Num destes domingos, aqui no Canto de Caná, uma Irmã que gosta de cá vir rezar contou-me esta história. Na sua casa, têm de momento duas noviças africanas, que vieram de propósito para integrar a congregação. Pouco depois de chegarem a Portugal, foram ambas chamadas ao centro de saúde da área. A razão era tão simples quanto absurda: fornecer-lhes receitas da pílula contracetiva.
Entretanto, acabo de receber um mail de uma mãe de Família de Caná, contando que a filha mais velha, de vinte anos, foi abordada pelo médico de família no mesmo sentido: estaria ela a ser responsável e a tomar a pílula?
Na semana passada, a professora do ensino especial contava outro episódio. Depois de alertar a mãe de uma menina de treze anos com trissomia 21 que ela andava a namoriscar um rapazinho também com trissomia, recebera como resposta: “Não se preocupe, professora, que eu dou-lhe a pílula todas as manhãs!”
E as histórias continuam, a julgar pelas conversas que vou escutando entre as minhas alunas e pelos folhetos de “educação sexual” que vão sendo distribuídos nas turmas de oitavo e nono anos, quando os enfermeiros do centro de saúde – que por razão já de si tendenciosa são considerados pelas escolas “especialistas em educação sexual” – vêm tratar o tema.
Será que a pílula se tornou no medicamento da moda, a ser distribuído indiferentemente pelas adolescentes e jovens do país? Será que a educação sexual dos nossos filhos consiste em ensinar como separar sexo e fecundidade, apresentando o primeiro como normal e a segunda como anormal, o primeiro como natural e a segunda como “um problema”?
O Papa Paulo VI profetizou, na sua encíclica Humanae Vitae, que o uso generalizado da pílula conduziria à imoralidade também generalizada:
17. Os homens retos poderão convencer-se ainda mais da fundamentação da doutrina da Igreja neste campo, se quiserem refletir nas conseqüências dos métodos da regulação artificial da natalidade. Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infïdelidade conjugal e à degradação da moralidade. Não é preciso ter muita experiência para conhecer a fraqueza humana e para compreender que os homens – os jovens especialmente, tão vulneráveis neste ponto – precisam de estímulo para serem fiéis à lei moral e não se lhes deve proporcionar qualquer meio fácil para eles eludirem a sua observância. É ainda de recear que o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais, acabe por perder o respeito pela
mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada.
A sua profecia concretizou-se e pode ser constatada abertamente por qualquer um de nós. Nas escolas, já sabemos como é a educação sexual. E na Igreja? E nos grupos de jovens? E na preparação para o crisma ou na catequese da adolescência? E quando os catequistas “vivem juntos” sem razão de peso que o justifique, desconhecem os ensinamentos da própria Igreja por falta de formação católica ou transmitem aos adolescentes coisas como “eu também não concordo com o ensinamento da Igreja neste assunto”? E…? Não estará na hora de fazer um bocadinho mais?...
Nos dias que correm, tudo se banalizou e normalizou. E ai de quem se pronuncie em contrário.
Quero acreditar que nós pais e familias, temos uma palavra significativa a dizer. E as Famílias de Caná são prova disso.
Mas também precisamos de ir sendo relembrados. Bem haja por estas palavras!
http://www.dw.com/pt-br/1960-primeira-p%C3%ADlula-anticoncepcional-chega-ao-mercado/a-611248
Uma feminista e uma milionária… Ai está a origem.
Ahaha imagino a cara das enfermeiras quando perceberam que as jovens a quem estavam a tentar impingir a pílula se estão a preparar para serem freiras! A nossa sociedade não está preparada para lidar com jovens que escolhem a castidade!
E acerca de catequistas que pensam e agem como escreve a Teresa, conheço diversos exemplos, em paróquias onde aparentemente tudo é permitido…