E o nosso retiro foi assim

Dia 19 foi dia de retiro. Um dia ansiado por todas as Famílias de Caná há tanto tempo! O nosso último encontro tinha sido o acampamento, no final de julho, e já era altura de nos voltarmos a encontrar.  Estávamos também ansiosos por regressar ao Canto de Caná, no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, em Mogofores, que durante tantos anos foi a nossa segunda casa. É sempre uma festa quando lá chegamos, e Nossa Senhora nos recebe com o seu sorriso e os seus braços estendidos. Como ela, também os salesianos nos acolhem sempre com disponibilidade e carinho, e estamos-lhes(…)

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Em Caná, no Santuário da Senhora do Almortão

Foi o primeiro retiro das Famílias de Caná aqui na Idanha, a nossa nova terra. Estávamos ansiosos! Mal podíamos esperar para reencontrar os velhos amigos, as famílias com quem temos crescido, aprendido e construído amizade ao longo dos anos. Mas mal podíamos esperar também porque ansiávamos por partilhar com elas o dom que o Senhor nos fez, trazendo-nos para cá. O dia foi de sol, límpido e azul. Os amigos chegaram pontualmente para a missa dominical da Idanha – que aqui no interior profundo, missa dominical só há uma, e não temos o luxo de escolher o horário… . No(…)

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As palavras mágicas e o jardim do Paraíso

“Podes, por favor, controlar as crianças? Estou numa vídeo conferência internacional, sou eu neste momento o palestrante, não posso desligar o microfone e já nem consigo concentrar-me no que estou a dizer. Obrigado!” O e-mail chegava-me do outro lado da casa. Era do Niall que, fechado no nosso quarto como sempre desde o início do confinamento, procurava trabalhar. Eu também estava diante do computador – a tempo de ler a mensagem de desespero e de sorrir com o “por favor” e o “obrigado”, pois o Niall nunca se esquece das boas maneiras – mas tinha os auscultadores nos ouvidos. Já(…)

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O ouriço-cacheiro, os comboios e Nós

Noite estrelada, luminosa, fresca e bela, na quinta do santuário. O Canto de Caná no centro, as tendas a toda a volta. Já tudo está em silêncio, depois de muitas correrias com lanternas, muitos jogos às escondidas, muitos risos e muita conversa – porque não há nada melhor num acampamento que as brincadeiras à noite quando se tem oito, dez, doze anos… Mas agora, já todos dormem. Todos, não: o Daniel recusa-se fechar os olhos. Parece querer ver as estrelas lá no céu, e a noite à sua volta é grande demais para o conter, tão ao contrário desta tenda(…)

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Os tempos do tempo

Testemunho da Olívia Batista Numa destas semanas lia um artigo em que uma senhora com cerca de 80 anos dizia que o grande problema das sociedades modernas é a falta de rotina. Argumentava ela que, num dia com vinte e quatro horas, devíamos dormir oito, trabalhar outras oito e ter como horário de lazer as restantes oito, e assim existia equilíbrio na vida das pessoas. Ao ler aquilo fiz a mim mesma a seguinte pergunta: “onde estão então as minhas oito horas de lazer?” Todos sabemos que a vida hoje é bem mais agitada do que algum dia foi, temos(…)

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O luar, o texugo e a oração familiar

Já repararam como tem estado bonita a lua cheia, esta semana? Ilumina de tal forma, que caminhamos na noite quase como se caminha de dia. Pelo menos aqui, nos campos ao redor da nossa casa. Todas as noites, depois de deitarmos o António e a Sara pelas nove horas, deixamos o David e a Lúcia a ler na sala mais vinte minutos, o Francisco e a Clarinha a estudar, a ler ou a fazer qualquer outra coisa, e saímos os dois, o Niall e eu, para um curto passeio com os cães. Faz-lhes bem a eles, mas sobretudo faz-nos bem(…)

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O eclipse lunar e o Cântico dos Cânticos

Na sexta-feira dia 27, iniciou-se o Segundo Acampamento de Caná. O Niall e eu estávamos felicíssimos: nesse dia, fazíamos vinte e dois anos de casados, e nem nos nossos mais ousados sonhos podíamos imaginar melhor maneira de os comemorar. Deus é muito nosso amigo! Pois que há de melhor, ao fim de vinte e dois anos de casamento, do que ter à nossa volta uma família feliz, ainda a crescer, e um Movimento a nascer e a fazer caminho? Depois rimo-nos juntos: se há vinte e dois anos atrás, no hotel onde passámos a lua de mel, alguém nos dissesse(…)

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Os dez mandamentos do casal

Na homilia da missa do nosso casamento, o senhor padre António Assunção, pároco da minha infância e juventude, apresentou-nos Os Dez Mandamentos do Casal. Fê-lo em inglês e em português, visto ser um casamento bilingue e não querer deixar ninguém de fora. No final da missa, todos comentavam a importância destes mandamentos. Num destes dias, numa troca de e-mails com o padre Assunção, recordei-os. E vinte e um anos depois do dia feliz do meu casamento, posso confirmar, com segurança absoluta, o seu valor. Assim, decidi partilhá-los convosco, para que também nas vossas casas, Os Dez Mandamentos do Casal possam(…)

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Coração

Ontem à noite, quando me ia deitar, deparei-me com estes dois pedaços de papel em cima da minha cama: Aproximei-me e li as “instruções” do papel que estava no meu lado da cama: Junta isto com o dada (papá). Lúcia. Inventei! E no outro lado da cama: Junta isto com a mamã. Lúcia. Inventei! Sorri. A Lúcia, com nove anos, e como é tradição cá em casa, adora fazer origamis. Quis ter a certeza de que nós nos iríamos orgulhar, sabendo que este fora inventado por ela. Cumprindo as instruções, juntei os dois origamis: Chamei então o Niall, e os(…)

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Tempo de Casal em jeito de retiro

“Está, Teresa? Acabo de aterrar em Lisboa. Devo chegar a casa pelas seis da tarde!” O Niall ligava-me do aeroporto, depois de mais uma das suas frequentes viagens de dois ou três dias ao estrangeiro. Mas eu não estava em casa… “Niall, eu estou em Fátima! Sim, foi hoje a entrevista. Porque não páras aqui, e namoramos um bocadinho?” Há muito que Fátima se tornou local de namoro para nós. Afinal, não foi em Fátima que nos casámos, há vinte anos atrás? “Ena, estás a falar a sério? Vou já para aí.” Quando surgiu o convite para estar em Fátima(…)

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