Reflexão da Olívia Batista:
Ao longo das duas últimas semanas tenho ouvido inúmeras vezes “este ano o Natal chegou mais cedo”, ou “já fizemos a Árvore de Natal”… todos os anos se repete esta pressa desenfreada para comprarmos os brinquedos, doces (que correm o risco de passar da validade) mas confesso que este ano me parece cedo demais, impositivo demais… superfícies comercias, iluminações acesas nas ruas, publicidades, partilhas nas redes sociais… afinal qual é a pressa? Tudo tem o seu tempo e no ano litúrgico não há vazios! Estamos sempre a caminhar em frente, não a saltitar apenas para as coisas “brilhantes”, “divertidas” e “espectaculares”.
Aos poucos parece que nos querem roubar o encanto da espera, hoje em dia tudo tem de ser rápido, confuso, apelativo para ter interesse… as nossas crianças e jovens são “tentadas” com as mil e uma novidades que aparecem todos os dias, mas a grande novidade, a mais importante de todas tende a ficar esquecida na confusão: Jesus vem habitar no meio de nós! É preciso tempo para prepararmos a Sua chegada: a que celebramos no Natal e a que ainda esperamos!
Preparar leva tempo, empenho, partilha, compromisso. E isso faz-se dando um passo de cada vez, vivendo ao ritmo do ano litúrgico, domingo após domingo. Com calma.
Estamos ainda a terminar este Ano Litúrgico, em breve vamos começar um Novo Ano, um novo Advento com quatro semanas inteiras para preparar o Natal do Senhor, na comunidade, na nossa família, no nosso coração!
Não tenhamos pressa em festejar o Natal em Novembro, tenhamos antes pressa em prepararmos a Sua chegada, aguardando ansiosamente, aproveitando para dar graças por este maravilhoso tempo de espera e que, na manhã de Natal, o encanto e a alegria de Jesus que nasce encham a nossa vida!
Pois Olívia, também não percebo qual é a pressa…
Vive-se sempre com pressa para tudo. Deseja-se que a gravidez passe depressa, que os filhos cresçam depressa, que se alcancem os objectivos depressa…tudo depressa. Mas, depois, lamenta-se que o tempo passou depressa demais e que se ficou com a sensação de não ter aproveitado nada….Enfim, misérias do consumismo humano. Até o tempo é consumido depressa!
Bom dia Olívia!
Há 2/3 semanas tive um “pesadelo” em que já estávamos na festa de Natal da escola e não estava nada preparado! E eu só dizia, mas ainda agora era Outubro!! Quando acordei pensei, respira foi só um sonho!
Mas entretanto começo a ver todas estas decorações antecipadas, ensaios para festas, etc e começo a pensar que o meu pesadelo se vai concretizar, o Natal vai chegar depressa demais!!! Respira! Respira! São 4 semanas de preparação, e o Natal continua até Janeiro por isso não vamos ter pressa, tudo a seu tempo!
Obrigada Olívia por esta reflexão em jeito de desabafo!
É bem verdade o que a Olívia escreve! Aqui, nas casas e nas ruas, as abóboras também foram imediatamente substituídas por decorações de Natal!
Parece que o silêncio da espera nos desorienta. Quando o que ele faz é exactamente o contrário.
Pois não é verdade que a reflexão que o mês de Novembro nos invoca, sobre o nosso futuro, sobre o que nos espera na eternidade é fundamental para nos orientarmos, para sabermos para onde vamos e o que fazemos aqui? Se essas verdades não estiverem bem meditadas dentro de nós, como podemos não nos perder?
Continuemos, pois, a reflectir na pergunta tão importante que a Teresa nos faz no ensinamento mensal, continuemos a procurar dentro de nós essa luz que nos leva ao encontro com Jesus… e então aí -mas só aí- será Natal!
Uma boa semana para todos,
Isabel