Testemunhos


“Maravilharmo-nos” com cada membro da Família: uma proposta

Testemunho e proposta da Isabel Marantes:

O ensinamento mensal de dezembro falava em contemplarmos o rosto de Jesus no rosto dos nossos filhos, fazendo assim, da nossa casa, um Presépio.

Também o  Papa Francisco, no passado dia 30 de Dezembro, na Festa da Sagrada Família, durante a oração do Angelus, nos convidou a aprender a maravilharmo-nos com as coisas boas que os membros da nossa família têm: “Quando existem problemas nas famílias, nós sempre achamos que temos razão e fechamos as portas aos outros”, lamentou. Entretanto, “é necessário pensar o que a outra pessoa tem de bom e se maravilhar. Isto ajuda a unidade da família”. Além disso, explicou que “maravilhar-se é o oposto de tomar tudo como certo, de interpretar a realidade que nos rodeia e os acontecimentos da história somente segundo os nossos critérios. Maravilhar-se é abrir-se aos outros, compreender as razões dos outros”.

Cá em casa, ao lermos o ensinamento e, depois, estas sábias palavras do Papa Francisco, surgiu-nos a ideia de escrevermos o que nos maravilha no outro, a começar pelas pessoas que vivem connosco. Então pensámos nesta actividade muito simples:

Fazermos uma caixa ou um frasco para cada membro da família (cá em casa fizemos uma caixa tipo “mealheiro”, mas pode ser qualquer caixa de papel, de plástico ou um frasco de vidro). E todos os dias vamos escrevendo, em pequenos pedaços de papel, as atitudes que nos maravilharam em cada pessoa (se estivermos atentos, são tantas!). À medida que vamos escrevendo, vamos colocando cada papel na respectiva caixa.

Os filhos que ainda não sabem escrever podem sempre dizer ao pai, à mãe ou a um dos irmãos mais velhos para escrever por eles. Ou então fazer um desenho! E se houver bebés na família, porque não escrevermos o que nos maravilha nele ou nela e oferecermos-lhe a caixa um dia mais tarde?

Ao pensar nesta actividade, reflecti em algumas das vantagens que pode trazer:

-Vermos crescer, em nós e nos nossos filhos, o sentimento de gratidão pelas pessoas que nos rodeiam.

-Procurar o bom que cada pessoa tem para dar e não as suas faltas. Umas das professoras da nossa filha Leonor costuma dizer que devemos “make excuses for others” (dar/pensar em desculpas, em razões que possam desculpar a falta do outro), quando não gostamos de alguma coisa que nos tenham feito.

-Ao lermos o que está na nossa caixinha, também nos apercebemos da importância que cada atitude nossa tem na outra pessoa.

-Para além disso, também percebemos quais as “formas de amar” que são mais apreciadas por cada membro da família. Nós, muitas vezes, mostramos que gostamos de alguém da forma como gostaríamos que alguém mostrasse que gosta de nós. Mas, dependendo da pessoa, uns gostam mais de palavras de conforto ou apreciação, outros do afecto físico, outros de pequenos presentes (uma carta, uma flor, a sua comida preferida), outros de tempo de qualidade e outros ainda de actos de serviço (lavar a loiça, ajudar em algum projecto)… Há dois livros muito interessantes sobre este tema, do autor Gary Chapman, que muitos de vós com certeza conhecem: “As cinco linguagens do Amor” (mais para o casal) e “As cinco linguagens do Amor para crianças” (mais para a relação dos pais com os filhos). Embora todos precisemos de todas estas “linguagens do Amor”, se soubermos qual a linguagem que cada filho, que o marido, que a esposa, mais valorizam, porque não tentarmos amar essa pessoa da forma como ela se sente mais amada?

Ouvi, um dia, um sacerdote dizer que demoramos 21 dias a adquirir um hábito. Por isso, cá em casa vamos fazê-lo durante pelo menos 21 dias, para ver se cresce em nós, pouco a pouco, a virtude da caridade, a maior das virtudes, e que:

…é paciente…é amável, não é invejosa…não se pavoneia, não se ensoberbece; não é inconveniente; não procura o seu interesse, não se irrita nem guarda ressentimento, não suspeita mal; não se alegra com a injustiça, congratula-se, ao invés, com a verdade; Tudo encobre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha. (1 Coríntios 13: 4-8)

Deixemo-nos, então, maravilhar uns com os outros!

 

4 Comments

  1. Olívia Batista

    Estou a adorar as vossas partilhas!

  2. Gostei. Muito bem!

  3. Helena Atalaia

    É uma ideia maravilhosa! Obrigada 😘

  4. É, de certa maneira, um “frasco da gratidão” (ideia bastante divulgada pela Internet) familiar personalizado – excelente ideia!

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