Somos família, também nas JMJ

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Inicialmente nem achei muito interesse este estandarte que nos foi oferecido. Achei desnecessário e talvez um desperdício de recursos, na minha forma minimalista de ser.
Mas, depois de passados os dias nas dioceses, e o respetivo acolhimento de peregrinos que nesses dias fizémos, e depois de terminadas as JMJ e até mesmo o último momento de encontro do Papa Francisco com os voluntários, em que foi dito que “cada um deu aquilo que tinha”…
Percebi que este estandarte contém nele escondida, mas bem destacada, a melhor forma como nós, cá em casa, poderíamos participar destas JMJ: “SOMOS FAMÍLIA”
Podiamos ter sido voluntários na logística mais central em diversos momentos, podiamos ter colaborado em atividades de formação ou oração ou outras quaisquer. Mas aí não participaríamos como família, completa. Não teríamos ocasião de testemunhar a forma como “SOMOS FAMÍLIA”.
Também os peregrinos que acolhemos em nossa casa poderiam ter ficado a dormir num pavilhão como muitos outros ficaram. Mas aí não teriam tido oportunidade de ver e sentir a forma como nós “SOMOS FAMÍLIA”, de participar da nossa oração familiar, de brincar com os nossos filhos no seu “habitat natural”, de conversar e de viver connosco um domingo em família, de cantar connosco, de caminhar na montanha connosco, de rezar o terço connosco, sempre em família.
Que importância é que isso tem numa JMJ?
Quer parecer-me que tem muita importância! É certo que destes 10 jovens que recebemos algum pode ter uma experiência nas JMJ, ou fora dela, que o leve a sentir o chamamento para o sacerdócio ou a vida religiosa, como muitos testemunhos que temos lido e ouvido nestes dias, resultantes de participações em JMJ anteriores. Mas muito provavelmente a maioria deles irá formar a sua própria família dentro de alguns anos, e portanto um dos proveitos que podem levar das JMJ é seguramente o conhecer e viverem a realidade de mais uma família, mais uma forma de ser família. Com a vantagem de que, como os acolhemos em contexto e disposição de JMJ, acolhemo-los sem filtros para deixar transparecer e partilhar como a nossa forma de ser família é sustentada pela nossa fé.
Assim espero que a nossa singela contribuição para estas JMJ dê frutos, ainda que impercetíveis.