Em Caná da Galileia...


Dia 28 de abril

Dia 28 de abril é o dia marcado para o Retiro Anual das Famílias de Caná com o nosso bispo de Aveiro, D. António Moiteiro. As famílias que já fizeram o seu compromisso irão renová-lo, as famílias que desejarem comprometer-se pela primeira vez terão ocasião de o fazer.

Tudo está preparado: o Canto de Caná está lindo, cuidado, pronto para vos receber; a quinta está verde e solarenga, com mesas suficientes para o nosso piquenique; o pátio do colégio está reservado, nesse dia, para todos os patins, bicicletas e bolas que quiserdes trazer; o Santuário estará aberto, para vos poderdes confessar e para podermos, juntos, adorar o Senhor no Santíssimo Sacramento e celebrar a Eucaristia.

O que falta então? As vossas inscrições! Temos cinco inscrições no site, embora algumas outras famílias tenham dito que estariam presentes.

Confesso que estou com muita dificuldade em entender o porquê da vossa indecisão em vos comprometerdes com o Movimento, depois de tantos mails recebidos e tantas palavras trocadas nos nossos encontros um pouco por todo o país. Assim, ficar-vos-ia agradecida se mo pudessem explicar, por mail pessoal, caso não queiram, compreensivelmente, expor-vos aqui através dos comentários.

Não propomos o impossível. Já meditaram na Carta Fundacional? Propomos um caminho de santidade já bem experimentado cá em casa e em casa de várias outras famílias, e portanto, possível de ser trilhado. E fonte de imensa felicidade para quem o vive.

Comprometer-se no Movimento traz algum acrescento àquilo que muitos de vós já viveis? Traz. Traz-nos a certeza de sermos uma família de famílias, a alegria de partilharmos caminhadas, a felicidade de podermos ver os nossos filhos crescer juntos, com os mesmos valores. Comprometer-se é afirmar: “Somos Família de Caná!” Com o mesmo santo orgulho com que afirmamos: “Somos a Família Power”, ou somos a Família Almeida, ou somos a Família Silva. Comprometer-se é ganharmos uma identidade comum. Sermos comunidade. E isso é fantástico.

Estamos nos inícios de um novo caminho na Igreja, as Famílias de Caná. Somos um Movimento acabado de nascer. Como todas as Ordens Religiosas e todos os Movimentos, também o nosso começou com um testemunho pessoal, ou neste caso, familiar – o nosso – e, a partir daí, por contágio e irradiação, chegou a muitas famílias. O cristianismo é feito de testemunhas, não de normas frias ou de regulamentos. Ninguém se torna cristão sozinho, e se pensarmos um bocadinho, todos nós somos capazes de identificar as testemunhas que nos fizeram chegar até ao dia de hoje. Se as Famílias de Caná surgem algures nesse caminho, por que não considerar o compromisso?

Hoje, na maioria das Ordens Religiosas vive-se uma tentativa de “regresso às origens”, isto é, ao espírito do fundador, ao primeiro testemunho. É preciso continuamente acertar a rota, se queremos fidelidade. No nosso caso, as origens do Movimento vivem entre vós: a nossa família e as primeiras famílias comprometidas. Seguir um Movimento assim a nascer é um privilégio muito especial! A vitalidade do Movimento vai depender deste primeiro grupo de famílias comprometidas. Serão elas capazes de um testemunho irradiante, que permaneça pelos tempos? Todos os dias rezo para que surjam Famílias de Caná capazes de dar a vida pelos frutos do Movimento.

“É preciso uma certa dose de loucura para se comprometer num movimento nascente”, comentava um amigo. É verdade. Os inícios de qualquer ordem religiosa e de qualquer movimento eclesial são feitos de gente louca… Mas foi uma loucura especial: a loucura que gera santidade. Os inícios dos movimentos estão carregados de santos! Penso nos primeiros franciscanos, nos primeiros jesuítas, nos primeiros salesianos, penso no pequeno Domingos Sávio, que se santificou graças ao caminho aberto por Dom Bosco e em contacto diário com ele; penso no jovem Santo António, contemporâneo de S. Francisco e que se deixou inspirar por ele até à santidade; penso na jovem Chiara Luce Badano, focolarina, beatificada antes ainda da morte da fundadora dos focolares… Há santos fundadores, mas a maioria dos santos encontram-se entre os que seguem os caminhos abertos pelos primeiros. Eu já conheço alguns santos no nosso Movimento, naturalmente que em gestação, e sei que muitos mais poderá haver.

Ah, e ainda tinha tantas novidades para vos contar em primeira mão sobre o nosso Movimento…

As inscrições estão abertas.

10 Comments

  1. Olívia Batista

    Penso que talvez as pessoas fiquem entusiasmadas com os testemunhos porque de facto enquanto família é um projeto de vida fantástico, mas depois com o passar do tempo e porque muitas vezes as coisas não correm como nós queremos temos tendência a desanimar… ou isso ou medo de falhar supera a esperança, porque muitas pessoas ainda acham que Deus está a medir resultados… e se esquecem que o importante é o amor que colocamos naquilo que somos e naquilo que fazemos… o importante não são os resultados, mas esforço e a consciência de estarmos a caminhar com um rumo certo, mesmo quando as coisas não correm como queremos!

  2. Helena Atalaia

    Bom, sou capaz de dar um pouco do meu testemunho. No Advento de 2014 encontrei o site da Teresa por uma pesquisa que me levou até lá. Encontrei um tesouro. Pois não tendo experiência de vivência familiar da fé pareceu-me um maravilhoso instrumento para aprender o “como” rezar em família. Construimos o nosso oratório e iniciamos prontamente o Terço familiar antes mesmo de conhecer pessoalmente a família Power. Inicialmente a partilha na oração era envergonhada e desajeitada. Passados quase 4 anos com filhos dos 4 aos 15 anos só posso dizer que foi a melhor decisão familiar que fizemos. A nossa oração é muitas vezes barulhenta, outras é deliciosamente serena. Mas uma coisa é: o exemplo vivo para os nossos filhos da relação com Deus. É uma catequese diária de comunhão com Jesus em família. Era exatamente o que procurava sem saber como se fazia. A Família Power com o seu testemunho deu-nos as ferramentas. Deus queira que possamos conhecer muitas outras famílias para amar e louvar a Deus!
    Nós, Jesus!

  3. Boa noite, como gostaria que fosse esta a realidade da minha família! Temos 3 filhos, com grande diferença de idade entre eles, a mais velha, fez o crisma, mas sem grande vontade, não quer ir à missa e duvido que reze, o meu marido não quer rezar em conjunto, pois diz que já faz a sua oração pessoal, então a oração ” familiar” resume-se a uma dezena e um pai nosso da mãe com os filhos mais novos antes de deitar ou com os mesmos filhos no carro, pela manhã… Fico tão feliz por ler os vossos testemunhos, mas tão triste por não os vivenciar na minha família… E como precisávamos neste momento de haver essa união familiar! Grata pela vossa partilha, pelo vosso exemplo, que Deus vos continue a abençoar!

    • Bom dia, Maria! Eu já pressentia que fosse esta uma das razões principais da falta de “candidatos” ao compromisso: o facto de este compromisso envolver uma família inteira, e não só a mãe, ou o pai, ou um dos filhos. Imagino – ou talvez não… – como seja difícil viver a fé assim, numa família que não se sente unida em torno do mesmo Senhor! De qualquer forma, é possível fazer-se o compromisso a sós, sempre em nome da família e com o propósito de, pela oração e pela catequese informal diária, atrair os restantes membros. Na Carta Fundacional vem descrita esta possibilidade. Até hoje, duas pessoas fizeram o seu compromisso desta forma. Que o Senhor vos abençoe! Bj

      • Bom dia, Teresa, obrigada pela resposta e encorajamento, vou então ler a carta fundacional para ver essa possibilidade.
        Obrigada! Bj

    • Helena Atalaia

      Querida Maria, obrigada pela sua partilha. O nosso percurso familiar também teve, e tem, altos e baixos. É mais difícil começar com filhos crescidos. O que interessa é não baixarmos os braços (mesmo quando é mais difícil). Ontem o nosso Terço familiar foi pela vossa família. Que Deus ouça as nossas orações e possamos pouco a pouco ter a alegria de saber que a Maria está a conseguir os seus propósitos. Pequenos passos, grandes caminhos! Dia 28 lá estaremos, se Deus quiser! Espero que nos possamos conhecer. Um grande beijinho.

      • Boa tarde, obrigada, Helena! Obrigada pela vossa oração! Tenho um longo caminho pela frente, mas Deus vai escutar as nossas orações e ajudar-nos com certeza, pois é um Pai que nunca abandona os seus filhos, por muito perdidos que eles estejam. Obrigada do fundo do meu coração pela vossa atenção e carinho. Beijinho

  4. Querida Maria,e “indecisos” eu infelizmente não estou a atravessar uma fase de família “tradicional”, e apesar de seguir o blog,e depois o site,sempre senti vergonha até alguma inferiorização, porque neste momento a família Cabral sou eu e a minha filha pequenina. Mas o ano passado,Deus disse me ao ouvido” chega, tende coragem, e vinde ao meu encontro”.e fomos as duas,eu ía muito ansiosa,tudo passou no momento em que a querida São nos foi buscar à estação, e o Céu iluminou se e fiquei em êxtase quando vejo ao fundo os olhos azuis límpidos da Teresa Power, foi uma sensação indescritível conhecer a família que há uns anos virtualmente seguia todos os dias.a partir desse dia as nossas vidas mudaram, às vezes com pequeninos passos,e por vezes,com verdadeiras chuvas de bênçãos! Faço parte dos encontros das Famílias da minha zona.a minha menina (2anos)foi agora baptizada e digo vos que quando as Famílias de Caná se juntam são capazes de milagres!!!todos os dias eu e a minha filha vemos no YouTube contos da passagem da Bíblia, cantamos, e a minha filha a ouvir a Sara cantar o hino de Caná quase que também canta.
    Ahhh quanta alegria, e como uma das músicas, pertencer às Famílias de Caná é como:”Jesus tudo renova,a tristeza vai e a alegria vem”
    Estou ansiosa, e agora vou com alegria, sem vergonhas.
    Nós Jesus

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