testemunho da Olívia
A partilha frequente de textos nesta página alimenta uma fome que talvez muitos de nós (pais de família e esposos) sentimos. A fome de querermos sempre caminhar com Jesus para o Pai a um ritmo próprio de quem caminha em caravana familiar. E textos tão belos e profundos como este não se esgotam ao fim da leitura, mas deixam-me sempre a pensar.
Gostaria de partilhar aqui uma ideia muito bonita que o nosso pároco usou numa homilia. Disse-nos ele que a nossa vida se pode comparar a uma vela, existem grandes, pequenas, mais ou menos claras, com mais ou menos atributos, mas cuja função deve ser mais do que a decorativa: numa vida plena deve iluminar tudo à sua volta!
E como é que o fazemos? Gastando-nos. Pedaço a pedaço, minuto a minuto, entregando tudo o que somos aos outros. Esta imagem tão fora de moda quando vivemos numa época em que se quer fazer centrar o universo não na luz, mas na aparência parece estranha… Tão estranha como achar que o mais importante numa vela é o exterior, quando o que a faz arder é o pavio no seu interior…
Uma vela só se mantém acesa se tiver um interior forte, mas só se acende em contacto com uma outra chama e a mais bela chama é a recebida no dia do nosso baptismo, essa é a chama que faz de nós filhos, irmãos, família… Não importa como somos, o que temos de diferente, apenas que fomos ungidos e a partir desse dia vivemos “com Cristo, por Cristo e em Cristo”, tão simples e profundo como isso já nos dizia Paulo nas leituras este domingo.
Aproxima-se a festa da Apresentação de Jesus no templo celebrada no dia 2 de fevereiro, na tradição antiga da igreja em alguns locais do mundo celebra-se também a festa das candeias ou da purificação de Nossa Senhora (quarenta dias depois do nascimento de Jesus), depois de José e Maria se apresentaram diante de Simeão para cumprir o seu dever, e este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali lhe traziam ter proclamado:
Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo» (Lucas, 2, 29-33)
E de facto Jesus é a luz que nos ilumina – a nós que tantas vezes andamos nas trevas – e é Maria quem nos apresenta esta Luz!
Este é sem dúvida um excelente dia para tirarmos as nossas velas do batismo da caixa e as acendermos ao serão na nossa oração familiar recordando que, a Luz de Cristo que brilha em nós nunca se deve apagar, mas deve antes contagiar todos os que nos rodeiam.
Obrigado por esta partilha tão preciosa minha irmã.
Beijo grande
Sabias palavras, as suas e as do seu pároco! Infelizmente nos dias de hoje o único objetivo de muitos é gastar a vida em “proveito próprio” … “Aproveitar ao máximo enquanto cá andamos. ..” como ainda hoje ouvi!
Bem tento contagiar um pouco…. Mas devo ser uma vela muito fraca… Porque a minha chama não se propaga 😟!
Oh Isabel isso quem sabe é Deus!! 😉
Obrigada, Olívia, por esta bela reflexão – tão simples, mas direta ao essencial. Vou lembrar-me dela quando me sentir “consumida”, desgastada 🙂 Também me fez recordar a passagem que diz que quem quiser ganhar (poupar) a sua vida, perdê-la-á, mas quem a der, ganhá-la-á. Desde que seja uma doação por amor e em liberdade (senão, não seria por amor), a nossa vida pode, de facto, iluminar muitos à nossa volta. Digo isto porque há doações vividas com tão intensa amargura e sentimento de fardo, que acabam por acarretar mais escuridão do que luz.