Testemunhos


Quanto vale cada um de nós?

Reflexão e desafio de Olívia Batista

De vez em quando, em conversas, sou abordada por pessoas cuja vida é posta à prova nos mais variados aspectos: saúde, filhos, casamento, trabalho, e por alguma razão se sentem “inferiores”, “ou com “pouco valor”, mesmo aqui no site podemos perceber por alguns comentários que algumas pessoas sentem que o que fazem não é suficiente, que são esforços em vão…

Eu costumo dizer que todo o bem que fazemos não se perde, se o fizermos de coração. Também sei que este sentimento do “não valho nada” pode ser um sinal de humildade, pois bem sabemos que a nossa vida é frágil e que só o amor (que damos e recebemos) ficará, mas em muitos casos é mesmo um sentimento de tristeza e desânimo.

Quando tenho conhecimento, através da rádio ou das redes sociais que determinada pessoa faleceu, como foi o caso do Cobe Bryant, e vejo a reacção instantânea nos comentários percebo logo que era alguém “importante,” mesmo sem nunca ter conhecido a pessoa. Aqui em casa, não conhecíamos Cobe Bryant, mas como fãs do desporto motorizado ficámos abalados há umas semanas com o acidente e morte do piloto Paulo Gonçalves, ao ler os comentários no post que dava a notícia, vi que muitas pessoas manifestavam a sua admiração pela pessoa que era, mas uma ou outra pessoa comentava: “nem sei quem era o tipo“. Era de facto alguém importante? O que é alguém importante? Estas coisas deixam-me sempre pensativa sobre o valor que cada um de nós tem neste mundo, como dizia um padre: aos olhos do mundo, no conjunto dos milhões de anos deste planeta a nossa vida é de facto uma coisa muito pequenina…

Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.
O vento vai para o sul, e depois ruma para o norte; gira e torna a girar e passa, e recomeça os seus circuitos.
Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Eclesiastes 1, 5-7

 

Mas, se aos olhos do mundo existem pessoas mais importantes do que outras, aos de Deus cada vida é única, importante e especial.

Quanto vale então, aos olhos de Deus, a minha vida, a vida de cada leitor deste site, a vida do Kobe, do Paulo, da Madre Teresa, do mendigo à porta da igreja, da dona Maria da padaria, do senhor Augusto do talho, da Carla que me humilhou no trabalho, da Clara que tem cancro em fase terminal, do Jorge que está preso, da professora Rita, da engenheira Helena, do bebé que cresce na barriga da Ana, do senhor João nos cuidados paliativos?

Cada uma destas vidas – das nossas vidas – vale o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição do próprio Filho de Deus. Sim, o amor de Deus é para todos, a dádiva da salvação eterna é para todos. Mesmo para os que aos nossos olhos não merecem, mesmo para nós que tantas vezes somos filhos ingratos e impacientes. A nossa vida é valiosa, um bem precioso que devemos cuidar, partilhar, que devemos valorizar e fazer dela hoje aquilo que Deus sonhou para nós no princípio dos tempos!

Às vezes é bom pensarmos um bocado nestas coisas, na nossa fragilidade, mas também na forma como o Pai cuida de nós, nas nossas lutas, mas também nas pessoas que Ele coloca no nosso caminho e nos ajudam. Não vale a pena enganarmo-nos com experiências de auto-ajuda em que dizemos meia dúzia de afirmações em como somos muito bons e todos os problemas na nossa vida desaparecem como por magia. “O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra” e é Nele que encontramos a razão da nossa existência, é através da Sua Palavra que as coisas começam a fazer sentido na nossa vida pequenina!

Deixo-vos agora um desafio para estes próximos dias: peguem na vossa Bíblia, olhem para ela, mesmo que não estejam habituados a ler dela, abram-na e procurem alguns versículos, peguem num lápis e sublinhem (não faz mal escrever na Bíblia) e sintam que o Pai fala convosco através dessas linhas!

 

Rom. 5, 8

1 Jo. 3, 1

Sl. 36, 7

2 Cor. 8, 9

1 Jo. 4, 10

 

6 Comments

  1. Quantas vezes me sinto pequenina e impotente perante a vida… Convosco volto a ganhar a força que preciso. Obrigada Olivia por me fazer refletir mais uma vez e claro pelo desafio proposto. Beijinhos

  2. Elsa Cristina Cóias Valverde

    Muito obrigada pelo testemunho!

  3. Olá Olívia! Deus tem o nosso nome escrito na palma da Sua mão, o meu e o de cada um de todos os seres humanos…
    E cada vida é-lhe preciosa…
    Agora nós, tantas vezes duvidamos de que somos únicos e especiais, porque não amamos o suficiente… tem toda a razão! E é nesta falta de Amor que os alicerces da vida vacilam…
    Que Nossa Senhora Nos cubra com o Seu Manto e que assim embalados façamos o caminho… um beijinho a todos!!!

  4. Gostei muito desta reflexão, Olívia.
    Um pormenor interessante foi um do final: “não faz mal escrever na Bíblia”. Confesso que a mim me parece estranho, muito estranho, escrever na Bíblia, como me parece estranho escrever noutros livros. Em rigor, não me faz impressão pensar que escrevas na tua Bíblia, mas faz-me impressão imaginar-me a escrever na minha! A verdade, verdadinha, é que a minha Bíblia está há muito tempo sem ser manuseada e lida, com ou sem (no meu caso, sem) escritos e sublinhados!

  5. Também eu gostei muito, Olívia.
    Obrigada!

  6. Muito grata, Olívia.
    Preciso de falar consigo de uma forma mais particular, se for possível. Então deixo-lhe o meu email. Espero que não se importe.
    luzestelar.joana@gmail.com

    Beijo

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