Em Caná da Galileia...


O nosso retiro de Advento “fez-se”!

Faça-se! Este Advento, pensámos em preparar um retiro para famílias atarefadas. Pois não estamos sempre todos muito atarefados no Advento? Não adianta um retiro cheio de sugestões de paragem! E as famílias atarefadas vieram, e vieram em peso. Que dia tão maravilhoso!

Ainda não eram nove e meia da manhã, e já o pátio do seminário de Alcains transbordava de gargalhadas. Eu sorria para mim mesma: faz sentido, um retiro de Advento com um número particularmente grande de crianças pequeninas e muito pequeninas, quais Menino Jesus! De facto, desta vez, os mais pequeninos eram em número muito superior aos adolescentes e, claro, está, aos adultos. Tão bonito!

Quando as crianças são muitas, e quando a maioria já tem, bem cimentados, laços de amizade entre elas, é também mais difícil controlar a sua cumplicidade barulhenta e irrequieta. Na missa, houve quem se entretivesse a explorar o espaço em redor do altar, fazendo alguns adultos suster a respiração em alguns momentos cruciais. Mas o padre Carlos Almeida não parecia minimamente incomodado, antes pelo contrário: “O silêncio nesta casa, outrora cheia de seminaristas, de jovens, de atividade, e agora tão vazia, o silêncio nesta casa chega a doer. Este barulho é um bálsamo para mim hoje!”

E apesar, ou através do barulho infantil que nos rodeou o dia todo, o padre Carlos conduziu-nos pela Eucaristia num crescendo de intimidade com o Senhor que a todos tocou. A nossa equipa da música presenteou-nos com cânticos lindíssimos e magnificamente tocados, e foi neste espírito de alegria e festa que iniciámos o nosso retiro.

 

Durante o dia, tivemos catequeses para adultos, crianças e adolescentes, separadamente, trabalhando o Faça-se de Maria e oferecendo pistas para também nós sermos capazes de fazer.

Como em todos os nossos retiros, não faltou tempo para brincar, pais e filhos, adultos e crianças em conjunto. Logo pela manhã, e entre grandes corridas e gargalhadas, fomos desafiados a fazer uma “fila genealógica”, seguindo a genealogia de Jesus em São Mateus, uma das leituras que o Natal nos irá propor e em que, geralmente, saltamos os nomes do meio. Desta vez, Jeconias, Asas, Ezequias, Booz e outros não faltaram à chamada!

O piquenique partilhado, à hora do almoço, permitiu-nos pôr a conversa em dia com os velhos amigos, e descobrir novos amigos entre todos. As crianças, claro, comeram mais depressa para terem mais tempo para brincar, que é a sua forma privilegiada de conversar.

Terço, canto, louvor, partilha, e algum tempo de meditação silenciosa ou de conversa em casal, tudo fizemos durante a tarde. Afinal, é possível fazer o Advento, mesmo no meio da agitação diária ou do barulho das crianças!

Terminámos o dia sem pressa de regressar a casa. As crianças pediam mais um bocadinho de brincadeira, os adultos ainda não tinham esgotado os temas de conversa. Ficou a vontade firme de regressar, os novos e os habituais, os crescidos e os pequenos. E a vontade de fazer o Natal acontecer.

Faça-se! Vamos a isso?

 

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