Vida sacramental

A Família de Caná procura encontrar-se com Jesus através dos sacramentos:

O matrimónio

mãe e paiO matrimónio é o sacramento fundador da família, que o episódio das Bodas de Caná vem pré-anunciar. Segundo a doutrina da Igreja, e à luz do mistério de Caná, em que Jesus é simultaneamente o Sacerdote que transforma a água em vinho e o Esposo que já chegou, e em que as Bodas são simultaneamente humanas e divinas, o matrimónio cristão é “um grande mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja” (Ef 5, 32).
No contexto de João Cruz2, o matrimónio é uma verdadeira festa divina, onde a abertura à graça e à vida se concretiza na abundância totalmente inusitada do “vinho melhor”. Assim, as exigências de fidelidade, indissolubilidade, abertura permanente à vida e unidade não são vividas como fardos, mas como dons. E segundo as belíssimas palavras do Papa Francisco, “cada matrimónio é uma história de salvação” (A Alegria do Amor nº 220).
Nem todas as Famílias de Caná nasceram do sacramento do matrimónio. Contudo, todas o têm no seu horizonte como o mais belo sinal da entrega de Jesus por nós, na Cruz, onde se consumou a nova e eterna aliança.


 O batismo, a eucaristia e o crisma

batismo 2O batismo é o sacramento que faz de nós filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Uma família cristã é, em primeiro lugar, uma família de batizados, como os primeiros cristãos o testemunhavam ao administrar o batismo a famílias inteiras (Cf At 16, 33). As Famílias de Caná procuram batizar os seus filhos logo que possível, com a pressa característica de quem ama e deseja o melhor para o seu amado. No clima de festa em que vive, o aniversário do batismo de cada membro da família é motivo de celebração.
QuIMG_20150501_0002ando os membros da família alcançam a maturidade na fé, estão aptos a segurar nas suas mãos a vela recebida no dia do seu batismo, reafirmando a sua fé publicamente e acolhendo em plenitude o dom do Espírito Santo, pelo sacramento do crisma.

AEucaristias Bodas de Caná pré-anunciam o mistério da Cruz, em que Jesus derramou todo o seu Sangue como o “vinho melhor” guardado para o fim. A Eucaristia é o memorial e a atualização do mistério da Cruz e, portanto, também ela está pré-anunciada nas Bodas de Caná, em que todos beberam até à saciedade do vinho de Jesus, o vinho da nova e eterna aliança.
A Eucaristia é a Fonte de Água Viva, a Fonte de Água e Sangue que jorra abundante do Coração Trespassado de Jesus (Cf Jo 19, 34). Em nenhuma outra fonte queremos encher as nossas “bilhas”.
As Famílias de Caná são famílias verdadeiramente eucarísticas. A missa dominical é o David acólito 4cume e o centro das suas vidas, e como tal, procuram prolonga-la sempre que possível em fortes momentos de adoração eucarística. Como sinal da alegria, da festa e da união presentes no mistério das Bodas de Caná, as Famílias de Caná procuram participar na missa dominical em família, com a presença de todos os seus membros na mesma celebração.
Nem todos os membros da família podem comungar, mas todos, sem exceção, podem ser salvos pelo amor eucarístico de Jesus, como o centurião romano o foi: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.” (Mt 8, 8).


A Reconciliação

Lúcia - 1ª confissão 3Para vivermos a união profunda uns com os outros e com Deus, preconizada no mistério das Bodas de Caná, é preciso um esforço contínuo de reconciliação, de pedido e de oferta de perdão. A confissão sacramental é, para as Famílias de Caná, a resposta à constatação de Nossa Senhora: “Eles não têm vinho” (Jo 2, 3). Cada vez que o vinho acaba, somos convidados a nos reconciliarmos com Deus e uns com os outros através do Sangue derramado de Jesus, o Vinho da nova e eterna Aliança (cf. Lc 22, 20).
As Famílias de Caná confessam-se com muita frequência, incluindo as crianças, desde o primeiro momento em que tomam consciência do seu pecado. Mesmo o casal que não possa receber a absolvição sacramental é convidado a confessar os seus pecados, consciente de que a humildade é a porta do Céu.


A Santa Unção

De acordo com a doutrina da Igreja, as Famílias de Caná procuram receber o sacramento da Santa Unção sempre que necessário, quando um dos seus membros se encontra gravemente doente ou quando se aproxima a hora da sua morte. Também esta receção acontece no clima das Bodas de Caná: total confiança em Deus, que dá a vida e dá a morte, que faz milagres e a quem nada é impossível; alegre esperança de, finalmente, se reunir com o único Esposo que pode preencher os mais profundos anseios de felicidade do ser humano.

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A ordem

Nas Bodas de Caná, Jesus é o Sacerdote que transforma a água em vinho. Não há Famílias de Caná sem sacerdotes, ministros da nova e eterna Aliança (cf. Lc 22, 20). Assim, as Famílias de Caná procuram ser verdadeira família para o seu pároco, acolhendo-o e colocando-se ao seu serviço, disponíveis para fazer tudo o que ele disser, enquanto seja intérprete da vontade de Deus.

As Famílias de Caná rezam ao Senhor da messe para que envie operários para a sua messe (cf. Mt 9, 38) e alegram-se quando o Senhor vem chamar à sua casa religiosos, religiosas e sacerdotes. Uma vocação sacerdotal ou de consagração na família é o maior dom que o Senhor lhes pode fazer.

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