Em Caná da Galileia...


E o Acampamento de Caná aconteceu!

Eu sei que tinha prometido o post para segunda-feira mas, no domingo, o Primeiro Acampamento de Caná não estava com pressa nenhuma em acabar, e já passava das seis da tarde quando chegámos a casa. E digo “primeiro” porque, no final, nas despedidas, a pergunta repetia-se: “Quando é o próximo?”

Passei a segunda-feira a lavar, estender e passar roupa, no meio de enorme barafunda de tendas, sacos-cama, bicicletas e sapatilhas sujas, alguma rabugice de filhos (e pais) cansados e muitas horas de sono por recuperar. Enquanto me movimentava no meio de toda esta feliz confusão fui refletindo e imaginando o post que iria escrever. E, entre uma máquina de lavar e outra, dei-me conta de que um só post não chega. Preparem-se, pois, para alguns dias de alegres meditações em torno deste tema.

Um dos mitos mais comuns na sociedade de hoje é que os filhos matam o casamento, ou matam a diversão, ou nos impedem de concretizar os nossos sonhos. Ter filhos cedo na vida matrimonial é um ato de loucura, dizem-nos, e ter muitos filhos é um verdadeiro assassinato da paixão conjugal.

Um acampamento com nove casais e 31 filhos? Quem são os loucos que se metem nessa aventura? Já estão a imaginar os gritos, os choros, as birras, as noites mal dormidas, as discussões conjugais, a falta de paciência, a má disposição geral?

Pois então preparem-se…

Durante todo o acampamento, o som mais frequente foi o de gargalhadas. E não só infantis, não senhor! Gargalhadas de crianças, de jovens e de adultos, transbordantes de felicidade. Choros, apenas o necessário, quando se tem oito meses, ou dois anos, ou se está aí por perto.

“Que acampamento tão bom, Teresa!” Dizia-me a Maria Batista, de oito anos, a cada dez minutos. “É o melhor acampamento da minha vida! E a minha mãe nunca me tinha deixado estar a brincar até à meia-noite!”

Com os filhos tão entretidos uns com os outros, nós, os pais, tivemos tempo para pôr a conversa em dia, para nos conhecermos melhor, para partilhar alegrias e preocupações. E, claro, para rir.

Um outro mito muito comum é que a diversão e a oração se opõem, e é preciso escolher: ou missa, ou férias; ou um retiro, ou um acampamento. Na melhor das hipóteses mantém-se a religião nos mínimos possíveis quando se está em maré de descanso.

Em quase todos os encontros onde testemunhamos há sempre alguém que nos pergunta: “Como conseguem conjugar a vossa vida de oração com a vossa vida de trabalho ou de lazer?” Que é como quem diz: “Como fazem para ter tanto tempo para Deus, sem deixar de ter tempo para estudar, brincar, conversar, viver?”

O Acampamento de Caná provou que a nossa resposta está certa: quanto mais elevado o nível de comunhão com Jesus, mais elevado o nível de alegria, partilha, fraternidade e diversão. Afinal, foi o próprio Jesus quem o disse:

Procurai primeiro o Reino dos Céus, e tudo o mais vos será acrescentado. (Mt 6, 33)

Tivemos missa, terço e oração de louvor nos três dias; tivemos meia-hora de profunda adoração do Santíssimo, no sábado de manhã; tivemos confissões – que merecem um post à parte; rezámos a Via-Sacra na mata do Bussaco, no magnífico caminho traçado pelos padres Carmelitas, há alguns séculos atrás.

E, no mesmo Acampamento, tivemos refeições partilhadas; um churrasco magnífico, que se prolongou pela noite dentro em grande animação; um Serão Bíblico – que também merece um post à parte -; uma bicicletada montanha acima para os mais resistentes – e era ver o seu ar de felicidade! -; brincadeiras infinitas entre crianças, conversas intensas entre adultos; guitarradas com jovens e menos jovens.

No final do Acampamento, todos podíamos afirmar: “Rezámos imenso o tempo todo!” Mas todos podíamos igualmente afirmar: “Divertimo-nos imenso o tempo todo!” Porque dando a Deus o primeiro lugar, nada nos foi retirado, antes tudo nos foi acrescentado, com medida larga, cheia, a transbordar…

8 Comments

  1. Helena Atalaia

    Foi espetacular!!!! Para o ano há mais, se de Deus quiser!
    Obrigada Família Power e até breve 🙂

  2. Não nos foi possível estar… mas todos os dias falamos em vós, na nossa oração e não só.
    A Graça de uma fé sólida permite que a oração seja o cerne da vida, quando a comunhão com Deus é plenamente conseguida… ou pelo menos o mais possível. A espiritualidade dos leigos em particular, aponta para a partilha do dia com o nosso Deus, pontuada pelos momentos de oração em si mesmo… a esta luz, só assim as férias serão felizes… quem é que se imagina a ir de férias, por escolha própria, sem aqueles que mais ama?
    Mas não podemos esquecer que é Graça de Deus… que Ele a acrescente!
    Tenho imensa pena por não ter sido possível ter estado convosco…

  3. Olívia Batista

    Nem me fales em montes de roupa!!! O que nos vale é que o cansaço e a roupa suja é proporcional à quantidade de alegria que nos encheu o coração!

  4. Ficamos cheiinhos de inveja da boa…só podia ter sido assim, aliás, basta ler-vos para entender o que se viveu. Para a próxima já não ficamos em casa, não senhor 🙂

  5. Helena Le Blanc

    Ola!
    No domingo nós estavamos KO… felicíssimos e KO. Fomos todos para a cama às 22h cá em casa! Por isso só ontem ao jantar é que partilhamos, em família, as nossas impressões.
    Resumidamente: FOI UM EXCELENTE ACAMPAMENTO!

  6. Vera Vaz Ribeiro

    Tenho imensa pena de não ter ido mas está tudo muito complicado em questão de tempo. Mas para o próximo não faltarei se Deus quiser. Beijinho a todos e até breve.

  7. Obrigada queridos amigos pelo fim-de-semana tão rico, tão profundo, tão alegre, tão familiar e tão cheio de partilha! Obrigada a todas as famílias que estiveram presentes e em especial à família Power! Que esta luz possa irradiar para outras famílias e na vivência da fé em outras paróquias!

    • Isabel maria de azevedo paes de vilas boas Souto neves

      Querida família Power, temos muita pena de não ter estado presentes.Esperamos para o ano poder participar e colaborar com todos.Não tenho tido ultimamente acesso a NET, por isso só hoje consigo por leituras e correspondência em dia.Bjs a todos, Isabel e João Maria

Responder a Isabel maria de azevedo paes de vilas boas Souto neves Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *