Mensageiros da alegria
A missão das Famílias de Caná consiste em levar a alegria das Bodas de Caná ao maior número de famílias possível, de acordo com a Palavra do Evangelho:
Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e chamai para as bodas a quantos encontrardes. (Mt 22, 9)
De facto, a insistência na dinâmica de oração familiar e de vida sacramental em família só aparentemente parece fechar a família sobre si mesma, pois na verdade, o que faz é precisamente o contrário. Diz o Papa Francisco em Amoris laetitia: “O exercício de transmitir aos filhos a fé, no sentido de facilitar a sua expressão e crescimento, permite que a família se torne evangelizadora e, espontaneamente, comece a transmiti-la a todos os que se aproximam dela e mesmo fora do próprio ambiente familiar. Os filhos que crescem em famílias missionárias frequentemente tornam-se missionários.” (nº 289)
Os dois apelos do papa
O movimento das Famílias de Caná procura responder aos apelos insistentes do Papa Francisco, expressos quer em Evangelii gaudium, quer em Amoris laetitia, e que são especialmente dois:
– Ser “Igreja em Saída”, capaz de “alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (AE, nº20), especialmente periferias relacionadas com a família, e que tanto existem no meio da pobreza material, como sobretudo da pobreza espiritual do mundo ocidental. Ninguém deve ficar fora das bodas!
– Privilegiar o Querigma, o anúncio de Jesus Cristo Salvador, anúncio que deve preceder e acompanhar toda a catequese doutrinal. Diz o Papa Francisco: “Ao designar-se como «primeiro» este anúncio, não significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se esquece ou substitui por outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, de uma forma ou de outra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos.” (AE nº 164)
Concretização da missão
O contexto das Bodas, que no tempo de Jesus congregavam uma aldeia inteira, fornece aos membros do movimento indicações preciosas sobre a sua forma carismática de responder a estes apelos:
– A missão deve ter uma vertente própria de cada pessoa ou família, que à imitação de Maria, responde com a sua iniciativa pessoal ou familiar à necessidade identificada, apresentando as famílias a Jesus e Jesus às famílias.
– A missão deve também ser uma missão “de aldeia”, como foi em Caná, em que os servos das bodas se apressaram a cumprir a Palavra de Jesus, servindo em conjunto o “vinho novo”. Surgem assim as Aldeias de Caná, pequenos grupos de pelo menos duas ou três Famílias de Caná que se reúnem, quer na paróquia, quer nas casas das várias famílias, abertos a quem neles quiser participar, para aprofundar a espiritualidade do movimento e encontrar formas de servir a comunidade em conjunto.
– A missão deve ter momentos de “bodas”, ou seja, momentos de encontros, reencontros, retiros, convívios, capazes de atrair, pelo testemunho de vida e de palavra, os que se encontram “nas encruzilhadas dos caminhos” e de propor a todos o carisma das Famílias de Caná.