, famílias que perdem os filhos nas praias e nos rios, e agora o fogo que, de um momento para o outro, tudo arrasa, prédios ou estradas, moradias ou 26ºs andares. Enquanto uns contam os dias para o início das férias grandes, outros, sem o saber, contam os dias para a morte. Não é possível assistir ao desenrolar das imagens aterradoras das últimas horas sem que os olhos se nos encham de lágrimas. Podia ter sido connosco…(…)

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