As nossas cavernas

Era uma caverna, eram treze jovens. Mas durante quinze dias, era o mundo inteiro, eram todos os nossos filhos. Na Rússia, o Mundial, com as suas equipas profissionais e bem treinadas, apelava a nacionalismos, entre lágrimas e risos. Na Tailândia, uma outra equipa de futebol, pobre e desconhecida, apelava à nossa solidariedade, entre lágrimas e, por fim, muitos risos sentidos. Foram quinze dias que nos fizeram sofrer. Acordar de manhã e os meninos a perguntar: “Já saiu alguém da gruta?” Chegar à praia, dar um mergulho e os meninos a perguntar: “E agora, mamã, vê na net se já saiu(…)

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Apenas o melhor

Um dia um voluntário perguntou a Tom Cornwell, membro do staff, se havia algum padrão relativamente àquilo que era comprado (para servir aos pobres nas Casas de Hospitalidade). “Claro”, replicou Tom. “Apenas o melhor, e o melhor não é demasiado bom para os pobres de Deus.” Fora esta a visão de Dorothy desde os primeiros dias: “Que maravilha sermos atrevidamente perdulários, ignorarmos o preço do café e continuarmos a servir bom café e pão do melhor à longa fila de miseráveis que nos procuram.” (Jim Forest, Tudo é Graça – a Revolução de Dorothy Day) “Os pobres não gostam de(…)

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Amizade e visitação

No primeiro dia de aulas na escola nova, iniciando o quarto ano, a Lúcia chegou a casa muito feliz: “Mamã, fiz novas amigas! Estou tão contente!” E no dia seguinte, quando a fui buscar às três e meia, olhou para mim desapontada: “Já? Não posso ficar só mais um bocadinho a brincar? Queria estar mais tempo com as minhas amigas…” No fim-de-semana, fomos juntas à casa da amiga, aqui no fim da rua, para a chamar a brincar em nossa casa e em Náturia, o descampado por detrás. A mãe, por sua vez, convidou a Lúcia para lanchar. Outra semana(…)

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O gatinho no fundo do poço

À volta da nossa casa há campos, florestas e terras que os nossos filhos gostam de explorar livremente, nas longas tardes de verão. Há também poços, a maioria protegidos, mas nem todos. Os nossos filhos mais velhos, que conhecem cada recanto das redondezas, vão de quando em quando fazendo o “reconhecimento do terreno” junto dos mais novos, para se certificarem de que não correm riscos desnecessários. Até hoje, nunca aconteceu. Há uns dias atrás, a Lúcia e o António chegaram a casa muito excitados: “Mãe, mãe, não imaginas! Há um gatinho no fundo de um poço, ali num campo onde(…)

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O meu próximo e os seus fardos

Uma das coisas mais bonitas do nosso Acampamento foi o cuidado que cada um teve com cada outro, e isto deste o primeiro instante: É preciso ajudar alguém a montar uma tenda – ou, especialmente, a desmontar, que segundo parece, é bem mais difícil? Há vários braços a querer ajudar. É preciso carregar um bebé, enquanto os pais se ocupam dos outros filhos? Não faltam ofertas! É preciso dar uma sopa, mudar uma fralda, acalmar um choro? Vamos a isso!  É preciso lavar as casas-de-banho, a churrasqueira, as mesas de piquenique? Todos ajudam. Uma família de cinco pessoas está demasiado(…)

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Missão jovem nas cinzas do Pedrógão #2

Escrito pelo Francisco Power (continuação do post anterior): O nosso principal trabalho foi, como referi no post anterior, nas hortas, nos pomares e na preparação de kits de sementes para distribuir. Mas fizemos outras coisas! Logo no primeiro dia, tivemos a “praxe” do voluntariado: como estava muito calor para começar a plantar fosse o que fosse, fomos para um ginásio enorme completamente cheio de caixotes de roupa para fazer triagem e separação. Neste momento já não é necessária mais roupa, e a que chega está a ser encaminhada para os PALOP. Se por um lado é bonito ver a generosidade(…)

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Missão jovem nas cinzas do Pedrógão #1

O nosso Francisco acabou os exames do primeiro ano de Engenharia Mecânica numa quarta-feira, e na sexta-feira seguinte partiu em missão. Uma semana depois regressou, com muito, muito para contar. Tanto, que resolvemos dividir por dois posts! Aqui fica, pois, o seu testemunho: Escrito pelo Francisco Power: Desde as Jornadas Mundiais da Juventude 2016, o meu grupo fantástico de Jovens do Estoril e Lisboa e eu andámos a planear um campo de trabalho para fazer este verão. Com a infeliz catástrofe que começou em Pedrógão Grande há um mês, decidimos tornar esse campo de trabalho numa missão de voluntariado para(…)

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Jovens-cântaro

No ensinamento deste mês, relembro as famílias de que é absolutamente essencial dedicarmos algum tempo das nossas férias a servir os outros, não apenas os da nossa família. Já o fizemos? Cá em casa, temos procurado ser Família-cântaro em várias circunstâncias diferentes que o Senhor nos vai apresentando. Para além desta missão familiar, os nossos filhos mais velhos também vão viver /viveram os seus momentos de missão jovem. Na semana passada, a nossa filha Clara, de dezasseis anos, dedicou cinco dias à missão, em Torres Novas, com as Irmãs de S. José de Cluny. Pedi-lhe que relatasse aqui a sua(…)

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Gastar-se até ao fim

Uma das mais bonitas virtudes do cristão, como nos diz hoje S. Paulo na primeira leitura da missa, é a generosidade. Não há Famílias de Caná sem grandes doses desta virtude. Queremos ser, como diz a nossa Carta Fundacional, “famílias-cântaro”, capazes de levar o Vinho Novo de Jesus a todos os que nos rodeiam. Queremos gastarmo-nos a servir, como S. Paulo se gastou: De muito boa vontade gastarei, e me gastarei a mim mesmo, pelas vossas almas. (2Cor 12, 15) Fico feliz quando as Famílias de Caná me falam da sua generosidade. Todas as famílias que já fizeram o seu(…)

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